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Disparada do ouro: ‘a gente nunca viu nada igual’, diz economista sobre compra do metal por bancos centrais
Publicado 16/09/2025 • 18:28 | Atualizado há 2 horas
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Publicado 16/09/2025 • 18:28 | Atualizado há 2 horas
KEY POINTS
Barras de ouro.
Unsplash.
O ouro disparou quase 40% no ano, perdendo apenas para o bitcoin entre os ativos de maior valorização desde janeiro de 2025. Assim, a commodity repete o desempenho impressionante de 2024 e vem renovando seus recordes nominais, com cinco semanas seguidas de alta. Os contratos futuros estão em US$ 3.729,30 a onça-troy.
Segundo especialistas, não há sinais de reversão desse movimento. A força da demanda pelo ouro tem como principal vetor a compra agressiva do metal por parte dos bancos centrais, em um contexto de desconfiança em relação ao dólar e aos títulos públicos americanos.
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O desempenho do ouro no acumulado do ano é o melhor desde 1979, de acordo com levantamento feito pelo economista Tavi Costa, sócio da Crescat Capital. Para ele, a razão central está na atuação das autoridades monetárias globais. “A compra de ouro por bancos centrais acelerou a níveis que a gente nunca viu na história recente… a gente nunca viu nada igual”, destaca.
Segundo a iHub, as reservas dos bancos centrais em ouro já superaram as reservas em US Treasuries, os títulos públicos americanos. “Não é só por causa do Trump ou das guerras, essa valorização do ouro vem acontecendo há cerca de cinco anos. O que acontece é uma desconfiança em relação às moedas fiduciárias pelo mundo”, disse Paulo Cunha, CEO da iHub, em entrevista a Fabio Turci durante o Radar desta terça-feira (16).
O estrategista macro da Genial, Roberto Motta, aponta que “o mundo está acordando e quer alguma coisa diferente do dólar, mas também não quer euro, iene ou libra”. Isso porque França, Japão e Reino Unido enfrentam problemas de endividamento elevado. “Com juros baixos, a dívida elevada passava despercebida, mas agora, com juros altos, as pessoas passam a questionar”, afirmou Motta em podcast da Genial.
Na prática, o metal funciona como um contraponto ao dólar em tempos de incerteza fiscal e monetária. Costa acrescenta que os ataques de Trump à independência do Federal Reserve, com a tentativa de expulsão de um de seus membros e a pressão por juros mais baixos para aliviar a dívida pública americana, são fatores que sustentam a valorização do ouro. “O mercado já precifica a dominância fiscal nos Estados Unidos, e isso, sem dúvida, é um problema enorme para a moeda americana”, alerta.
A chamada dominância fiscal é um conceito econômico que aponta para a perda de eficácia da política monetária restritiva (juros altos), já que o tamanho do endividamento do devedor passa a ser o principal ponto de atenção dos credores, em vez da taxa de juros oferecida.
Outro fator relevante é a preocupação com a inflação de longo prazo nos EUA e no mundo, que também ajuda a sustentar a alta do metal, segundo Costa.
O aumento das apostas na alta do ouro aparece também na demanda por ativos de risco relacionados ao metal, especialmente os derivativos de ouro.
“Os investidores se sentem confortáveis com a possível movimentação de longo prazo do ouro e começam a tomar mais risco. E isso não tem nada a ver com o uso do ouro como proteção de portfólio, é um movimento muito mais arrojado”, avalia Costa. O economista aponta a entrada de um grande volume nesse segmento, o que indica uma visão de valorização no longo prazo.
Nos mercados de ações, empresas ligadas ao ouro também se beneficiam. A Aura (AURA33), mineradora com sede nos Estados Unidos e operação no Brasil, está entre as maiores valorizações da bolsa brasileira. Nos últimos 12 meses, os BDRs da Aura saltaram mais de 160%; só no último mês, a alta foi de mais de 12%.
Apesar do rally, analistas recomendam cautela. “Se for comprar ouro, parcela menor. Se já estiver posicionado, a depender da estratégia, vale uma realização parcial”, orienta a Genial, ressaltando que, por enquanto, não há sinais de reversão.
O consenso entre especialistas é que a corrida do ouro deve se prolongar, enquanto as moedas de grandes economias e seus títulos públicos sofrem com a desconfiança dos mercados — um movimento que não se via, ao menos nessa intensidade, desde a crise dos anos 1970.
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