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Investidores fogem para títulos alemães enquanto tarifas de Trump liquidam títulos do Tesouro americano

Publicado 09/04/2025 • 13:22 | Atualizado há 1 uma semana

CNBC

Redação CNBC

KEY POINTS

  • Os mercados globais de títulos estão afetados pela volatilidade após países implementarem tarifas recíprocas contra os EUA, em resposta à taxação imposta por Trump.
  • Os papeis americanos sofreram queda de valor com a fuga de investidores, ao mesmo tempo em que o rendimento teve um aumento para buscar atrair os compradores.
  • Os títulos alemães estavam fora de sincronia com o mercado de longo prazo porque estão sendo vistos como uma alternativa de refúgio seguro enquanto os investidores aguardam mais clareza das consequencias da taxação.
A escalada nas tarifas entre EUA e China gerou forte volatilidade nos mercados de títulos

A escalada nas tarifas entre EUA e China gerou forte volatilidade nos mercados de títulos

Freepik

Os mercados globais de títulos enfrentam turbulência nesta quarta-feira (9), após diversos países implementarem tarifas retaliatórias contra os Estados Unidos em resposta à taxação imposta pelo presidente americano, Donald Trump, na semana passada. Em um cenário de busca por segurança, investidores demonstram crescente interesse na dívida alemã.

Nos Estados Unidos, os títulos do Tesouro (Treasurys) sofreram uma onda de vendas nesta quarta-feira, com queda no valor do papel, coincidindo com a entrada em vigor de novas tarifas e o anúncio de contramedidas por parte da China e da União Europeia. O rendimento do Treasury de 10 anos, um importante indicador, encerrou o dia com alta de 9 pontos-base, atingindo 4,352%. O maior rendimento é uma busca de atrair o investidor que foge da compra do papel.

Os rendimentos desses papeis e os preços dos títulos se movem em direções opostas. Quando o mercado está instável, investidores exigem um preço mais baixo pelo título e um retorno maior de rentabilidade. Essa matemática ajudaria os investidores a ficarem mais interessados em emprestar aos governos por meio da compra dos títulos, que passam a ser considerados ativos mais arriscados.

Do outro lado do Atlântico, os custos dos empréstimos de longo prazo para governos europeus também tiveram elevação. Às 15h55 em Londres, o rendimento italiano de 10 anos subiu 2 pontos-base. Os títulos britânicos de 10 anos, conhecidos como gilts, subiram 12 pontos-base. O rendimento do ouro de 30 anos chegou a disparar 30 pontos-base, marcando uma nova alta de 27 anos, e fechou com alta de 18 pontos-base no último ano.

Para Diana Iovanel, economista sênior de mercados da Capital Economics, os rendimentos dos títulos do Tesouro não apenas refletem as próprias movimentações desses papeis, mas têm um mercado particularmente sensível a fatores que elevam os rendimentos, como as chamadas margem ampliadas de fundos de hedge.

Ela explicou à CNBC que, em um cenário global de risco e incerteza elevados, não surpreende observar maior volatilidade nos títulos públicos americanos em comparação com outros títulos soberanos de países desenvolvidos. Iovanel acrescentou que a delicada situação fiscal do Reino Unido provavelmente já está testando a tolerância dos investidores.

Alemanha é ‘alternativa de refúgio seguro’

Em contraste com a tendência geral, o título alemão de 10 anos, o Bund, considerado referência para a zona do euro, apresentou uma queda de 7 pontos-base em seu rendimento.

Os títulos de curto prazo na Europa, por sua vez, se valorizaram. Os rendimentos dos títulos de 2 anos dos governos da FrançaItáliaGrã-Bretanha foram 9, 6 e 4 pontos-base mais baixos, respectivamente. O rendimento dos títulos alemães de 2 anos caiu 12 pontos-base.

