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Investidores repensam ativos dos EUA em meio a possível ‘mudança fundamental de regime’, diz BC europeu

Publicado 21/05/2025 • 12:00 | Atualizado há 11 horas

CNBC

Redação CNBC

KEY POINTS

  • Uma "mudança fundamental de regime" pode estar em andamento nos mercados financeiros, de acordo com o Banco Central Europeu.
  • O BCE sugeriu que os investidores parecem estar repensando os ativos americanos.
  • O vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, disse à CNBC que a incerteza agora é o "nome do jogo".

Sede do Banco Central Europeu, em Frankfurt.

Unsplash

O Banco Central Europeu afirmou nesta quarta-feira (21) que uma “mudança fundamental de regime” pode estar em andamento nos mercados financeiros, já que os investidores parecem estar reavaliando o quão arriscados os ativos americanos realmente são após as tarifas comerciais.

Em sua última Revisão de Estabilidade Financeira, o banco central discutiu o recente aumento na volatilidade do mercado, impulsionado pelas tensões comerciais globais impulsionadas pela política tarifária dos EUA.

Os mercados têm reagido com sensibilidade às frequentes atualizações sobre comércio e impostos dos EUA e seus parceiros comerciais. As ações despencaram inicialmente quando o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou tarifas abrangentes, antes de se recuperarem quando ele declarou uma pausa temporária de 90 dias nas taxas.

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“Durante a turbulência, o funcionamento do mercado — que pode ser entendido como a capacidade de negociar ativos financeiros rapidamente sem movimentar os preços desordenadamente — nos mercados financeiros da zona do euro se manteve bem”, observou o BCE. “Isso ocorreu apesar de algumas mudanças atípicas em relação a alguns portos seguros tradicionais, como os títulos do Tesouro dos EUA e o dólar americano.”

Embora isso possa estar ligado a fatores técnicos, disse o BCE, também pode ter tido gatilhos mais amplos.

“Essas medidas também podem ter refletido percepções de uma mudança de regime mais fundamental, com os investidores parecendo reavaliar o risco dos ativos americanos, possivelmente levando a mudanças mais amplas nos fluxos globais de capital”, observou o BCE. “Isso teria consequências potencialmente abrangentes para o sistema financeiro global.”

O vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, sugeriu na quarta-feira (21) à CNBC que havia o risco de uma correção do mercado no futuro. Dois fatores importantes a serem considerados atualmente são as avaliações elevadas e a forte incerteza, disse ele a Annette Weisbach, da CNBC.

“Os mercados estão muito otimistas em relação a esse cenário. Eles acreditam que, sabe, o crescimento será baixo, mas não entraremos em recessão, a inflação cairá e a política monetária seguirá o exemplo”, explicou Guindos.

Riscos ainda podem surgir, e várias questões, como o que pode acontecer em relação às políticas comerciais e fiscais e à regulamentação do governo dos EUA, não estão claras, disse ele.

“E esses elementos dão origem à volatilidade. Acho que a volatilidade é, talvez, sabe, a consequência desses dois elementos… avaliações e incerteza.”

Em seu relatório, o banco central destacou que já havia alertado sobre “vulnerabilidades representadas por avaliações elevadas que não são respaldadas por fundamentos”, afirmando que “essa fonte de risco agora se materializou parcialmente”.

O anúncio de tarifas recíprocas de Trump foi o gatilho para isso, afirmou o BCE.

Incerteza é o “nome do jogo”

Adotando uma visão mais ampla, de Guindos afirmou que a incerteza relacionada às políticas comercial, fiscal e regulatória dos EUA era agora o “nome do jogo” nos mercados financeiros e na economia global. A questão agora era o que essa incerteza e quaisquer eventuais mudanças políticas significavam para a Europa e a estabilidade financeira na zona do euro, sugeriu ele.

Observando a inflação e o crescimento econômico, de Guindos reiterou que as tarifas seriam “prejudiciais” ao crescimento, enquanto o impacto sobre os preços era menos claro.

No curto prazo, as tarifas aumentariam os preços dos produtos importados, ao mesmo tempo, em que deprimiriam a demanda, o que poderia compensar os custos mais altos, afirmou.

As implicações a longo prazo podem ser muito diferentes.

“[No] longo prazo, se tarifas e distorções comerciais derem origem à fragmentação, isso será prejudicial à cadeia de suprimentos e poderá aumentar o custo para as empresas. E isso pode ser inflacionário”, disse de Guindos.

No início desta semana, a União Europeia divulgou suas projeções econômicas mais recentes, reduzindo sua previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2025, tanto para a UE quanto para a zona do euro, para 1,1% e 0,9%, respectivamente. Isso se compara a uma estimativa anterior de crescimento de 1,5% para a UE e de 1,3% para a zona do euro.

Enquanto isso, espera-se que a inflação global desacelere, ficando abaixo da meta de 2% do BCE em 2026.

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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