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Índia reage às ameaças de Trump e critica EUA e União Europeia por comércio com a Rússia
Publicado 05/08/2025 • 08:16 | Atualizado há 7 horas
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Publicado 05/08/2025 • 08:16 | Atualizado há 7 horas
KEY POINTS
SAUL LOEB / AFP via Getty Images
Imagem de arquivo. Trump e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi
A Índia afirmou estar sendo “alvo” dos Estados Unidos e da União Europeia por suas importações de petróleo russo, após o presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçar o país com tarifas significativamente mais altas em uma publicação nas redes sociais durante a madrugada.
O ministério apontou a hipocrisia de EUA e UE, afirmando: “É revelador que as mesmas nações que criticam a Índia estejam envolvidas em comércio com a Rússia. Diferentemente do nosso caso, esse comércio nem sequer é uma necessidade nacional vital para elas.”
Dados da Comissão Europeia mostram que o comércio bilateral da União Europeia com a Rússia totalizou 67,5 bilhões de euros (US$ 78,1 bilhões) em 2024, enquanto o comércio de serviços em 2023 somou 17,2 bilhões de euros. A Índia destacou que esse volume é “significativamente maior” do que seu comércio total com a Rússia.
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Segundo a embaixada indiana em Moscou, o comércio bilateral entre Índia e Rússia atingiu um recorde de US$ 68,7 bilhões no ano encerrado em março de 2025 — quase 5,8 vezes mais do que os US$ 10,1 bilhões registrados antes da pandemia.
Já a União Europeia foi o terceiro maior parceiro comercial da Rússia em 2024, representando 38,4% do comércio global russo de bens, uma queda em relação a 2020, quando era a principal parceira. Ainda assim, o comércio de bens da UE com a Rússia caiu quase 74% em 2024, ante os 257,5 bilhões de euros registrados em 2021.
A resposta da Índia veio após Trump afirmar, na segunda-feira, que aumentaria “substancialmente” as tarifas sobre o país, sem detalhar o percentual. Na semana anterior, o presidente norte-americano já havia ameaçado impor uma tarifa de 25% sobre as exportações indianas, além de uma “penalidade” não especificada.
Trump também acusou a Índia de comprar petróleo russo com desconto e “revendê-lo no mercado aberto com altos lucros”.
Desde o início da guerra na Ucrânia, a Rússia se tornou a principal fornecedora de petróleo para a Índia, elevando as importações de menos de 100 mil barris por dia antes da invasão — 2,5% do total — para mais de 1,8 milhão de barris diários em 2023 — cerca de 39% das importações totais —, segundo relatório da Administração de Informação de Energia dos EUA (EIA) divulgado no início deste ano.
“Ao longo daquele período, os Estados Unidos incentivaram ativamente tais importações pela Índia, para fortalecer a estabilidade dos mercados globais de energia”, declarou o governo indiano no comunicado.
Eric Garcetti, então embaixador dos EUA na Índia, chegou a afirmar em uma conferência no ano passado que a Índia comprou petróleo russo porque “nós queríamos que alguém comprasse o petróleo russo”.
Segundo a Agência Internacional de Energia, 70% do petróleo bruto exportado pela Rússia em 2024 teve como destino a Índia. O governo indiano afirmou que suas importações visam garantir custos de energia previsíveis e acessíveis para os consumidores locais.
A Índia já havia defendido anteriormente suas compras de petróleo russo. Em entrevista à CNBC no mês passado, o ministro de Energia do país, Hardeep Singh Puri, disse que Nova Déli contribuiu para a estabilização dos preços globais da energia e que isso foi incentivado pelos Estados Unidos.
“Se as pessoas ou países tivessem deixado de comprar naquela época, o preço do barril teria subido para 130 dólares. Foi uma situação na qual fomos aconselhados — inclusive por nossos amigos nos Estados Unidos — a comprar petróleo russo, desde que dentro do teto de preços”, afirmou Puri.
A Índia também criticou os Estados Unidos por continuarem a importar hexafluoreto de urânio para a indústria nuclear, paládio para a indústria de veículos elétricos, além de fertilizantes e produtos químicos da Rússia.
Dados do governo mostram que o comércio bilateral dos EUA com a Rússia foi de US$ 5,2 bilhões em 2024, bem abaixo dos quase US$ 36 bilhões registrados em 2021. Os EUA não impuseram nenhuma tarifa “recíproca” sobre a Rússia.
“Nesse contexto, o ataque à Índia é injustificado e irrazoável. Como qualquer grande economia, a Índia tomará todas as medidas necessárias para proteger seus interesses nacionais e sua segurança econômica”, declarou o governo indiano.
Em entrevista ao programa Squawk Box Asia, da CNBC, Rachel Ziemba, pesquisadora sênior associada do Center for a New American Security, disse que algumas das preocupações da Índia são legítimas. “Foi o governo anterior dos EUA que implementou o sistema de teto de preços, o que facilitou o redirecionamento do comércio.”
Subash Garg, ex-secretário de Finanças da Índia, afirmou ao programa Inside India, da CNBC, que não vê chances de um acordo comercial com os EUA. “Nossas posições são tão diferentes que há muito pouca possibilidade de reconciliação.”
Garg sugeriu que a Índia deveria permitir que a tarifa de 25% ameaçada por Trump entre em vigor. “Se houver demanda americana, eles vão comprar, e os consumidores e importadores americanos pagarão a tarifa. Deixem que arquem com isso.” Qualquer perda nas exportações, segundo ele, pode ser compensada pelo consumo interno ou pela busca de novos mercados.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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