Queda nos preços do petróleo podem causar problemas para países do Oriente Médio
Publicado 09/04/2025 • 09:16 | Atualizado há 3 semanas
Novo Nordisk oferecerá Wegovy, medicamento para perda de peso, por meio de telemedicina
Adidas alerta que aumentará preços de todos os produtos nos EUA devido a tarifas
Piores (e melhores) ações durante os difíceis primeiros 100 dias de Trump
Crescimento contínuo do emprego nos EUA pode ajudar a evitar uma recessão, diz Jim Cramer
United Airlines amplia lounge de luxo Polaris em 50% na disputa por clientes de alto poder aquisitivo
Publicado 09/04/2025 • 09:16 | Atualizado há 3 semanas
KEY POINTS
O presidente dos EUA, Donald Trump, com Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita, no início da cúpula do Grupo dos 20, em 28 de junho de 2019.
Bernd von Jutrczenka | picture alliance | Getty Images (Reprodução CNBC Internacional)
Os ricos países árabes do Golfo estão em melhor posição do que muitas outras regiões do mundo para lidar com o impacto econômico das tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, dizem economistas e investidores regionais. Mas uma perspectiva instável para o preço do petróleo pode colocar os orçamentos de alguns países e projetos de investimento em risco.
Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Kuwait, Omã e Catar formam o Conselho de Cooperação do Golfo (GCC). Juntos, possuem cerca de US$ 3,2 trilhões em ativos financeiros soberanos, representando 33% do total mundial, segundo o secretário-geral do GCC, Jasem Mohamed Albudaiwi.
O GCC também detém aproximadamente 32,6% das reservas provadas de petróleo bruto do mundo, segundo o Centro Estatístico do Conselho de Cooperação dos Estados Árabes do Golfo.
Isso os torna tanto um ativo para o governo Trump quanto vulneráveis às suas políticas, já que Trump tem pressionado a OPEP, liderada pela Arábia Saudita, a bombear mais petróleo para baixar os preços e conter a inflação nos EUA.
No entanto, um preço mais baixo do petróleo pode impactar significativamente os déficits orçamentários e os planos de gastos desses países, cujas economias — apesar dos esforços de diversificação — ainda dependem fortemente das receitas de hidrocarbonetos.
Ben Powell, estrategista-chefe de investimentos da BlackRock para Ásia-Pacífico e Oriente Médio, baseado em Abu Dhabi, afirmou que as boas relações da região com Trump fortalecem sua posição nas negociações tarifárias. Alguns países do GCC também ampliaram seu papel diplomático global, como Riad sediando conversas de paz para encerrar a guerra Rússia-Ucrânia, o que aumentou sua importância para Washington.
“Acredito que o Oriente Médio, com o relacionamento profundo que tem com os EUA, deve sair bem,” disse Powell ao programa “Access Middle East” da CNBC na segunda-feira.
“Acho que todos seremos arrastados para o turbilhão por um tempo. Isso é inevitável. Mas o Oriente Médio, com sua força no balanço patrimonial e apoio energético contínuo… para mim, a região deve ser vencedora relativa entre os mercados emergentes,” acrescentou.
Ao considerar o impacto direto das tarifas, Monica Malik, economista-chefe do Banco Comercial de Abu Dhabi, observou que os EUA não são um grande mercado de exportação para o Golfo.
“O GCC deve estar em uma posição relativamente favorável para suportar ventos contrários, especialmente os Emirados Árabes Unidos,” escreveu em relatório na sexta-feira.
Embora a região enfrente a tarifa universal de 10%, além de tarifas anteriores sobre aço e alumínio — produtos exportados pelos Emirados Árabes e o Bahrein — “esperamos que o impacto direto seja relativamente contido, já que os EUA não são destino-chave para exportações do Golfo, com média de apenas 3,7% do total em 2024,” disse Malik.
Ameaça aos planos de investimento
Mas a perspectiva do preço do petróleo é crítica para os orçamentos e planos de investimento dos países do Golfo — especialmente da Arábia Saudita, que lançou projetos ambiciosos de trilhões de dólares como parte do Visão 2030, iniciativa do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman para diversificar a economia.
O sucesso do plano, ironicamente, ainda depende fortemente das receitas do petróleo.
O petróleo Brent era cotado a US$ 61,44 por barril na manhã de quarta-feira em Londres, queda de quase 17% no ano. A pressão aumentou após a OPEP+, liderada pela Arábia Saudita e Rússia, decidir antecipar aumentos de produção, elevando ainda mais a oferta global.
A Arábia Saudita precisa de petróleo a mais de US$ 90 para equilibrar seu orçamento, segundo o FMI. O Goldman Sachs reduziu esta semana sua previsão para o preço do petróleo Brent em 2026 para US$ 58 (e WTI para US$ 55), uma queda considerável em relação à estimativa anterior de US$ 62.
“Uma demanda global mais fraca e maior oferta adicionam risco de queda à nossa projeção para 2025, embora aguardemos mais clareza do mercado antes de fazer ajustes,” disse Malik à CNBC.
A OPEP+ deve aumentar a produção em maio, mas ela prevê que o grupo poderá pausar essa decisão se os preços continuarem baixos.
“Nossa maior preocupação seria uma queda acentuada e sustentada dos preços do petróleo, o que exigiria reavaliação dos planos de gastos, podendo afetar também a liquidez bancária e a confiança em geral,” alertou Malik.
–
📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:
🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais
🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562
🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube
🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, TCL Channels, Pluto TV, Soul TV, Zapping | Novos Streamings
Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
Mais lidas
Adidas alerta que aumentará preços de todos os produtos nos EUA devido a tarifas
Vídeo de ministério da China sinaliza que Pequim não se curvará às tarifas dos EUA
Mercados operam em alta após Trump aliviar tarifas para montadoras
Apagão na Europa: o que se sabe sobre os danos, causas e consequências do blecaute
Novo Nordisk oferecerá Wegovy, medicamento para perda de peso, por meio de telemedicina