O presidente dos EUA, Donald Trump, discursa durante uma reunião de gabinete na Sala do Gabinete da Casa Branca, em Washington, DC, em 30 de abril de 2025.

CNBC Trump assina ordem para impulsionar a fabricação de medicamentos nos EUA

Mundo

Maior economia da Europa, Alemanha cresce 0,2% no 1º trimestre; tarifaço dos EUA ameaça perspectiva de crescimento do país

Publicado 30/04/2025 • 08:43 | Atualizado há 6 dias

CNBC

Redação CNBC

KEY POINTS

  • A economia da Alemanha cresceu 0,2% no primeiro trimestre em relação aos três meses anteriores, segundo dados preliminares divulgados nesta quarta-feira (30).
  • O dado do produto interno bruto (PIB) ficou em linha com as estimativas de economistas consultados pela Reuters. A economia alemã, a maior da Europa, tem apresentado desempenho fraco há tempos, com seu PIB alternando entre crescimento e contração em cada trimestre ao longo de 2023 e 2024.
  • Paralelamente, as políticas tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump, lançaram incertezas sobre a Alemanha, altamente dependente das exportações, sendo os Estados Unidos seu principal parceiro comercial.
Duas bandeiras alemãs tremulam em frente e no topo do edifício do Reichstag ao pôr do sol.

Duas bandeiras alemãs tremulam em frente e no topo do edifício do Reichstag ao pôr do sol.

Photo by Hannes P Albert/picture alliance via Getty Images (Reprodução CNBC Internacional)

A economia da Alemanha cresceu 0,2% no primeiro trimestre em relação ao trimestre anterior, segundo dados preliminares divulgados nesta quarta-feira (30), enquanto as tensões tarifárias dos EUA ameaçam as perspectivas de crescimento do país.

O número, divulgado pelo escritório federal de estatísticas da Alemanha, foi ajustado por variações de preços, calendário e fatores sazonais.

A leitura do PIB ficou em linha com as previsões dos economistas consultados pela Reuters. O PIB alemão havia recuado 0,2% no quarto trimestre.

Leia também:

O escritório de estatísticas atribuiu o aumento trimestral ao fato de que “tanto os gastos de consumo das famílias quanto a formação de capital foram maiores do que no trimestre anterior”.

Embora reconheça que os números desta quarta-feira sejam positivos, “o aumento trimestral ainda é pequeno demais para encerrar a estagnação prolongada do país”, disse Carsten Brzeski, chefe global de macroeconomia do ING, em nota.

A maior economia da Europa tem se mostrado fraca há tempos, com o PIB oscilando entre crescimento e contração a cada trimestre ao longo de 2023 e 2024. O país conseguiu até agora evitar uma recessão técnica, definida como dois trimestres consecutivos de retração.

Setores-chave da economia, como o automotivo, vêm sofrendo com o aumento da concorrência da China. Outras indústrias, incluindo construção civil e infraestrutura, também enfrentam dificuldades, atribuídas a custos mais altos, investimentos contidos e entraves burocráticos.

Paralelamente, as políticas tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump, lançaram incertezas sobre a Alemanha, altamente dependente das exportações, sendo os Estados Unidos seu principal parceiro comercial.

Como parte da União Europeia, a Alemanha está sujeita às tarifas de 20% sobre bens exportados aos EUA, embora essas tarifas tenham sido temporariamente reduzidas para 10% a fim de permitir tempo para negociações. Tarifas dos EUA sobre aço, alumínio e automóveis também afetam o país.

Na semana passada, o governo alemão revisou para baixo sua previsão econômica, prevendo estagnação em 2025, com o ministro da economia em fim de mandato, Robert Habeck, afirmando que as políticas comerciais de Trump e seus impactos no país foram o principal motivo para a revisão.

Um ponto positivo pode estar no horizonte. No início deste ano, a Alemanha fez mudanças na sua antiga regra fiscal do “freio da dívida”, permitindo um aumento nos gastos com defesa e criando um fundo de 500 bilhões de euros (US$ 570 bilhões) voltado para investimentos em infraestrutura e clima.

Essa medida tem sido amplamente considerada uma mudança positiva para a economia alemã, embora ainda dependa bastante de como as alterações serão implementadas.

“O relatório de PIB de hoje pinta um quadro do que poderia ter acontecido se não fosse o ataque tarifário do presidente dos EUA, Donald Trump — uma economia que atinge o fundo do poço e passa por uma recuperação cíclica fraca, mas que poderia ganhar impulso com o estímulo fiscal anunciado”, disse Brzeski, do ING.

Embora essa recuperação ainda possa ocorrer, o processo agora provavelmente será mais demorado, avaliou o analista. Ele ressaltou que tarifas, incertezas e outras mudanças no comércio e na geopolítica pesam nas perspectivas econômicas de curto prazo, enquanto as medidas fiscais planejadas podem impulsionar o crescimento de longo prazo.

Embora a economia da Alemanha esteja fraca, a taxa de inflação local vem se aproximando da meta de 2% do Banco Central Europeu. O índice de preços ao consumidor do país, harmonizado para comparabilidade na zona do euro, foi de 2,3% em março na comparação anual, abaixo dos 2,6% registrados em fevereiro.

Dados preliminares de inflação para abril serão divulgados ainda nesta quarta-feira, com economistas consultados pela Reuters prevendo uma leitura de 2,1%.

📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:

🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais

🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562

🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube

🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, TCL Channels, Pluto TV, Soul TV, Zapping | Novos Streamings

Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

MAIS EM Mundo