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Sem acordo, reunião entre Trump e Putin frustra expectativas e não encerra uma guerra que já custou R$ 3,2 trilhões

Publicado 15/08/2025 • 23:53 | Atualizado há 4 horas

Henrique Almeida, do Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC

KEY POINTS

  • O encontro entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, nesta sexta-feira (15), no Alasca, terminou sem um acordo.
  • Na pauta, a proposta de cessar-fogo na Ucrânia, o que encerraria uma guerra que, até agora, já custou, segundo a ONU, 506 bilhões de euros (R$ 3,2 trilhões, na cotação atual).
  • Trump saiu da reunião afirmando: “há alguns pontos importantes que ainda não alcançamos, mas já fizemos alguns progressos. Portanto, não há acordo até que haja um acordo.”
Trump e Putin logo após reunião no Alasca.

Trump e Putin logo após reunião no Alasca.

Drew Angerer/AFP

Apesar da expectativa que movimentou mercados globais durante toda a semana, o encontro entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, nesta sexta-feira (15), no Alasca, terminou sem um acordo. Na pauta da reunião, as disputas comerciais entre os dois países e a proposta de cessar-fogo na Ucrânia, o que encerraria uma guerra que, até agora, já custou, na estimativa da Organização das Nações Unidas, 506 bilhões de euros (R$ 3,2 trilhões, na cotação atual).

A imprensa norte-americana destacou o clima amistoso entre os dois líderes, mas o próprio Trump sai da reunião afirmando: “eu diria que há alguns pontos importantes que ainda não alcançamos, mas já fizemos alguns progressos. Portanto, não há acordo até que haja um acordo.”

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De acordo com o analista Vinicius Torres Freire, Putin manteve as mesmas exigências que apresenta desde o início do conflito, incluindo impedir a entrada da Ucrânia na OTAN, mudanças no governo em Kiev, entrega de territórios reivindicados por Moscou e reconhecimento de supostas violações de direitos de cidadãos de origem russa na Ucrânia.

“Enquanto essas condições não forem atendidas, não há negociação possível”, avaliou Freire.

“Foi mais uma espécie de teatro do que resultados concretos. Se tivesse que apontar um vencedor, seria o Putin, que está conseguindo voltar ao cenário diplomático global, falando de igual para igual com o Trump — e em território americano”, afirmou o historiador Ângelo Segrillo, professor da USP e especialista em Rússia.

Trump, por sua vez, destacou a “boa relação” com o líder russo e anunciou um próximo encontro em Moscou, mas não apresentou novas propostas ou sinais concretos à Ucrânia, à União Europeia ou ao seu próprio eleitorado.

Putin e Trump falam após reunião (Reuters)

Prejuízo bilionário

O encontro acontece enquanto a Ucrânia enfrenta um custo de reconstrução estimado em 506 bilhões de euros (R$ 3,2 trilhões), segundo projeções da ONU. A guerra também impactou os mercados globais, elevando o preço do petróleo Brent a US$ 139 (R$ 752) por barril e provocando alta de quase 300% no gás natural, de acordo com dados da Reuters.

Além disso, a Ucrânia renegociou cerca de US$ 20 bilhões (R$ 108 bilhões) em dívidas, enquanto o Ocidente congelou aproximadamente US$ 300 bilhões (R$ 1,62 trilhão) em ativos russos.

Mortos e feridos

De acordo com o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) e reportagens do The Guardian, o número de mortos e feridos desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, ultrapassa 1,3 milhão. Estimativas indicam que a Rússia já perdeu cerca de 250 mil soldados, com mais de 950 mil baixas totais, incluindo feridos.

Na Ucrânia, dados reunidos pelo CSIS e pelo projeto UALosses, citados pela BBC News Russian e pelo portal independente Mediazona, apontam entre 60 mil e 100 mil militares mortos e até 400 mil vítimas no total.

Carros e edificações ficaram completamente danificados após ataques de drones e mísseis russos, na cidade de Kiev, na Ucrânia, nesta sexta-feira, 4 de julho de 2025.
Carros e edificações ficaram completamente danificados após ataques de drones e mísseis russos, na cidade de Kiev, na Ucrânia, nesta sexta-feira, 4 de julho de 2025.
Destruição após ataque russo na Ucrânia (Efrem Lukatsky/AP/Estadão Conteúdo)

Impacto sobre a população civil

O Escritório de Direitos Humanos da ONU (OHCHR) confirma 13.580 civis mortos e 34.115 feridos na Ucrânia até 30 de junho deste ano, ressaltando que os números reais podem ser mais elevados.

Segundo reportagem do New York Post, mais de 19,5 mil crianças ucranianas permanecem desaparecidas ou foram levadas para fora do país durante o conflito, conforme autoridades de Kiev.

Perdas materiais e militares

Segundo o portal independente ucraniano Index Minfin, até agosto de 2025 a Rússia teria perdido cerca de 11.099 tanques, 31.429 sistemas de artilharia e 50.852 drones.

A Ucrânia também registrou perdas em equipamentos e infraestrutura, com danos a áreas urbanas, redes de energia e sistemas de transporte.

Linha do tempo da Guerra Rússia–Ucrânia

Escalada das tensões (final de 2021 – fevereiro de 2022)

  • Novembro–dezembro de 2021: EUA identificam movimentações incomuns de tropas russas na fronteira com a Ucrânia.
  • Início de 2022: exercícios militares em larga escala ocorrem na fronteira e em Belarus; OTAN coloca tropas em alerta.
  • 21 de fevereiro de 2022: Putin reconhece as regiões separatistas de Donetsk e Luhansk como independentes e autoriza a entrada de tropas.

Invasão em larga escala (fevereiro/2022)

  • Rússia lança ofensiva por várias frentes, atingindo Kiev e regiões do Donbas.

Frente Sudeste e resistência (março – agosto/2022)

  • Conflito se concentra no sudeste da Ucrânia; Moscou busca consolidar o controle sobre o Donbas.

Contraofensivas ucranianas (agosto – novembro/2022)

  • Ucrânia retoma territórios estratégicos.
  • 30 de setembro de 2022: Rússia anuncia anexação de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia.

Estabilização e estagnação (final de 2022 – meados de 2023)

  • Linha de frente se mantém estável; negociações diplomáticas não avançam.

Contraofensiva Ucraniana (meados de 2023)

  • Grande ofensiva lançada em junho; avanços limitados até o final do ano.

Novas campanhas e resistência (dezembro de 2023 – verão de 2024)

  • Disputa intensa em pontos estratégicos, com progressos pontuais.

Incursão em Kursk (agosto de 2024)

  • Operação surpresa da Ucrânia em território russo captura 350 km²; forças russas e tropas norte-coreanas retomam o controle.

Operações na Sumy (início de 2025)

  • Incursões russas no norte da Ucrânia; resistência ucraniana mantém parte do território.

Controles territoriais (agosto/2025)

  • Rússia mantém cerca de 20% do território ucraniano sob ocupação.
  • Reunião entre Trump e Putin no Alasca; proposta de troca territorial é rejeitada por Kiev.

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