Fed reduz juros em 0,25 ponto percentual e sinaliza ritmo mais lento de cortes
Publicado 18/12/2024 • 16:11 | Atualizado há 4 meses
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Publicado 18/12/2024 • 16:11 | Atualizado há 4 meses
KEY POINTS
Jerome Powell, presidente do Fed
Foto: Federal Reserve
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) anunciou nesta quarta-feira (18) a redução da sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, marcando o terceiro corte consecutivo. A decisão era amplamente esperada pelos mercados, mas veio acompanhada de um tom de cautela em relação a futuros ajustes nos próximos anos.
Com a mudança, a taxa de juros foi ajustada para a faixa de 4,25% a 4,5%, retornando ao nível de dezembro de 2022, quando os juros estavam em trajetória de alta. Embora o corte fosse amplamente antecipado, a principal dúvida era o que o Fed indicaria sobre suas intenções futuras, considerando que a inflação permanece acima da meta e o crescimento econômico segue sólido, condições que normalmente não favorecem cortes nos juros.
Ao anunciar o corte de 0,25 ponto percentual, o Fed indicou, por meio do seu “dot plot” — ferramenta que reúne as expectativas dos membros do comitê sobre as taxas futuras —, que pretende realizar apenas dois cortes adicionais em 2025, metade do que havia sido sinalizado em setembro. Para 2026 e 2027, a previsão é de mais dois cortes e um último ajuste, respectivamente.
No longo prazo, o Fed projeta que a taxa de juros “neutra” — nível que não estimula nem desacelera a economia — será de 3%, ligeiramente acima da estimativa feita em setembro.
A decisão não foi unânime. Pela segunda reunião consecutiva, um membro do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) se opôs ao corte. A presidente do Fed de Cleveland, Beth Hammack, defendeu a manutenção da taxa atual, enquanto, em novembro, a governadora Michelle Bowman também havia discordado, marcando a primeira dissidência de um governador desde 2005.
A taxa básica do Fed influencia diversos tipos de crédito ao consumidor, como financiamentos de automóveis, cartões de crédito e hipotecas.
Mesmo com os cortes, o Fed revisou para cima sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA para 2,5% em 2024, contra 2% estimados em setembro. Contudo, espera-se uma desaceleração do crescimento para 1,8% a longo prazo.
As previsões para o desemprego também foram reduzidas para 4,2% neste ano, enquanto as expectativas de inflação subiram ligeiramente. A taxa de inflação geral deve fechar o ano em 2,4%, enquanto a inflação subjacente, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, foi ajustada para 2,8%, ambas acima da meta de 2% do Fed.
Apesar do crescimento econômico robusto — estimado em 3,2% no quarto trimestre pelo Fed de Atlanta — e do desemprego baixo, o Fed destacou sinais de desaceleração na contratação e um enfraquecimento gradual da inflação. O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que os cortes têm como objetivo recalibrar a política monetária para que seja menos restritiva nas condições atuais.
Desde setembro, o Fed reduziu os juros em um total de 1 ponto percentual, com cortes agressivos, incluindo um ajuste de 0,5 ponto em setembro. Apesar disso, taxas de hipotecas e rendimentos dos títulos do Tesouro subiram, refletindo ceticismo dos mercados quanto à capacidade do Fed de implementar mais cortes significativos.
Com a decisão desta quarta-feira, o Fed busca equilibrar sua política diante de um cenário econômico complexo, mas mantém uma abordagem cautelosa para evitar riscos desnecessários à economia.
Indicadores recentes sugerem que a atividade econômica continua a crescer em um ritmo sólido. Desde o início do ano, as condições do mercado de trabalho mostram sinais de alívio, embora a taxa de desemprego tenha subido ligeiramente, permanecendo baixa. A inflação continua a progredir em direção à meta de 2% do Comitê, mas ainda se mantém elevada.
O Comitê busca alcançar emprego máximo e uma taxa de inflação de 2% no longo prazo. Avalia-se que os riscos para os objetivos de emprego e inflação estão equilibrados, embora o panorama econômico siga incerto. O Comitê permanece atento a ambos os lados de seu mandato duplo.
O Comitê afirmou que continuará monitorando informações econômicas, incluindo indicadores do mercado de trabalho, pressões inflacionárias e desenvolvimentos internacionais. Se surgirem riscos que afetem os objetivos, a postura da política monetária poderá ser ajustada.
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