Do imóvel físico ao ativo digital: especialista aponta como a tokenização transforma o setor imobiliário

O mercado de tokenização de imóveis ganha destaque no Brasil, mas enfrenta desafios regulatórios. Para comentar o tema, o programa Cripto Brasil do Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC entrevistou Regina Pedroso, presidente da Associação Brasileira de Empresas Tokenizadoras e Blockchain, que detalhou o conceito, vantagens e os impactos da recente decisão da Corregedoria de Santa Catarina.

Conceito e potencial da tokenização de imóveis

“A tokenização de imóveis é uma das maiores expectativas desse mercado descentralizado e representa a criação de uma versão digital desse ativo real. As possibilidades são inúmeras, tanto em termos de negócios quanto de vantagens negociais e de maior aproveitamento financeiro dos ativos”  explica Regina.

Além disso, a dirigente disse que o processo torna o imóvel um ativo mais líquido e valorizado, reforçando seu potencial de crescimento no mercado nacional. A tokenização é vista como inevitável dentro da transformação digital do setor imobiliário brasileiro. “É uma promessa muito grande e acompanha a evolução da tecnologia no país”, pontua.

O modelo permite negociação fracionada, oferece vantagens financeiras e abre oportunidades de negócio. Internacionalmente, iniciativas semelhantes em mercados de blockchain mostram crescimento acelerado e interesse de investidores institucionais, reforçando seu potencial no Brasil.

Decisão da Corregedoria de Santa Catarina

“Essa decisão veio num momento de surpresa para o mercado, justamente quando o tema da tokenização imobiliária estava sendo muito acelerado”. Segundo Regina, a proibição de vincular tokens a matrículas de imóveis representa um retrocesso, mas é compreensível diante da necessidade de segurança jurídica dos cartórios. Ela reforçou a importância de um trabalho conjunto entre setor privado e cartórios.

A decisão catarinense ocorre enquanto o COFES e outras iniciativas regulatórias avançam no país. Para especialistas, a medida pode frear certos modelos de tokenização, mas não impede que o setor explore alternativas seguras e regulamentadas.

“Todo o mercado compreende o papel que os cartórios têm na segurança jurídica, e a expectativa é de um trabalho coletivo” 

Impactos e validade dos tokens

Regina ainda ressalta a importância dos tokens. “O que é importante dentro desse cenário é entender que a tokenização imobiliária está ligada a diversos tipos de modelos de negócio. Alguns envolvem o registro de imóveis, outros a CVM e, futuramente, alguns poderão envolver o Banco Central”.

Regina explicou ao Cripto Brasil que mesmo com a proibição em Santa Catarina, plataformas privadas podem continuar emitindo tokens, e a decisão não prejudica todos os modelos existentes. Ela destacou a necessidade de ajustes regulatórios e segurança jurídica para o mercado. “Devemos trabalhar juntos para oferecer segurança jurídica à população e aos investidores” .

O futuro da tokenização segundo a especialista envolve diálogo próximo com reguladores, cartórios e legisladores, criando um ambiente favorável à inovação, escalabilidade de negócios e proteção de investidores.

Manual de boas práticas da Betoken

Regina comentou que o material organiza o mercado, oferecendo informações jurídicas, técnicas e operacionais que garantem maior segurança para investidores e empreendedores. O objetivo é apoiar a expansão de negócios inovadores. “Este manual traz melhores práticas e conteúdo relevante sobre o tema da tokenização de ativos financeiros e valores mobiliários”.

A iniciativa reforça a maturidade do setor e fornece diretrizes claras para quem deseja atuar de forma segura e estruturada, promovendo maior confiança e credibilidade no mercado de ativos digitais imobiliários.

“É um material que deve provocar um impacto positivo e levar a um melhor entendimento sobre o processo de tokenização e suas vantagens”  finaliza.

Este conteúdo é um oferecimento de Crypto.com