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Em votação simbólica, deputados franceses rejeitam acordo com o Mercosul; Polônia também se diz contrária
Publicado 26/11/2024 • 21:03 | Atualizado há 7 meses
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Publicado 26/11/2024 • 21:03 | Atualizado há 7 meses
KEY POINTS
Os deputados franceses fizeram uma votação simbólica nesta terça-feira (26) para repudiar o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, que está em negociação.
De 555 deputados presentes na sessão, 484 quiseram deixar claro o repúdio ao acordo. É a mesma posição do governo francês, que afirma fazer oposição firme ao pacto em seus termos atuais.
Este resultado é “um mandato democrático que reforça nossa legitimidade para defender o ‘não’ perante a Comissão e o Conselho Europeu”, afirmou no plenário a ministra do Comércio Exterior, Sophie Primas.
Boa parte dos 70 deputados que votaram contra a moção de repúdio, na verdade, consideram que os termos deveriam ser mais agressivos. Deputados do partido de esquerda França Insubmissa consideraram que o governo deveria se esforçar mais para bloquear o acordo atual.
A França rejeita “de forma plena e decidida” o acordo “em sua forma atual”, argumentou a ministra da Agricultura, Annie Genevard, que classificou essa oposição “firme” como não sendo “doutrinária”, já que o governo não se opõe “por princípio” aos acordos de livre comércio.
Toda a classe política na França, desde a esquerda radical até a extrema direita, manifestou sua oposição ao acordo em negociação entre os 27 países da União Europeia e os membros do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), embora com nuances.
Uma boa parte da esquerda e da extrema direita criticou o governo por sempre usar a expressão “em sua forma atual”.
“Tomaríamos a pecuária brasileira como modelo? Para a Agrupação Nacional, hoje como ontem, será sempre não”, declarou a deputada de extrema direita Hélène Laporte, criticando, por exemplo, o uso de antibióticos como promotores de crescimento.
A perspectiva de um acordo gera temor entre os agricultores europeus, que temem a entrada de carne bovina, aves e açúcar, entre outros produtos, dos países do Mercosul.
Na França, os agricultores voltaram a bloquear as estradas com tratores nesta terça-feira em protesto.
“Nossa sobrevivência está em jogo”, afirmou o pecuarista Jérôme Bayle, uma das lideranças da grande mobilização de janeiro, na Assembleia Nacional, horas antes do debate, pedindo a Macron “medidas enérgicas”.
A Alemanha e a Espanha pressionam a Comissão Europeia, que negocia em nome dos países da União Europeia, para concluir o acordo antes do final do ano.
Nesta terça-feira (26), 0 primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, também afirmou que é contra o acordo de livre comércio entre Europa e Mercosul.
Ao se colocar contra o acordo, o governo de Tusk citou “preocupações com os agricultores poloneses e a segurança alimentar” como as principais razões.
A França tem buscado outros países da União Europeia para tentar impedir o avanço do acordo —segundo as regras do bloco, se pelo menos quatro Estados-membros forem contrários à proposta, ela será derrotada.
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