Em entrevista ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, revelou a assinatura de um acordo com o Hospital Israelita Albert Einstein para oferecer orientação em saúde a 100 mil pequenos produtores rurais.
A ação integra o programa Saúde no Campo, que já atua em regiões do Nordeste com foco em assistência técnica e melhoria da qualidade de vida das famílias.
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Segundo Martins, a parceria foi motivada pela necessidade de ampliar o acesso a informações médicas confiáveis para comunidades rurais que, muitas vezes, enfrentam dificuldades de comunicação e ausência de serviços básicos de saúde.
A iniciativa vai complementar o trabalho já realizado pelos técnicos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que visitam mensalmente as propriedades para orientar sobre manejo, produtividade e gestão.
Durante a entrevista, o dirigente destacou que a medida faz parte do legado de seus oito anos à frente da CNA, período em que a entidade ultrapassou a meta de formar 400 mil produtores na chamada nova classe média rural.
Ele ressaltou que o avanço no campo depende da combinação de tecnologia, assistência técnica e melhoria das condições de vida das famílias, com impacto direto no desenvolvimento econômico e no fortalecimento do mercado interno.
Nova classe média rural
Martins defendeu a importância da formação de uma nova classe média rural como motor para o desenvolvimento econômico e social do país. O executivo destacou que o setor conseguiu consolidar cerca de 400 mil produtores, ampliando o número de famílias com renda e condições de investir em tecnologia.
Segundo Martins, esse avanço foi possível graças a programas de assistência técnica, com visitas mensais de agrônomos e veterinários para orientar produtores na gestão dos negócios e no aumento da produtividade.
“O impacto não é apenas na propriedade, mas também na qualidade de vida da família, que passa a consumir melhor e a vender melhor o que produz. É um ciclo de desenvolvimento”, afirmou.
O dirigente ressaltou que a consolidação da classe média do agro fortalece o mercado interno e amplia a capacidade do Brasil de atender a demanda mundial por alimentos. Até 2050, a população global deve crescer em 2 bilhões de pessoas, e o país, segundo ele, será responsável por alimentar até 800 milhões delas. Para isso, será necessário expandir a produção com eficiência.
Infraestrutura
O presidente da CNA ressaltou que o país precisa avançar em infraestrutura. Ele defendeu a retomada e expansão das ferrovias para o escoamento da produção, além da melhoria do sistema hidroviário e da revisão da lei portuária, que, segundo ele, eleva custos e reduz a competitividade.
“Se o Brasil quiser ser compatível com a sua grandiosidade, tem que pensar em obras estruturantes. Ferrovia é prioridade absoluta”, disse.
Martins também ressaltou que a competitividade internacional exige que o agro brasileiro esteja “na vanguarda” da tecnologia e da eficiência. Ele lembrou que países como a Argentina vêm ampliando sua produtividade a custos mais baixos, pressionando o Brasil a continuar investindo em inovação e capacitação.
Segundo o presidente da CNA, o país dispõe de fronteiras agrícolas ainda pouco exploradas. Apenas com a recuperação de 50 milhões de hectares de pastagens degradadas e a ampliação da área irrigada de 6 para 20 milhões de hectares, o Brasil poderia quase dobrar a sua capacidade de produção.
“Se a população mundial vai crescer em 2 bilhões de pessoas até 2050, o mundo espera que o Brasil alimente 800 milhões delas. Para isso, precisamos de uma agricultura eficiente e sustentável”, destacou.
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