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CNBC Por que os mercados globais ignoram os ataques dos EUA ao Irã

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Grupos de navegação evitam o Estreito de Ormuz para reduzir riscos após ataques dos EUA ao Irã

Publicado 23/06/2025 • 15:17 | Atualizado há 5 horas

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • O número de embarcações que cruzam o estratégico Estreito de Ormuz parece estar diminuindo, segundo a maior associação de transporte marítimo do mundo, em meio ao temor crescente de uma ampliação do conflito no Oriente Médio.
  • Jakob Larsen, chefe de segurança da Bimco, que representa armadores globais, afirmou que todos os proprietários de navios acompanham de perto os desdobramentos na região.
  • As declarações foram feitas pouco depois de os Estados Unidos atacarem no sábado três importantes instalações iranianas de enriquecimento nuclear.
Estreito de Ormuz é estratégico para a logistica global.

Estreito de Ormuz é estratégico para a logistica global.

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O número de embarcações que cruzam o estratégico Estreito de Ormuz parece estar diminuindo, segundo a maior associação de transporte marítimo do mundo – em meio ao temor crescente de uma ampliação do conflito no Oriente Médio.

Jakob Larsen, chefe de segurança da Bimco, que representa armadores e operadores globais, afirmou que todos os proprietários de navios acompanham de perto os desdobramentos na região e que alguns já suspenderam temporariamente as travessias pelo Estreito de Ormuz devido ao agravamento da situação de segurança.

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As declarações foram feitas pouco depois de os Estados Unidos atacarem no sábado três importantes instalações iranianas de enriquecimento nuclear, em uma grande escalada de seu envolvimento na tentativa de Israel de enfraquecer o programa nuclear de Teerã.

O Irã condenou o ataque e afirmou que se reserva o direito de tomar todas as medidas necessárias para defender sua soberania e seu povo.

“Antes do ataque dos EUA, o impacto nas rotas de navegação era limitado”, disse Larsen, da Bimco. “Agora, após o ataque, temos indícios de que o número de navios em trânsito está diminuindo. Se começarmos a ver ataques iranianos contra embarcações, isso provavelmente reduzirá ainda mais o número de navios passando pelo Estreito de Ormuz”, acrescentou.

O Estreito de Ormuz, que liga o Golfo Pérsico ao Mar da Arábia, é considerado um dos principais gargalos do transporte de petróleo no mundo.

Em 2024 e no primeiro trimestre de 2025, por exemplo, o fluxo de petróleo e derivados através do estreito representou cerca de 20% do consumo global, de acordo com a Administração de Informação sobre Energia dos EUA. Cerca de 20% do gás natural liquefeito (GNL) global também transitou pelo Estreito de Ormuz no ano passado, principalmente a partir do Catar.

A interrupção, ainda que temporária, do transporte de petróleo pelo estreito pode elevar os preços globais de energia, aumentar os custos de transporte e provocar atrasos significativos no fornecimento.

Após os ataques dos EUA às principais instalações nucleares, o parlamento iraniano teria aprovado o fechamento do estreito, o que pode provocar tensões com vizinhos e parceiros comerciais.

Modo de espera

Andy Critchlow, chefe de notícias da EMEA na S&P Global Commodity Insights, afirmou que algumas evidências indicam uma desaceleração da navegação no Estreito de Ormuz após os ataques norte-americanos às instalações de Fordo, Natanz e Isfahan.

“O ritmo de entrada de petroleiros no Estreito de Ormuz diminuiu. Temos relatos de empresas que estão colocando petroleiros e navios em modo de espera, aguardando um momento mais oportuno para entrar no estreito”, disse Critchlow ao programa Europe Early Edition da CNBC, na segunda-feira.

“Ao mesmo tempo, há relatos de fornecedores de GNL na região do Golfo que pediram aos compradores para aguardarem antes de ingressar na área, para evitar permanecer com navios parados no Golfo”, acrescentou.

A empresa japonesa Nippon Yusen, uma das maiores operadoras de navios do mundo, recentemente adotou a prática de colocar suas embarcações em espera antes de entrar no Estreito de Ormuz, como forma de reduzir o tempo de permanência no Golfo Pérsico, informou a S&P Global Commodity Insights, citando um porta-voz da companhia.

Essa política preventiva, implementada após a escalada das tensões entre Israel e Irã desde 13 de junho, prevê que os navios façam uma pausa de um ou dois dias, sempre que houver flexibilidade no cronograma, relatou a S&P Global. No entanto, a empresa não suspendeu completamente a navegação pelo Estreito de Ormuz.

A japonesa Mitsui O.S.K. Lines também orientou suas embarcações a limitarem o tempo de permanência no Golfo após os ataques norte-americanos às instalações nucleares iranianas, segundo a Reuters, que citou um porta-voz da empresa na segunda-feira.

Porta-vozes da Nippon Yusen e da Mitsui O.S.K. Lines não responderam de imediato aos contatos da CNBC. A empresa alemã de transporte de contêineres Hapag-Lloyd informou que continua a navegar pelo Estreito de Ormuz.

“No entanto, a situação é imprevisível e pode mudar em questão de horas. Nesse caso, nossos planos de emergência e resposta, que fazem parte do nosso sistema de gestão de crises, serão acionados”, afirmou um porta-voz da Hapag-Lloyd.

Custos de seguro devem disparar

Peter Sand, analista-chefe da plataforma de preços Xeneta, afirmou que, por ora, a atividade de transporte de contêineres no Golfo Pérsico e na parte superior do Oceano Índico segue conforme o esperado.

“Cada empresa avalia o risco individualmente — mas a situação atual exige que todas façam isso diversas vezes por dia. Elas mantêm diálogo próximo com as agências de inteligência nacionais e com seus próprios capitães a bordo”, disse Sand por e-mail à CNBC.

Ao mesmo tempo, Sand observou que os custos de seguro “provavelmente” já aumentaram novamente, especialmente diante das informações de que o parlamento iraniano aprovou o fechamento do Estreito de Ormuz.

A decisão final sobre o fechamento cabe ao Conselho de Segurança Nacional do Irã. A possibilidade do bloqueio elevou o temor de aumento nos preços da energia e de agravamento das tensões geopolíticas, com Washington pedindo a Pequim que intervenha para evitar o fechamento do estreito.

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