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‘Putin mente profissionalmente’, diz ex-presidente francês sobre como negocia o líder russo
Publicado 15/08/2025 • 14:43 | Atualizado há 2 horas
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Publicado 15/08/2025 • 14:43 | Atualizado há 2 horas
KEY POINTS
O presidente russo Vladimir Putin.
Foto: Vyacheslav PROKOFYEV / POOL / AFP
Em 2015, François Hollande, então presidente da França, esteve frente a frente com Vladimir Putin em Minsk, Belarus, ao lado da chanceler alemã Angela Merkel. O objetivo era negociar a paz no conflito do leste da Ucrânia — embate que antecedeu a guerra iniciada em 2022.
Nessa reunião, Hollande diz ter observado um traço marcante do líder russo: a habilidade de “mentir profissionalmente”. Em entrevista ao Financial Times, o francês relembrou as negociações e fez um alerta direto ao presidente dos EUA, Donald Trump, que se encontra hoje (15) com Putin pela primeira vez desde o início da invasão da Ucrânia.
Segundo Hollande, Putin inicia encontros contando uma longa versão da história do conflito, que pode se estender por horas. “O método russo é fazer reuniões durarem muito, sem que nada realmente aconteça”, afirmou. Nesse relato, muitos fatos seriam distorcidos, e a única forma de evitar ser manipulado é ter conhecimento detalhado da situação.
O francês lembrou que, em 2015, Putin negava qualquer envolvimento com separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia, embora houvesse financiamento e apoio militar. “Era uma mentira tão grande que impressionava”, disse.
Para Hollande, a principal meta russa em negociações é ganhar tempo. Ele citou que, ao final dos encontros, Putin sempre oferecia “uma abertura” — uma mediação, uma nova reunião ou um grupo de trabalho — para que o outro lado pudesse acreditar em avanços.
O Acordo de Minsk, firmado naquele ano, não impediu que a Rússia invadisse a Ucrânia sete anos depois e anexasse parte do território.
Hollande vê um contraste claro entre os dois líderes. Putin, que governa há mais de duas décadas, é paciente e trabalha com horizontes de longo prazo. Trump, por outro lado, teria pressa para encerrar conflitos, visando cumprir promessas de campanha. “Putin sabe que estará no poder daqui a meses ou anos. Trump quer resultados rápidos”, observou.
Um ex-assessor francês que participou das negociações de 2015 acrescentou que o líder russo atua com “má-fé estruturada e meticulosa”. Como exemplo, citou o episódio em que Putin rejeitou monitoramento externo da fronteira com a Ucrânia, alegando que ela não havia sido violada — o que depois se provou falso.
Sobre o encontro no Alasca, o ex-assessor afirmou que não espera um acordo. Para ele, Putin busca apenas que Trump suspenda o apoio à Ucrânia — movimento que considera alinhado à inclinação natural do presidente americano.
O cenário que levou à reunião de 2015 começou em março de 2014, quando a Rússia invadiu e anexou a Crimeia. O ato intensificou os combates entre o exército ucraniano e grupos separatistas pró-Rússia nas províncias de Donetsk e Luhansk.
Em fevereiro de 2015, representantes da Rússia, Ucrânia, OSCE e líderes separatistas assinaram um acordo de 13 pontos para encerrar as hostilidades. França e Alemanha apoiaram o texto, que ficou conhecido como Acordos de Minsk II.
As medidas previstas — militares e políticas — jamais foram plenamente implementadas. A Rússia manteve a posição de que não era parte do conflito e, portanto, não se considerava obrigada a cumprir os termos. Em 2022, Putin justificou a nova invasão como uma ação para “proteger populações etnicamente russas” na Ucrânia.
Em 2015, François Hollande, então presidente da França, esteve frente a frente com Vladimir Putin em Minsk, Belarus, ao lado da chanceler alemã Angela Merkel. O objetivo era negociar a paz no conflito do leste da Ucrânia — embate que antecedeu a guerra iniciada em 2022.
Nessa reunião, Hollande diz ter observado um traço marcante do líder russo: a habilidade de “mentir profissionalmente”. Em entrevista ao Financial Times, o francês relembrou as negociações e fez um alerta direto ao presidente dos EUA, Donald Trump, que se encontra hoje (15) com Putin pela primeira vez desde o início da invasão da Ucrânia.
Segundo Hollande, Putin inicia encontros contando uma longa versão da história do conflito, que pode se estender por horas. “O método russo é fazer reuniões durarem muito, sem que nada realmente aconteça”, afirmou. Nesse relato, muitos fatos seriam distorcidos, e a única forma de evitar ser manipulado é ter conhecimento detalhado da situação.
O francês lembrou que, em 2015, Putin negava qualquer envolvimento com separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia, embora houvesse financiamento e apoio militar. “Era uma mentira tão grande que impressionava”, disse.
Para Hollande, a principal meta russa em negociações é ganhar tempo. Ele citou que, ao final dos encontros, Putin sempre oferecia “uma abertura” — uma mediação, uma nova reunião ou um grupo de trabalho — para que o outro lado pudesse acreditar em avanços.
O Acordo de Minsk, firmado naquele ano, não impediu que a Rússia invadisse a Ucrânia sete anos depois e anexasse parte do território.
Hollande vê um contraste claro entre os dois líderes. Putin, que governa há mais de duas décadas, é paciente e trabalha com horizontes de longo prazo. Trump, por outro lado, teria pressa para encerrar conflitos, visando cumprir promessas de campanha. “Putin sabe que estará no poder daqui a meses ou anos. Trump quer resultados rápidos”, observou.
Um ex-assessor francês que participou das negociações de 2015 acrescentou que o líder russo atua com “má-fé estruturada e meticulosa”. Como exemplo, citou o episódio em que Putin rejeitou monitoramento externo da fronteira com a Ucrânia, alegando que ela não havia sido violada — o que depois se provou falso.
Sobre o encontro no Alasca, o ex-assessor afirmou que não espera um acordo. Para ele, Putin busca apenas que Trump suspenda o apoio à Ucrânia — movimento que considera alinhado à inclinação natural do presidente americano.
O cenário que levou à reunião de 2015 começou em março de 2014, quando a Rússia invadiu e anexou a Crimeia. O ato intensificou os combates entre o exército ucraniano e grupos separatistas pró-Rússia nas províncias de Donetsk e Luhansk.
Em fevereiro de 2015, representantes da Rússia, Ucrânia, OSCE e líderes separatistas assinaram um acordo de 13 pontos para encerrar as hostilidades. França e Alemanha apoiaram o texto, que ficou conhecido como Acordos de Minsk II.
As medidas previstas — militares e políticas — jamais foram plenamente implementadas. A Rússia manteve a posição de que não era parte do conflito e, portanto, não se considerava obrigada a cumprir os termos. Em 2022, Putin justificou a nova invasão como uma ação para “proteger populações etnicamente russas” na Ucrânia.
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