Musk exige que funcionários federais dos EUA prestem contas de sua semana de trabalho
Publicado dom, 23 fev 2025 • 8:29 AM GMT-0300 | Atualizado há 5 horas
Publicado dom, 23 fev 2025 • 8:29 AM GMT-0300 | Atualizado há 5 horas
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Elon Musk
Foto: Bret Hartman/TED
A administração Trump enviou e-mails na noite de sábado (22) a funcionários do governo federal dos Estados Unidos exigindo uma prestação de contas de sua semana de trabalho até a noite de segunda-feira (24), sob risco de perderem seus empregos.
Os e-mails foram enviados pouco depois de Elon Musk, bilionário à frente do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) da administração Trump, publicar na rede social X que a falta de resposta seria considerada uma renúncia ao cargo.
“Todos os funcionários federais receberão em breve um e-mail solicitando um resumo do que fizeram na última semana”, escreveu Musk. “A não resposta será considerada uma renúncia.”
A declaração ocorreu poucas horas depois de o presidente Donald Trump afirmar em sua plataforma, Truth Social, que o DOGE deveria intensificar seus esforços para reduzir e reestruturar a força de trabalho federal, composta por 2,3 milhões de servidores.
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O e-mail, enviado a diversas agências federais — como a Comissão de Valores Mobiliários (SEC), a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) — tinha como assunto “O que você fez na última semana?”.
A mensagem, vista pela agência de notícias Reuters, pedia que os servidores respondessem com cinco tópicos resumindo suas atividades da última semana e copiassem seus gestores no e-mail. O prazo para envio era até as 23h59 (horário de Washington) de segunda-feira.
O e-mail foi enviado por um endereço do Escritório de Gestão de Pessoal (OPM, na sigla em inglês). No entanto, não está claro qual a base legal para que Musk demita funcionários federais que não responderem à solicitação nem o que acontecerá com aqueles que realizam trabalhos confidenciais e não podem detalhá-los.
Funcionários do Judiciário federal também receberam a mensagem, embora o sistema judiciário não faça parte do Poder Executivo, segundo fontes ouvidas pela Reuters. A Administração dos Tribunais dos EUA, responsável pela gestão do Judiciário, não comentou o caso.
Servidores do Departamento de Proteção Financeira ao Consumidor (CFPB) também receberam o e-mail. No entanto, a maioria já havia sido instruída a interromper suas atividades no início do mês devido a uma ordem judicial que impede demissões em massa até a conclusão de processos legais.
O DOGE não respondeu imediatamente a pedidos de comentário.
O sindicato AFGE, que representa funcionários públicos federais, afirmou que vai contestar qualquer demissão “ilegal”.
“Mais uma vez, Elon Musk e a administração Trump demonstram seu total desprezo pelos servidores federais e pelos serviços essenciais que prestam ao povo americano”, declarou Everett Kelley, presidente do AFGE.
A estratégia da administração Trump para reduzir gastos do governo por meio do enxugamento da máquina pública, conduzida por Musk e seus assessores no DOGE, tem sido alvo de críticas. As demissões em massa já levaram a erros administrativos, forçando algumas agências a recontratar servidores essenciais para setores como segurança nuclear, defesa e geração de energia.
O primeiro grupo de demitidos inclui funcionários em estágio probatório — com menos de dois anos no cargo — e servidores que mudaram recentemente de função dentro das agências. No entanto, algumas demissões atingiram trabalhadores cujos salários não são custeados pelos contribuintes, gerando insatisfação na população preocupada com a perda de serviços e o impacto econômico da redução de empregos federais.
Trump tem mencionado Musk como principal responsável pelo DOGE, embora o departamento não tenha status ministerial. No entanto, a Casa Branca afirmou em um documento judicial neste mês que Musk não tem autoridade sobre o DOGE e não é funcionário do governo.
Diante da polêmica, algumas agências federais enviaram comunicados aos funcionários pedindo que aguardassem antes de responder ao e-mail, enquanto avaliam a legalidade da solicitação e um possível protocolo de resposta.
“Para deixar claro, essa solicitação é irregular, inesperada e requer validação adicional por parte da administração”, dizia um e-mail enviado a funcionários da NOAA, segundo a Reuters.
O Escritório Executivo para Promotores dos EUA também orientou os servidores a não responderem imediatamente até que a autenticidade da mensagem seja confirmada.
Funcionários federais, já apreensivos com as demissões das últimas semanas, demonstraram indignação com a exigência.
“Depois de mais de duas décadas de serviço público, com avaliações de desempenho impecáveis e cerca de 18 prêmios de reconhecimento, agora alguém do OPM vai ler meus cinco tópicos e decidir se sou produtivo o suficiente?”, questionou um servidor federal ouvido pela Reuters.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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