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UE não permitirá ataques às suas fronteiras, afirma ministro francês após comentários de Trump sobre a Groenlândia
Publicado 08/01/2025 • 10:33 | Atualizado há 6 meses
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Publicado 08/01/2025 • 10:33 | Atualizado há 6 meses
KEY POINTS
Ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, diz que UE não tolerará ataques contra suas fronteiras.
Reprodução Instagram.
A União Europeia (UE) não tolerará ataques contra suas fronteiras, declarou nesta quarta-feira (8) o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot. A declaração ocorre em resposta às recentes afirmações do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de que trazer a Groenlândia para o controle dos EUA é uma “necessidade”.
Em entrevista à rádio France Inter, Barrot destacou que os 27 países-membros da UE jamais aceitarão tentativas de violar o território do bloco.
A Groenlândia é um território autônomo da Dinamarca e faz parte dos Países e Territórios Ultramarinos (PTU) associados à União Europeia.
“Não há qualquer possibilidade de que a União Europeia permita que outra nação do mundo, seja qual for — e eu diria, inclusive, começando pela Rússia — ataque suas fronteiras soberanas”, afirmou Barrot, segundo tradução da CNBC. “Somos um continente forte e precisamos nos fortalecer ainda mais.”
Questionado se acredita que os Estados Unidos poderiam invadir fisicamente a Groenlândia, Barrot descartou essa hipótese. “Se você me perguntar se acho que os EUA invadirão a Groenlândia, a resposta é não. Mas vivemos uma era onde prevalece a lei do mais forte? A resposta é sim”, explicou.
Também nesta quarta-feira, um porta-voz do governo alemão afirmou que Berlim tomou nota das declarações de Trump sobre a Groenlândia. “Como sempre, aplica-se o princípio honrado da Carta das Nações Unidas e dos Acordos de Helsinque: as fronteiras não devem ser alteradas pela força”, declarou o representante durante uma coletiva de imprensa regular, segundo a Reuters.
Enquanto França e Alemanha deixaram claro que se opõem à ideia de a Dinamarca ceder a Groenlândia aos EUA, um país da região parece apoiar o presidente eleito. Na Rússia, os comentários de Trump sobre a Groenlândia receberam cobertura positiva da mídia pró-Kremlin, com analistas afirmando que a posição valida a chamada “operação militar especial” de Moscou na Ucrânia.
As declarações da França e da Alemanha surgem às vésperas de uma reunião entre o primeiro-ministro da Groenlândia, Múte Egede, e o rei da Dinamarca, Frederik, em Copenhague. O encontro ocorre na mesma semana em que o rei atualizou seu brasão real, incorporando elementos representando a Groenlândia.
As mudanças foram anunciadas em meio aos apelos renovados de Trump para que os EUA assumam o controle da ilha ártica, que possui uma população de pouco mais de 56 mil habitantes.
No mês passado, Trump afirmou na Truth Social que o “controle” da Groenlândia é crucial para a segurança nacional e econômica dos EUA. A ideia de comprar a Groenlândia da Dinamarca foi mencionada por ele pela primeira vez em 2019, durante seu primeiro mandato, mas foi rejeitada de forma categórica pelas lideranças do território.
Tanto os líderes dinamarqueses quanto os groenlandeses voltaram a rejeitar a possibilidade de a ilha integrar os Estados Unidos em uma eventual segunda administração de Trump. Egede reforçou no mês passado: “Não estamos à venda”.
Apesar das rejeições, Trump continua insistindo na ideia. O presidente eleito chegou a ameaçar usar força econômica para concretizar seus planos e, na terça-feira (7), seu filho Donald Trump Jr. desembarcou na Groenlândia para uma visita não oficial.
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