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Tarifas do Trump

O tiro que saiu pela culatra: café, banana e até brinquedos ficam mais caros nos EUA por causa do tarifaço

Publicado 14/09/2025 • 11:45 | Atualizado há 2 horas

KEY POINTS

  • Os preços gerais subiram 2,9% em agosto, segundo índice que mede o custo de uma ampla cesta de bens e serviços do dia-a-dia.
  • A maior alta foi no café: os preços do café subiram 9,8% de abril a agosto. Brasil fornece um terço dos grãos do arábica.
A queda nos gastos dos consumidores hispânicos impacta as vendas de produtos nos EUA.

Pixabay

Prateleira com produtos e carrinho de supermercado

A inflação acelerou desde que o presidente, dos EUA, Donald Trump anunciou novas tarifas de importação em abril, com os dados mais recentes do índice de preços ao consumidor (IPC) mostrando aumentos expressivos em categorias sensíveis às tarifas, como café, brinquedos e televisores.

Os preços gerais subiram 2,9% em agosto em relação ao ano anterior, ante 2,7% em junho e julho, segundo os dados do IPC. O indicador mede o custo de uma ampla cesta de bens e serviços do dia a dia, incluindo alimentos, aluguel e assistência médica.

Isso faz com que a inflação se afaste ainda mais da meta de 2% do Federal Reserve. O núcleo da inflação, que exclui alimentos e energia, subiu 0,4% em agosto — o maior ganho mensal desde janeiro — e está 3,1% acima do ano anterior. Em conjunto, esses dados indicam mais pressão sobre os gastos diários das famílias.

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Como as tarifas alimentam a inflação

Embora as tarifas de Trump tenham sido anunciadas em abril, seus efeitos apareceram de forma desigual, já que mercadorias circulam pelas cadeias de suprimentos em ritmos diferentes e as importações têm peso maior em alguns produtos do que em outros. Ainda assim, elas exercem “impacto significativo nos preços”, segundo o Federal Reserve Bank de São Francisco.

Um exemplo são as bananas: os preços subiram 4,9% entre abril e agosto, ritmo anualizado de cerca de 15%, um salto incomum em uma categoria que raramente registra alta. Quase todo o fornecimento dos EUA vem da América Central e do Sul, agora sujeito a uma tarifa de 10%.

As bananas não são o único setor afetado. O Livro Bege do Fed, em agosto, mostrou que todas as regiões estavam registrando aumentos de preços ligados às tarifas, atingindo alimentos, varejo, manufatura e saúde, com muitas empresas já repassando os custos ao consumidor.

No geral, os americanos enfrentam hoje uma tarifa média de 17,4%, a mais alta desde 1935. O impacto, segundo o Laboratório de Orçamento de Yale, deve custar US$ 2.300 a mais por família em 2025. As estimativas incluem tarifas aplicadas sob a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional, que permanecem em vigor enquanto o processo judicial estiver pendente.

Para se ter uma ideia de onde a inflação pode chegar, especialistas listam cinco produtos mais impactados desde abril, comparando seus preços atuais com as médias históricas dos últimos dez anos.

Café

Os preços do café subiram 9,8% de abril a agosto, incluindo um avanço de 3,6% em agosto. As fracas colheitas no início do ano já haviam restringido a oferta, mas a alta se acelerou após a entrada em vigor das novas tarifas de importação.

Como os Estados Unidos cultivam menos de 1% do café que consomem, o mercado está especialmente exposto aos impostos. As tarifas globais, que começaram em 10% em abril, foram posteriormente elevadas para grandes fornecedores, como Vietnã e Indonésia.

O Brasil, que responde por mais de um terço do arábica consumido nos EUA, foi atingido em 6 de agosto por uma taxa de 50%, medida que, segundo especialistas, deve manter os preços do café pressionados nos próximos meses.

Joias e relógios

Os preços de joias e relógios subiram 5,5% em agosto, muito acima da média histórica de 0,8% para o mesmo período.

Os Estados Unidos dependem fortemente das importações de joias de luxo e componentes, e desde abril uma tarifa de 10% já incidia sobre a categoria. Mas as taxas aumentaram: em 7 de agosto, Washington elevou para 39% as tarifas sobre todas as importações suíças — incluindo relógios. A Suíça responde por mais de 90% dos relógios de pulso de metais preciosos vendidos nos EUA, segundo o Wall Street Journal.

As tarifas também foram estendidas à Índia, grande fornecedora de diamantes lapidados e sintéticos, e ao Japão, exportador de relógios mecânicos premium. Essas medidas devem manter os preços de joias e relógios em alta nos próximos meses.

Bananas

Normalmente estáveis no Índice de Preços ao Consumidor (IPC), as bananas registraram uma alta incomum de 4,9% entre abril e agosto. Como praticamente toda a oferta é importada da América Central e do Sul, o mercado americano ficou diretamente exposto às tarifas, incluindo a tarifa geral de 10% imposta em abril.

Mesmo assim, as bananas ainda são baratas em comparação com outras frutas e hortaliças e carregam a reputação de estabilidade de preços de longa duração. Um exemplo é a Trader Joe’s, que manteve o preço da banana em US$ 0,19 por mais de duas décadas, só elevando para US$ 0,23 no início de 2024.

Televisões

Os preços dos televisores subiram 2,5% em agosto e acumulam alta de 3,1% desde abril.

Embora o aumento pareça modesto, trata-se de uma ruptura histórica: desde o fim da década de 1990, os preços das TVs vinham caindo graças à eficiência na fabricação e ao avanço das smart TVs, que geram receita adicional com publicidade e coleta de dados.

Quase todas as TVs vendidas nos EUA são importadas, principalmente do México, China e Vietnã. As remessas mexicanas podem sofrer tarifas de até 25%, dependendo das regras do USMCA. As importações da China enfrentam tarifas de até 30%, enquanto as do Vietnã costumam ter taxa de 20%.

A alta registrada neste verão rompe o padrão de queda contínua dos preços, chamando atenção para um produto que tradicionalmente ficava mais barato ao longo do tempo.

Brinquedos

Os preços dos brinquedos subiram 2,5% entre abril e agosto, no maior aumento em quatro meses desde 2021.

Assim como as TVs, os brinquedos são em grande parte fabricados no exterior, com cerca de 70% das importações americanas vindas da China. As classificações tarifárias variam, mas muitas importações chinesas podem estar sujeitas a tarifas de cerca de 30%, enquanto algumas remessas do Vietnã enfrentam alíquotas ainda mais altas.

O aumento é particularmente relevante porque os preços dos brinquedos vinham em trajetória de queda ao longo dos últimos anos, tornando a alta recente um desvio notável da tendência.

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