Presidente do Azerbaijão acusa Rússia por queda de avião da Embraer
Publicado 29/12/2024 • 14:24 | Atualizado há 4 meses
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Publicado 29/12/2024 • 14:24 | Atualizado há 4 meses
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Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev.
Foto: Site oficial do Presidente da República do Azerbaijão/Divulgação via REUTERS
O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, afirmou neste domingo (29) que o avião da Embraer que caiu na semana passada e deixou 38 mortos foi atingido por disparos vindos do território russo. Aliyev ainda disse que autoridades russas teriam mentido sobre as causas do desastre.
No sábado (28), o presidente russo, Vladimir Putin, pediu desculpas a Aliyev pelo “trágico incidente” ocorrido no espaço aéreo russo na última quarta-feira, quando defesas antiaéreas da Rússia tentaram interceptar drones de ataque ucranianos. Apesar disso, o governo russo não confirmou que o avião foi abatido pela Rússia, informando apenas que abriu uma investigação criminal sobre o caso.
“O avião foi derrubado por engano”, disse Aliyev à emissora estatal do Azerbaijão. Ele disse que a aeronave sofreu interferências eletrônicas e, em seguida, foi atingida enquanto se aproximava da cidade de Grozny, no sul da Rússia.
O presidente do Azerbaijão criticou duramente as primeiras reações vindas da Rússia. “Infelizmente, nos três primeiros dias, ouvimos apenas versões absurdas”, afirmou Aliyev, referindo-se a explicações russas que atribuíam a queda do avião a colisões com pássaros ou à explosão de um cilindro de gás. “Fomos testemunhas de claras tentativas de encobrir o caso”, disse.
Aliyev exigiu que a Rússia reconheça a responsabilidade pelo abate do avião e puna os envolvidos. Apesar das acusações, o presidente mantém laços próximos com Moscou e é ex-aluno de uma das universidades mais prestigiadas da capital russa.
O voo J2-8243 da Azerbaijan Airlines, que partiu da capital Baku, caiu na última quarta-feira próximo à cidade de Aktau, no Cazaquistão, após desviar sua rota em meio a ataques de drones ucranianos no sul da Rússia.
Fontes ligadas à investigação preliminar conduzida pelo Azerbaijão informaram à agência Reuters que as defesas aéreas russas abateram o avião por engano. No domingo, Putin e Aliyev voltaram a conversar por telefone, mas o governo russo não divulgou detalhes sobre a chamada.
A rara declaração de desculpas de Putin, no sábado, é vista como um indicativo de que Moscou pode assumir parte da responsabilidade pela tragédia, embora ainda relute em fazê-lo publicamente.
As declarações de Aliyev ocorreram no mesmo dia em que o Azerbaijão homenageou as vítimas do acidente. Os pilotos Igor Kshnyakin e Alexander Kalyaninov, ambos de origem russa e com cidadania azeri, foram condecorados postumamente em uma cerimônia no Alley of Honour, em Baku. A comissária de bordo Hokuma Aliyeva também recebeu homenagens.
Os pilotos foram elogiados por sua coragem ao realizar um pouso de emergência que salvou 29 pessoas, mesmo sabendo que isso lhes custaria a vida. “Os pilotos eram experientes e sabiam que não sobreviveriam a este pouso forçado”, afirmou Aliyev, destacando o heroísmo dos comandantes.
“Ao agir para salvar os passageiros, eles demonstraram grande heroísmo e, graças a isso, houve sobreviventes”, disse.
A aeronave, um jato Embraer, havia partido de Baku com destino a Grozny, na região da Chechênia, antes de desviar centenas de quilômetros pelo Mar Cáspio em uma tentativa desesperada de encontrar um local para pouso.
O Alley of Honour, cemitério mais importante do Azerbaijão, é o local de descanso de grandes nomes da política, literatura e ciência do país, incluindo Heydar Aliyev, pai do atual presidente.
Anastasia Kshnyakina, filha do capitão Kshnyakin, emocionou os presentes ao falar sobre o pai. “Meu pai sempre dizia: quando decolo, sou responsável não apenas pela minha vida, mas também pela vida de todos os passageiros e tripulantes. Com seu último voo, ele provou o que é ser um verdadeiro herói”, afirmou.
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