Publicado 09/12/2024 • 21:46
KEY POINTS
Luigi Mangione, considerado uma “pessoa de interesse” no assassinato do CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson, combina um perfil acadêmico brilhante com declarações controversas sobre tecnologia e sociedade em suas redes sociais.
Mangione, de 26 anos, natural da cidade de Towson, no estado Maryland, nos Estados Unidos, formou-se como orador da turma na prestigiosa Gilman School, uma escola particular em Baltimore, onde o custo anual do ensino médio ultrapassa US$ 37 mil.
Em seu discurso de formatura de 2016, ele destacou a coragem de sua turma para “explorar o desconhecido e tentar coisas novas”.
Mangione cresceu em uma família de destaque: neto de um incorporador imobiliário conhecido na região e primo de um delegado estadual do Partido Republicano, ele frequentou escolas de prestígio e sempre demonstrou excelência acadêmica.
Mangione continuou sua trajetória na Universidade da Pensilvânia, onde obteve graduação e mestrado em Ciência da Computação e Engenharia. Durante sua passagem pela universidade, fundou o Game Research and Development Environment (GRADE), um clube dedicado à pesquisa e ao desenvolvimento de videogames.
Também foi membro da sociedade honorífica Eta Kappa Nu, que reconhece excelência em engenharia elétrica e de computação.
Após sua formação, Mangione trabalhou como engenheiro de software na TrueCar, uma plataforma de vendas de automóveis, e realizou estágios no Johns Hopkins Laboratory for Computational Sensing and Robotics e na Firaxis Games, desenvolvedora de jogos.
Sua presença no setor de tecnologia parecia consolidada, com um perfil público que destacava habilidades avançadas e iniciativas inovadoras.
Apesar de seu sucesso acadêmico e profissional, Mangione demonstrava interesses menos convencionais em sua vida pessoal. Ele mantinha uma presença ativa no Goodreads, onde deixou comentários controversos sobre o manifesto do “Unabomber”, Ted Kaczynski.
Em uma resenha, descreveu o documento como revolucionário e destacou sua “presciência” ao prever problemas da sociedade moderna.
Mangione também se interessava por temas de saúde e bem-estar, com foco particular em dor crônica. Em sua estante virtual, figuravam livros como Back Mechanic e Healing Back Pain. Investigadores acreditam que esses interesses podem estar conectados a experiências pessoais ou familiares com doenças crônicas.
Brian Thompson foi morto na manhã de 4 de dezembro em Manhattan, enquanto caminhava para a conferência anual de investidores da UnitedHealth Group.
O assassinato foi descrito pela polícia como “direcionado e ousado”.
No local do crime, foram encontradas cápsulas de munição com palavras como “negar”, “defender” e “depor” — uma referência, segundo críticos, às práticas das seguradoras de saúde nos Estados Unidos.
Mangione foi preso em 9 de dezembro, em um McDonald’s na Pensilvânia, após ser reconhecido por um funcionário. Durante a prisão, ele portava uma arma fantasma com silenciador, identidades falsas e um manifesto manuscrito que criticava o sistema de saúde americano.
No documento, ele descrevia seu ressentimento contra “a América corporativa” e justificava ações violentas como resposta.
Embora a polícia não tenha formalizado um motivo, o manifesto de Mangione sugere um ódio profundo pelo sistema de saúde privado. Investigações indicam que ele pode ter tido uma experiência pessoal traumática com cuidados médicos, alimentando sua raiva. Em redes sociais, Mangione também se descrevia como um “quebrador do sistema” e frequentemente criticava o capitalismo.
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