A Nothing, startup britânica de smartphones, anunciou nesta terça-feira (4) o lançamento do Phone (3a), um modelo acessível que busca trazer inovação ao mercado móvel, muitas vezes criticado pela falta de diferenciação entre os dispositivos.
O Phone (3a) se destaca pelo design incomum, com formas geométricas distintas e luzes chamadas “Glyph”, localizadas na parte traseira do aparelho. Essas luzes acendem em resposta a toques, notificações e efeitos sonoros personalizados.
O modelo será vendido a partir de 329 libras (aproximadamente US$ 414), enquanto a versão Phone (3a) Pro, que traz melhorias no conjunto de câmeras, terá um preço inicial de 449 libras.
A aposta da Nothing para revitalizar a tecnologia de consumo
Fundada em 2020 por Carl Pei, ex-cofundador da OnePlus, a Nothing surgiu com a proposta de trazer mais personalidade e inovação ao setor de tecnologia de consumo.
“No passado, as pessoas eram muito otimistas em relação à tecnologia. Agora, são indiferentes. Deve haver uma forma de quebrar esse ciclo”, afirmou Pei em entrevista à CNBC em 2021.
A OnePlus, antiga empresa de Pei, conquistou um público fiel ao lançar smartphones Android acessíveis e bem projetados, promovidos por campanhas de marketing não convencionais. Com a Nothing, Pei parece seguir uma estratégia semelhante. Antes do lançamento do Phone (3a), a empresa divulgou um vídeo em que um robô humanoide da startup norueguesa 1X desembrulha o dispositivo e o exibe para o público.
Diferenciação no mercado de smartphones
Para especialistas do setor, a Nothing busca se destacar em um mercado saturado.
“Se você quer vender smartphones em um segmento mais acessível, precisa oferecer algo que se diferencie”, afirmou Ben Wood, analista-chefe da consultoria CCS Insight, à CNBC.
O Phone (3a) vem equipado com um sistema de três câmeras traseiras, incluindo:
- Lente principal de 50 MP com estabilização óptica de imagem (evita tremores e borrões);
- Lente telefoto de 50 MP para zoom aprimorado;
- Lente ultrawide de 8 MP fabricada pela Sony.
O modelo é alimentado pelo chip Snapdragon 7s Gen 3, da Qualcomm, uma mudança em relação ao processador MediaTek Dimensity 7200 Pro, utilizado no Phone (2a) no ano passado.
Expectativa de vendas
Embora tenha um design inovador e um sistema de câmeras robusto, o Phone (3a) não se diferencia drasticamente de outros dispositivos disponíveis no mercado. Seu formato lembra o de um iPhone, e suas especificações são compatíveis com diversos modelos de sua faixa de preço.
A Nothing não tem a mesma escala de produção de gigantes como Apple e Samsung, mas analistas acreditam que vender centenas de milhares de unidades já seria considerado um sucesso para a empresa.
“A Nothing opera com uma estrutura enxuta para manter a viabilidade do negócio”, explicou Wood.
Até o momento, a startup vendeu mais de 7 milhões de produtos, incluindo seus fones de ouvido Ear, e alcançou US$ 1 bilhão em receita acumulada até 2024.
Foco no mercado indiano
Para competir globalmente, a Nothing precisará ser agressiva nos preços, principalmente na Índia, um dos mercados-alvo da marca. Em janeiro, Pei afirmou que a Nothing foi a marca de smartphones que mais cresceu no país, com um aumento de 557% nas vendas em 2024.
No entanto, a versão Phone (3a) Pro não será vendida na Índia. A empresa anunciou que Akis Evangelidis, cofundador da Nothing, se mudará para o país ainda este ano para liderar as operações locais.
Com design inovador e uma abordagem ousada, a Nothing tenta conquistar espaço em um mercado dominado por grandes marcas — e provar que ainda há espaço para inovação nos smartphones.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
