Previsão de crescimento dos EUA é drasticamente reduzida pela OCDE, com tarifas de Trump prejudicando perspectiva global
Publicado 03/06/2025 • 13:24 | Atualizado há 2 dias
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KEY POINTS
Pessoas caminham pela Times Square, na cidade de Nova York, em 9 de abril de 2025.
Angela Weiss | Afp | Getty Images (Reprodução CNBC Internacional)
As previsões de crescimento econômico para os EUA e o mundo foram ainda mais reduzidas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), já que a turbulência tarifária do presidente Donald Trump pesa sobre as expectativas.
A perspectiva de crescimento dos EUA foi revisada para baixo, para apenas 1,6% neste ano e 1,5% em 2026. Em março, a OCDE ainda esperava uma expansão de 2,2% em 2025.
As consequências da política tarifária de Trump, a elevada incerteza na política econômica, a desaceleração da imigração líquida e uma força de trabalho federal menor foram citadas como razões para o último rebaixamento.
O crescimento global, por sua vez, também deve ser menor do que o previsto anteriormente, com a OCDE afirmando que “a desaceleração está concentrada nos Estados Unidos, Canadá e México”, enquanto outras economias devem ver revisões menores para baixo.
“O crescimento do PIB global deverá desacelerar de 3,3% em 2024 para 2,9% neste ano e em 2026… com base na premissa técnica de que as tarifas em meados de maio sejam sustentadas, apesar dos desafios legais em andamento”, afirmou a OCDE.
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A OCDE havia previsto anteriormente um crescimento global de 3,1% neste ano e 3% em 2026.
“A perspectiva global está se tornando cada vez mais desafiadora”, afirmou o relatório. “Aumentos substanciais nas barreiras comerciais, condições financeiras mais restritivas, confiança mais fraca de empresas e consumidores e maior incerteza política terão efeitos adversos marcantes nas perspectivas de crescimento, se persistirem.”
Mudanças frequentes em relação às tarifas continuaram nas últimas semanas, gerando incerteza nos mercados e economias globais. Alguns dos acontecimentos mais recentes incluem a revogação das tarifas recíprocas específicas de Trump pelo Tribunal de Comércio Internacional dos EUA, antes de serem restabelecidas por um tribunal de apelações, bem como a declaração de Trump de que dobraria as tarifas sobre o aço para 50%.
“Os motivos pelos quais rebaixamos quase todos os indicadores em nossa previsão é que a incerteza comercial e a incerteza da política econômica atingiram níveis sem precedentes”, disse o economista-chefe da OCDE, Álvaro Pereira, ao programa “Squawk Box Europe” da CNBC nesta terça-feira (3).
“Como consequência, temos observado que o consumo e o investimento caíram e, de fato, os indicadores de atividade também. E se levarmos isso em consideração, e também tentarmos estimar em nossos modelos, veremos que haverá menos crescimento, menos empregos e mais pressões inflacionárias no futuro.”
A OCDE ajustou sua previsão de inflação, afirmando que “custos comerciais mais altos, especialmente em países que aumentam tarifas, também elevarão a inflação, embora seu impacto seja parcialmente compensado pela queda nos preços das commodities”.
O impacto das tarifas sobre a inflação tem sido amplamente debatido, com muitos formuladores de políticas de bancos centrais e analistas globais sugerindo que ainda não está claro como as taxas impactarão os preços, e que muito depende de fatores como potenciais contramedidas.
A perspectiva de inflação da OCDE mostra uma diferença notável entre os EUA e algumas das outras grandes economias do mundo. Por exemplo, enquanto os países do G20 agora devem registrar uma inflação de 3,6% em 2025 — abaixo dos 3,8% da estimativa de março — a projeção para os EUA aumentou para 3,2%, ante os 2,8% anteriores.
A inflação nos EUA pode até se aproximar de 4% no final de 2025, afirmou a OCDE.
Pereira, da OCDE, também discutiu os desenvolvimentos em tecnologias como a IA e como elas estão impactando a produtividade — e dando aos EUA uma vantagem.
“A produtividade tem sido muito forte nos Estados Unidos e esperamos que isso provavelmente aumente a diferença entre os Estados Unidos e o resto do mundo, exatamente porque a exposição à IA por setores nos EUA é maior”, disse ele.
Com tecnologias como IA, robótica e computação quântica, existe a possibilidade de uma “retomada significativa da produtividade”, disse ele — mas somente se as barreiras comerciais forem reduzidas e o investimento e o consumo aumentarem.
“Acredito que, se conseguirmos fechar acordos comerciais entre países, não apenas entre China e Estados Unidos, mas também outras partes do mundo, e se conseguirmos reduzir a incerteza, acreditamos que podemos estar à beira de algo bastante significativo”, disse Pereira.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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