As vendas do medicamento para perda de peso, Wegovy, da Novo Nordisk, cresceram no segundo trimestre. É o que relata a farmacêutica em seu último relatório, prometendo reduzir custos após perdas de ações.
O resultado mostra que as receitas do seu medicamento de sucesso contra a obesidade Wegovy aumentaram 67%, para 19,53 bilhões de coroas dinamarquesas, nos três meses até o final de junho, um pouco abaixo dos 20 bilhões de coroas dinamarquesas previstos por analistas em uma pesquisa da LSEG.
Com isso, as ações caíram 1,2% às 10h07, horário de Londres (5h07, horário do leste dos EUA).
Logo, as vendas totais aumentaram 13% em relação ao ano anterior, a taxas de câmbio constantes, para 76,86 bilhões de coroas dinamarquesas (US$ 11,92 bilhões) no período, um pouco acima da previsão de 76,6 bilhões de coroas dinamarquesas dos analistas.
O lucro líquido trimestral chegou a 26,5 bilhões de coroas dinamarquesas, contra 26,6 bilhões de coroas dinamarquesas esperados.
A farmacêutica dinamarquesa reiterou sua previsão para o ano inteiro após reduzir na semana passada sua orientação sobre as previsões mais fracas de crescimento das vendas nos EUA no segundo semestre para o Wegovy e seu tratamento para diabetes Ozempic.
A empresa agora espera um crescimento anual nas vendas de 8% a 14% a taxas de câmbio constantes, juntamente com um crescimento anual no lucro operacional de 10% a 16%.
A Novo Nordisk também disse que cortaria custos e intensificaria seu foco comercial depois que o preço das ações da empresa caiu drasticamente no anúncio da semana passada, estendendo declínios prolongados desde o pico de junho de 2024.
“Estamos tomando medidas para aprimorar ainda mais nossa execução comercial e garantir eficiências em nossa base de custos, ao mesmo tempo, em que continuamos a investir no crescimento futuro”, disse o presidente e CEO cessante, Lars Fruergaard Jørgensen, em uma declaração que acompanha os resultados.
O novo CEO Maziar Mike Doustdar, cuja nomeação entra em vigor na quinta-feira, disse na semana passada que assumiu o cargo com “um senso de urgência, foco total em alto desempenho e uma forte determinação da Novo Nordisk de almejar mais alto do que nunca”.
A surpreendente saída de Fruergaard Jørgensen em maio ocorreu em um momento em que a empresa enfrentava vendas mais fracas nos EUA, em meio à crescente concorrência de fabricantes de medicamentos manipulados e da principal rival, a Eli Lilly. Resultados decepcionantes dos testes clínicos com seu candidato a medicamento de próxima geração para obesidade, o CagriSema, agravaram os problemas da empresa.
A indústria farmacêutica, em geral está enfrentando a perspectiva de tarifas significativas da Casa Branca — que o presidente dos EUA, Donald Trump, disse na terça-feira que poderiam chegar a 250% — e pressão do governo para reduzir os preços domésticos dos medicamentos.
A Casa Branca disse na quinta-feira que o presidente Trump enviou cartas a 17 grandes empresas farmacêuticas, incluindo a Novo Nordisk, descrevendo as medidas que elas devem tomar para reduzir o preço dos medicamentos prescritos nos EUA para os níveis de “nação mais favorecida” (NMF) até 29 de setembro.
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