BCE corta taxas enquanto tarifas de Trump aumentam temores pelo crescimento da zona do euro
Publicado 17/04/2025 • 15:41 | Atualizado há 1 dia
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Publicado 17/04/2025 • 15:41 | Atualizado há 1 dia
KEY POINTS
A zona do euro foi criada para facilitar negociações e fortalecer a economia do bloco
Pixabay
O Banco Central Europeu cortou as taxas de juros novamente nesta quinta-feira (17), em meio a temores de que os anúncios de tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, pudessem ameaçar o crescimento em toda a zona do euro.
Os responsáveis pelas taxas estavam operando em um contexto de “incerteza excepcional” em meio ao aumento das tensões comerciais, afirmou a presidente do BCE, Christine Lagarde, em entrevista coletiva.
As tarifas de Trump aumentaram o risco de desaceleração do crescimento na zona do euro, enquanto seu impacto sobre a inflação era “incerto”, disse Lagarde.
Em meio à turbulência, o BCE decidiu reduzir as taxas de juros em 0,25 ponto percentual, a sexta vez consecutiva que agiu para aliviar os custos dos empréstimos.
O corte deixou a taxa básica de depósito em 2,25%, a menor desde o início de 2023.
O BCE reduziu rapidamente as taxas de juros desde metade do ano passado, à medida que a inflação se aproximava da meta do banco central de 2%.
Os preços ao consumidor subiram a uma taxa de 2,2% em março na zona do euro, com o BCE afirmando que o processo de redução da inflação estava “no caminho”.
Mas as ameaças de Trump de impor tarifas severas sobre as importações globais para os Estados Unidos levaram a uma “grande escalada” nas tensões comerciais, disse Lagarde.
A incerteza econômica resultante “provavelmente reduziria a confiança entre famílias e empresas”, disse o BCE, enquanto as tensões de mercado levariam a condições de financiamento mais restritivas.
O corte desta quinta-feira (17) “não foi nenhuma surpresa”, disse Carsten Brzeski, analista do banco ING
As tarifas americanas “trouxeram de volta as preocupações com o crescimento da zona do euro… no curto prazo”, disse Brzeski, levando o BCE a apoiar famílias e empresas com novas reduções nas taxas de juros.
Antes da reunião desta semana, os formuladores de políticas do BCE tinham pouca ideia de quais tarifas seriam eventualmente aplicadas ao comércio transatlântico.
O presidente dos EUA assustou os mercados globais com a divulgação das tarifas do “Dia da Libertação” no início de abril, antes de suspender prontamente as tarifas mais altas para dezenas de países, incluindo os da União Europeia, por 90 dias.
Uma tarifa básica de 10% sobre as importações para os Estados Unidos permanece em vigor, e Trump também impôs taxas de 25% sobre os setores automotivo, siderúrgico e de alumínio.
“As tensões comerciais globais e as incertezas associadas provavelmente reduzirão o crescimento da zona do euro”, disse Lagarde, embora o impacto tenha sido menos claro para a inflação.
Entre os potenciais efeitos estava a possibilidade de a China, que enfrentou algumas das tarifas mais altas dos EUA, desviar produtos para a Europa.
Isso, combinado com a força do euro em relação ao dólar, “sugere que as pressões sobre os preços na zona do euro provavelmente diminuirão ainda mais”, disse Jens-Oliver Niklasch, analista do banco LBBW.
As tensões comerciais estavam “claramente compensando o otimismo anterior” decorrente dos planos da Alemanha, o maior membro da zona do euro, de abrir os gastos, disse Brzeski.
O novo governo em Berlim, liderado por Friedrich Merz, destinou centenas de bilhões de euros em verbas extras para defesa e infraestrutura, proporcionando um impulso que poderá ser sentido em toda a Europa.
O aumento dos investimentos poderia “impulsionar a indústria” e contribuir para o crescimento em toda a zona do euro, observou Lagarde.
Mas, dadas as tensões geopolíticas, era “ainda mais urgente” avançar com políticas fiscais e estruturais que tornassem a zona do euro mais “produtiva, competitiva e resiliente”, disse ela.
O grande número de questões em aberto surgindo das tensões comerciais globais significava que o BCE teria que ser mais “ágil” do que nunca na resposta aos acontecimentos, disse ela.
“Temos que estar preparados para o imprevisível”, disse Lagarde, reforçando a abordagem do BCE “dependente de dados e reunião por reunião”.
Enquanto Lagarde mantinha as cartas escondidas em relação a futuras decisões sobre taxas, analistas afirmavam que a porta estava aberta para o BCE reduzir ainda mais suas taxas de juros.
O corte desta quinta-feira (17) foi um sinal de que o BCE estava “pronto para tomar medidas para combater a incerteza nos mercados financeiros”, disse Niklasch.
“Agora, esperamos mais dois cortes nas taxas de juros da mesma magnitude que os de hoje até o final do ano”, disse ele.
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