Em um aparente fim de semanas de intensa especulação, a Casa Branca confirmou nesta sexta-feira (31) que o presidente Donald Trump vai impor tarifas agressivas neste fim de semana aos principais parceiros comerciais dos Estados Unidos.
Karoline Leavitt, secretária de imprensa da Casa Branca, disse que Trump irá aplicar tarifas de 25% sobre o México e o Canadá, bem como um imposto de 10% sobre a China, em retaliação “pelo fentanil ilegal que eles adquiriram e permitiram distribuir no nosso país”.
A Casa Branca forneceu poucos detalhes sobre como, exatamente, as taxas serão distribuídas, dizendo que elas estarão disponíveis para inspeção pública em algum momento no sábado.
As ações, que estavam positivas no início da sessão, despencaram com a notícia, fazendo com que o Dow Jones Industrial Average caísse mais de 300 pontos, ou cerca de 0,7%. O S&P 500 caiu ligeiramente e o Nasdaq Composite permaneceu marginalmente positivo. Os três principais benchmarks subiram solidamente no início do dia.
“Estas são promessas feitas e promessas cumpridas pelo presidente”, disse Leavitt.
Não houve nenhuma declaração sobre potenciais isenções às tarifas; a Casa Branca negou informações de um texto da agência de notícias Reuters de que haveria pelo menos algumas exclusões, em vez de simplesmente medidas gerais que abrangessem todos os produtos.
Os EUA realizam cerca de 1,6 bilhões de dólares em negócios anuais com os três países. Trump procura usar as tarifas como moeda de troca e como método para influenciar mudanças na política externa, especificamente nas questões de imigração e comércio de drogas.
“Temos o Super Bowl chegando e, estranhamente, a quantidade de pessoas que cabem no Superdome (estádio em Nova Orleans) é quase exatamente igual ao número de pessoas que morrem todos os anos aqui na América por causa do fentanil, e isso vem da China e México”, disse o conselheiro comercial de Trump, Peter Navarro, à CNBC em entrevista na sexta-feira. “É por isso que temos esse tipo de discussão”.
Os economistas temem que as tarifas possam reacender a inflação num momento em que parece que as pressões sobre os preços estão começando a diminuir. O Departamento do Comércio informou na sexta-feira que uma leitura de inflação observada de perto pelo Federal Reserve subiu para 2,6% em dezembro, mas os detalhes no relatório pareciam mais positivos.
No entanto, os responsáveis do Fed afirmaram que estão monitorizando o impacto da política fiscal.
“Será muito importante ter uma melhor noção das políticas reais e de como elas serão implementadas, além de maior confiança sobre como a economia responderá”, disse a governadora do Fed, Michelle Bowman.
Em declarações à CNBC na manhã de sexta-feira, o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, disse que a chave será se as tarifas serão eventos únicos ou levarão a retaliação.
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