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Chile elege presidente com a extrema direita como favorita pela primeira vez desde a ditadura
Publicado 14/12/2025 • 09:06 | Atualizado há 17 horas
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Publicado 14/12/2025 • 09:06 | Atualizado há 17 horas
KEY POINTS
Rodrigo Arangua / AFP
Os chilenos votam neste domingo (14) em um país polarizado entre o candidato mais à direita desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet, há 35 anos, e uma comunista moderada que representa a esquerda.
As pesquisas apontam como favorito José Antonio Kast, um advogado de 59 anos, católico devoto e pai de nove filhos, que promete deportar quase 340 mil migrantes sem documentos, a maioria venezuelanos, e atacar de frente a criminalidade.
Sua rival é a comunista moderada Jeannette Jara, uma advogada de 51 anos de origem humilde, ex-ministra do Trabalho, que promete aumentar o salário mínimo e defender as aposentadorias.
Quase 16 milhões de chilenos começaram a votar às 8 horas locais, constataram jornalistas da AFP. As seções eleitorais fecharão às 18 horas (os horários de Santiago e Brasília são iguais nesta época do ano).
“Vou votar em Kast porque ele me passa mais confiança. O comunismo em nenhuma parte do mundo foi positivo”, disse à AFP José González, um trabalhador do setor de transportes de 74 anos, em uma fila de votação no centro de Santiago.
Kast repete insistentemente que “o país está caindo aos pedaços”. Esta é sua terceira tentativa de chegar à presidência, agora como candidato do Partido Republicano, que fundou há cinco anos, por considerar a direita tradicional muito branda.
Em seus atos públicos, atrás de um vidro blindado em um dos países mais seguros da região, este ex-deputado apresenta o Chile quase como um Estado falido dominado pelo narcotráfico, que se afasta do “milagre econômico” que o tornou uma das nações mais bem-sucedidas da América Latina.
“O importante, mais do que os benefícios sociais, é o trabalho, a segurança. Que as pessoas possam sair de casa sem ter medo e voltar à noite sem pensar que nas esquinas algo vai acontecer com elas”, declarou à AFP Úrsula Villalobos, uma dona de casa de 44 anos que votará em Kast.
“É preciso tomar medidas um pouco extremas no início para depois conseguir um país tranquilo”, acrescenta.
Leia mais:
Chile: comunista e ultradireitista se enfrentam no segundo turno
‘Um Pinochet sem farda’
Cerca de 63% dos chilenos afirmam que o crime e a violência são sua maior preocupação, seguidos pelo baixo crescimento econômico, segundo a última pesquisa Ipsos de outubro.
Especialistas apontam, no entanto, que a percepção do medo no Chile é muito maior do que indicam os números reais da criminalidade.
Os homicídios dobraram na última década, embora estejam em queda há dois anos. No entanto, há um aumento de crimes violentos como sequestro e extorsão, impulsionado pela chegada ao país de facções venezuelanas, colombianas e peruanas, como o Trem de Aragua.
O governo de esquerda de Gabriel Boric, um ex-líder estudantil que chegou ao poder após os protestos massivos de 2019, fracassou em reformar a Constituição de Pinochet e isso “lhe tirou todo o chão político”, avaliou Robert Funk, professor de ciência política da Universidade do Chile.
Muitos chilenos clamam por uma mudança. Cecilia Mora, uma aposentada de 71 anos, votará em Jara para preservar os benefícios sociais e porque Kast lhe parece “um Pinochet sem farda”.
“Quero que meu país volte a ser tranquilo, que a gente possa caminhar pelas ruas livremente sem o medo de que levem sua bolsa. (…) Kast me lembra muito a ditadura” que deixou 3.200 mortos e desaparecidos entre 1973 e 1990, diz ela.
Favorito apesar de Pinochet
Kast apoiou a ditadura militar e garante que, se estivesse vivo, Pinochet votaria nele. Mas, nesta última campanha, evitou falar desse assunto e de outros que pudessem lhe tirar votos, como sua oposição ao aborto em qualquer circunstância.
Investigações jornalísticas revelaram em 2021 que o pai de Kast, nascido na Alemanha, foi membro do Partido Nazista de Adolf Hitler.
Mas Kast afirma que seu pai foi um conscrito forçado no exército alemão durante a Segunda Guerra Mundial e nega que ele tenha sido um partidário do movimento nazista.
No primeiro turno das eleições, há um mês, tanto Jara quanto Kast obtiveram um quarto dos votos, com uma ligeira vantagem para a esquerdista. Mas os votos de toda a direita somaram 70%, e analistas acreditam que impulsionarão Kast ao palácio presidencial de La Moneda.
Desde 2010, a direita e a esquerda se alternam no poder no Chile a cada eleição presidencial.
“Kast provavelmente vai ganhar por uma boa margem”, mas “não se deve pensar que ele tem um mandato super forte para fazer o que quiser”, porque muita gente vota nele por medo de Jara, avaliou Funk. Votarão nele sobretudo “apesar de seu apoio a Pinochet, não por seu apoio a Pinochet”.
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