O secretário de Estado, Marco Rubio, afirmou neste domingo que um acordo temporário de cessar-fogo entre Ucrânia e Rússia “não está fora de questão”, embora líderes dos EUA, da Ucrânia e da Rússia concordem que o melhor resultado seria um acordo de paz que encerrasse a guerra permanentemente.
“Todos concordaram que a melhor forma de encerrar este conflito é por meio de um acordo de paz completo”, disse Rubio ao programa Meet the Press, da NBC News. “Não há dúvidas sobre isso. Quero dizer, quem seria contra se amanhã chegássemos a você e disséssemos: ‘Temos um acordo de paz completo, e está feito.’ Acho que essa é a melhor maneira de terminar a guerra.”
“Agora, se será necessário um cessar-fogo no caminho, nós defendemos isso”, acrescentou Rubio. “Infelizmente, os russos, até agora, não concordaram.”
Os comentários de Rubio surgem dias após o presidente Donald Trump retornar do Alasca, onde se reuniu por várias horas com o presidente russo, Vladimir Putin, e uma delegação de líderes russos.
O fato de nem o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, nem representantes da Ucrânia estarem presentes nas discussões não diminuiu a esperança das autoridades americanas de que poderiam pressionar Putin a aceitar um cessar-fogo ou um acordo de paz.
Após a reunião no Alasca, Trump disse aos repórteres: “Não há acordo até que haja um acordo.”
Dificuldades para negociar o cessar-fogo
Durante a entrevista, Rubio culpou Putin pela falta de avanço em direção ao cessar-fogo, em resposta a perguntas sobre os ataques russos recentes na Ucrânia: “Geralmente é muito difícil negociar no meio das hostilidades. Mas a única forma de haver um cessar-fogo é que ambos os lados concordem em parar de disparar um contra o outro… e os russos simplesmente não concordaram”, disse ele.
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Zelensky se prepara para reunião em Washington
Zelensky vai viajar à Casa Branca nesta segunda-feira (18), para se reunir com Trump e outros líderes europeus, incluindo o presidente da Finlândia, Alexander Stubb, o chanceler alemão, Friedrich Merz, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte e o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer.
Em Bruxelas, durante coletiva conjunta com von der Leyen, Zelensky destacou a importância de um cessar-fogo para que as negociações do acordo de paz continuem:
“Putin tem muitas exigências, mas não sabemos todas elas, e se forem tantas quanto ouvimos, levará muito tempo para analisá-las, e é impossível fazer isso sob a pressão das armas. Portanto, é necessário parar o fogo e trabalhar rapidamente em um acordo final. Falaremos sobre isso em Washington. Putin não quer parar as mortes, mas ele deve fazê-lo”, disse o presidente ucraniano.
Sanções e pressões diplomáticas
Rubio comentou ainda sobre a decisão da administração Trump de não impor novas sanções à Rússia, apesar da relutância de Putin em avançar para um acordo de paz:
“O que estamos tentando fazer agora é encerrar a guerra. Se não conseguirmos chegar a um acordo, haverá consequências, não apenas pela continuação da guerra, mas também pelo prolongamento das sanções existentes e possivelmente novas sanções. Mas nosso objetivo neste momento é acabar com a guerra”, afirmou Rubio.
Ele acrescentou que novas sanções dificilmente obrigariam a Rússia a aceitar um cessar-fogo, já que o país já está sob sanções severas. O secretário destacou que impor sanções agora poderia comprometer a negociação de um acordo de paz duradouro:
“Essas opções (de sanções) permanecem com o presidente. No momento em que ele tomar essas medidas, todas as negociações param. No momento em que nós tomarmos essas medidas, não haverá mais ninguém no mundo para tentar convencer os russos a sentar à mesa e chegar a um acordo de paz. Espero que esse momento não chegue, porque espero que consigamos um acordo de paz.”
Embora Rubio tenha evitado detalhar as negociações entre Ucrânia, Rússia, EUA e aliados europeus, dois pontos têm surgido publicamente nas últimas semanas: trocas territoriais e garantias de segurança para a Ucrânia.
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