“Um fator sobre o qual as pessoas estão especulando sobre os títulos do Tesouro americano é o tema recorrente de um afastamento do dólar americano, de sua perda de confiança”, disse à CNBC Ken Egan, diretor sênior de títulos soberanos da agência de análise de crédito KBRA, durante uma teleconferência. “Se seguirmos adiante, uma maneira de isso se manifestar é que detentores estruturais de dívida, gestores de reservas na China, podem se afastar dos títulos do Tesouro americano em resposta às mudanças políticas dos EUA.”

Egan acrescentou que os investidores secundários também pareciam estar se afastando dos títulos do Tesouro dos EUA, normalmente vistos como ativos de refúgio tradicionais, dado o clima geopolítico volátil.

“Várias forças estão em conflito, porque há preocupações inflacionárias e uma rápida reprecificação dos títulos do Tesouro com base nisso, mas, por outro lado, há demanda e crescimento fracos, e mais cortes de juros sendo precificados”, disse ele à CNBC.

Nesta quarta-feira, os títulos alemães estavam fora de sincronia com o mercado de longo prazo porque estão sendo vistos como uma alternativa de refúgio seguro, enquanto os investidores — ainda atordoados pela escala das ações de Trump — aguardam mais clareza, disse ele.

Egan também observou que os títulos europeus com prazos de vencimento mais curtos estavam aumentando em valor por serem mais sensíveis às políticas, e os comerciantes querem garantir retornos agora, já que mais cortes nas taxas de juros globais estão sendo precificados.

“Tradicionalmente, você poderia ter entrado nos EUA durante um período de volatilidade, mas esta é uma história americana. A Alemanha está se beneficiando de uma fuga para a qualidade mais ampla. O país já disse ao mercado o que vai fazer, há clareza sobre como será seu caminho”, acrescentou Egan, referindo-se à recente aprovação de um enorme pacote fiscal por Berlim para infraestrutura, clima e defesa.

Em nota na quarta-feira, Freya Beamish, economista-chefe da TS Lombard, comparou o aumento nos custos de empréstimos do governo dos EUA à crise do “mini orçamento” do Reino Unido em 2022, que  abalou os fundos de pensão do país  e levou à  intervenção emergencial do mercado  pelo Banco da Inglaterra.

“O que é realmente preocupante sobre choques negativos de oferta é que eles elevam a inflação e destroem a demanda ao mesmo tempo, destruindo a capacidade de hedge dos títulos para ações. Eles são destruidores de capital”, disse ela.

A questão aqui não é quem está certo ou errado sobre os efeitos de longo prazo das tarifas. Trata-se da percepção dos investidores sobre a probabilidade desses tipos de choques. E, uma vez que essa narrativa comece a ser precificada, o risco é de aceleradores financeiros entrarem em ação, como aconteceu no Reino Unido com a crise dos LDIs.

Alex Brazier, chefe global de soluções de investimento e portfólio da BlackRock, disse ao programa “Squawk Box Europe” da CNBC na quarta-feira que os últimos meses foram um lembrete para os investidores de que “estamos em um novo mundo”.

“Esta não é uma situação em que um índice clássico de ações, um índice amplo de títulos e uma carteira fixa e esquecida seja o ideal”, disse ele. “Observando os fundamentos do mercado de títulos dos EUA, temos alguns aspectos técnicos em andamento, temos sinais iniciais de estresse no mercado de swaps, que merecem ser observados de perto.”

Enquanto isso, Susannah Streeter, chefe de dinheiro e mercados da Hargreaves Lansdown, disse à CNBC por e-mail que alguns rendimentos de títulos do governo europeu subiram, apesar das crescentes expectativas de cortes nas taxas de juros na região.

“É provável que isso se deva ao fato de os investidores estarem vendendo suas posições em títulos europeus para comprar títulos do Tesouro americano, visto que eles estão oferecendo rendimentos mais altos”, disse ela. “No entanto, os rendimentos dos títulos do Tesouro americano estão caindo novamente, e a situação continua muito instável.”

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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