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Resposta do Canadá às tarifas dos EUA amplia oportunidades para o Brasil, avalia diretor-presidente da Câmara de Comércio
Publicado 10/04/2025 • 16:41 | Atualizado há 9 meses
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Publicado 10/04/2025 • 16:41 | Atualizado há 9 meses
KEY POINTS
O governo do Canadá anunciou a aplicação de uma tarifa de 25% sobre veículos e peças automotivas importadas dos Estados Unidos. A medida é uma resposta às tarifas impostas pelos norte-americanos contra produtos canadenses e não se aplica a itens cobertos pelo Acordo Canadá-México-Estados Unidos (USMCA).
Em entrevista ao jornal Real Time, do Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, Hilton Nascimento, diretor-presidente da Câmara de Comércio Brasil-Canadá, comentou que a ação canadense tem caráter de compensação no comércio bilateral.
“As tarifas de 25% que o Canadá vai aplicar contra os Estados Unidos, contra carros e contra peças, são tarifas que serão aplicadas em produtos que não estão no âmbito daquele acordo Canadá-México-Estados Unidos. É uma forma de tentar fazer uma compensação dentro da balança comercial que existe entre Estados Unidos e Canadá. Eu não falo em retaliação, porque na área de comércio o tema é um pouco mais forte. Eu sempre falo que não existem inimigos na área comercial, existem concorrentes no mercado.”
Nascimento afirmou que a medida pode gerar efeitos na cadeia automotiva da América do Norte, incluindo inflação e possíveis mudanças na distribuição industrial da região.
“Impacta também os Estados Unidos. A partir do momento que você sobretaxa a indústria automobilística que monta os carros no Canadá, você também está encarecendo o produto para o mercado americano. Algumas pessoas preveem uma inflação. Talvez ocorram transferências de plantas automobilísticas de um país para o outro. Nesse caso, pode haver desemprego. Até o momento, não aconteceu nada.”
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O comércio entre Brasil e Canadá registrou superávit brasileiro no primeiro trimestre de 2025. O país exportou US$ 1,252 bilhão e importou US$ 594 milhões, resultando em saldo positivo de US$ 658 milhões. No mesmo período de 2024, o superávit havia sido maior. Nascimento comentou a possibilidade de ampliação desse comércio bilateral.
“Sem dúvida nenhuma. O Canadá participa, se eu não me engano, como o 11º país que mais investe no Brasil. A participação ainda é pequena e pode aumentar. Eu vejo principalmente na área de tecnologias. O Canadá hoje exporta para nós tecnologias na área de maquinários, equipamentos, peças para aeronaves, que são utilizadas pela nossa indústria aeronáutica para montar os aviões que nós exportamos para o Canadá.”
“Com toda essa mudança no cenário internacional, o Canadá começa a olhar o Brasil e outros países como possibilidade de comércio alternativo, possibilidade de novas fronteiras para novos negócios. Eu vejo isso como positivo com o Brasil, porque as empresas canadenses têm porte muito similar às brasileiras. Isso facilita a integração. Os canadenses produzem tecnologias que podem ser incorporadas aos processos produtivos brasileiros”, completa.
Segundo ele, as áreas com maior potencial de crescimento são tecnologia, agronegócio e mineração.
“Quando me perguntam quais são as possibilidades, eu respondo diretamente: na área de tecnologia, que é muito pouco explorada na balança comercial. O que nós temos hoje é uma exportação muito forte de produtos do agronegócio e da mineração. Eu acho que tende a haver uma mudança nesse sentido caso as medidas continuem vigentes.”
“Mesmo o agro brasileiro tem potencial de aumentar o volume de exportação para o Canadá. Uma boa parte da laranja que estava disponível no Canadá vinha dos Estados Unidos. Está havendo uma retração no consumo de produtos americanos. Vai existir, sim, possibilidade de exportar commodities, tanto agrícolas como minerais, para o Canadá, inclusive para desenvolver produtos de exportação canadense para outros países, utilizando as nossas matérias-primas”, acrescenta.
Nascimento também comentou o impacto das medidas norte-americanas na relação entre os dois países.
“A hostilidade bate principalmente na população em relação ao consumo. Sempre existiram relações muito amistosas entre Estados Unidos e Canadá. Quando você olha para o seu principal parceiro e vê uma atitude mais agressiva, sua reação é maior do que se fosse de um país que nunca teve relação conosco. Houve uma desproporcionalidade na aplicação das medidas e também uma reação um pouco acima do que poderia ter sido administrado.”
“Eu não vejo que não haja possibilidade de retrocesso nesse comportamento. Acho que vai acontecer ao longo do tempo, mas existe um certo desconforto com relação aos Estados Unidos por parte dos canadenses”, finaliza.
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