CNBC Primeiro-ministro do Catar nega que presente de jato para Trump seja suborno

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Primeiro-ministro do Catar nega que presente de jato para Trump seja suborno

Publicado 20/05/2025 • 12:45 | Atualizado há 3 horas

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • O primeiro-ministro do Catar negou as acusações de que a oferta de um jato Boeing 747, avaliado em cerca de US$ 400 milhões (R$ 2,2 bilhões), ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, seria uma tentativa de angariar favores da administração da Casa Branca.
  • “Eu considero isso uma troca entre dois países", disse.
  • Al-Thani enfatizou nesta terça-feira que o gesto foi uma “coisa normal que acontece entre aliados” e refutou as alegações de que o Catar estaria tentando “comprar influência com esta administração.”

O presidente Donald Trump se encontra com o emir do Catar durante reunião bilateral, domingo, 21 de maio de 2017, no Hotel Ritz-Carlton em Riad, Arábia Saudita.

White House Photo / Shealah Craighead / Flickr

O primeiro-ministro do Catar negou nesta terça-feira (20) as acusações de que a oferta de um jato Boeing 747, avaliado em cerca de US$ 400 milhões (R$ 2,2 bilhões), ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, seria uma tentativa de angariar favores da administração da Casa Branca.

“Considero isso uma troca entre dois países. E, basicamente, a relação que temos entre o Catar e os Estados Unidos é uma relação muito institucionalizada”, afirmou Sheikh Mohammed bin Abdulrahman al-Thani. “A história do avião é uma transação entre o Ministério da Defesa e o Departamento de Defesa, feita com total transparência e de maneira legal, e faz parte da cooperação que temos feito juntos há décadas.”

Trump, que realizou uma turnê relâmpago pelo Oriente Médio na semana passada, passando por Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos, foi criticado por políticos da oposição nos Estados Unidos após o Catar ter proposto o presente do jato.

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Na mesma época, o Catar também concordou em encomendar até 210 aeronaves modelo Boeing 787 Dreamliner e 777X, fabricadas nos Estados Unidos, e movidas por motores da GE Aerospace, em uma negociação que a Casa Branca chamou de “maiores pedidos de aviões de fuselagem larga e 787 da história” para a Boeing — um grande contratante de defesa dos Estados Unidos.

Al-Thani enfatizou nesta terça-feira que o gesto foi uma “coisa normal que acontece entre aliados” e refutou as alegações de que o Catar estaria tentando “comprar influência com esta administração.”

“É uma relação de duas vias. É mutuamente benéfica para o Catar e para os Estados Unidos. Nada foi feito por nós de maneira obscura”, observou. “Muitas nações já deram muitos presentes aos Estados Unidos. Não estou comparando isso com a Estátua da Liberdade, mas…”

Trump afirmou na semana passada, em uma publicação no Truth Social, que o avião que seria presenteado substituiria “temporariamente” a aeronave Air Force One, que tem 40 anos, e que normalmente serve ao presidente dos Estados Unidos.

Segundo a Associated Press, Trump também mencionou separadamente que o avião se juntaria a uma futura fundação de biblioteca presidencial. A Boeing está atualmente produzindo uma nova aeronave para a Força Aérea, mas houve atrasos nas entregas devido a problemas com fornecedores e peças.

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Democratas criticaram a oferta do Catar, levantando preocupações éticas e de segurança mais amplas. Sob uma cláusula de emolumentos estrangeiros, a Constituição dos Estados Unidos afirma que “Nenhuma pessoa ocupando qualquer cargo de lucro ou confiança sob eles, poderá, sem o consentimento do Congresso, aceitar qualquer presente, emolumento, cargo ou título, de qualquer tipo que seja, de qualquer rei, príncipe ou estado estrangeiro.”

Vários democratas apresentaram uma resolução na Câmara dos Representantes pedindo que Trump submeta todos os planos para a doação do jato para o Congresso, conforme a Cláusula de Emolumentos Estrangeiros.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o emir do Catar, Tamim bin Hamad Al Thani, se encontram em Doha, Catar, em 14 de maio de 2025.

“A Constituição encarrega o Congresso de garantir que o presidente não use o cargo mais alto do país como um esquema para enriquecer rapidamente e aceitar presentes extravagantes de presidentes estrangeiros, ditadores e emires. Já está mais do que na hora de o Congresso cumprir seu papel”, disse o deputado Jamie Raskin, membro de alto escalão do Comitê Judiciário da Câmara.

“Isso é a definição de corrupção”, afirmou o senador Chris Murphy, do Partido Democrata de Connecticut, ao programa “Meet the Press” da NBC, do mesmo grupo da CNBC, no domingo.

Trump defendeu o “gesto muito gentil” do Catar como uma contribuição para o Departamento de Defesa enquanto a Boeing constrói aeronaves adicionais, e não como um presente pessoal.

“Eles estão nos dando um jato de graça. Eu poderia dizer: ‘não, não, não, não nos dê, eu quero pagar um bilhão ou 400 milhões, ou seja lá o que for’, ou poderia dizer: ‘muito obrigado’”, disse ele na semana passada, acrescentando em outra conversa: “Eu poderia ser uma pessoa estúpida e dizer não, não queremos um avião muito caro de graça, mas… achei que foi um ótimo gesto.”

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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