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Tarifaço deve zerar exportação de máquinas do País aos EUA em setembro, diz diretora da Abimaq
Publicado 27/08/2025 • 19:24 | Atualizado há 8 horas
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Publicado 27/08/2025 • 19:24 | Atualizado há 8 horas
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Indústria
Pixabay.
A sobretaxa dos Estados Unidos a produtos brasileiros deve levar as empresas de máquinas a interromper as exportações para o mercado norte-americano a partir de setembro, segundo a diretora de Competitividade, Economia e Estatística da Abimaq, Cristina Zanella.
“A gente está vendo o agravamento da desaceleração (nas vendas) por causa das tarifas extras de 40% sobre máquinas e equipamentos anunciadas pelo governo Trump, que se somam à taxa mínima de 10%. Vai ter impacto principalmente a partir do próximo mês em exportações. Elas devem tender a zero para aquele mercado. Houve perda grande de competitividade por causa da sobretaxa”, disse Zanella em entrevista coletiva nesta quarta-feira (27).
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Os Estados Unidos recebem aproximadamente 26% das exportações de máquinas do Brasil, o que equivale a cerca de US$ 300 milhões mensais, de acordo com dados da Abimaq.
Zanella também descartou uma melhora significativa na competitividade dos produtos brasileiros diante da decisão do governo norte-americano de taxar qualquer produto com aço ou alumínio sob a Seção 232 da Lei de Expansão Comercial, que permite tarifas específicas para promover a segurança nacional.
O vice-presidente Geraldo Alckmin, que também responde pelo MDIC, havia dito na semana passada que essa medida deixaria os produtos brasileiros em desvantagem relativamente menor. Zanella, porém, ressaltou que ainda assim será difícil concorrer com outros fornecedores de máquinas dos Estados Unidos.
“Quando se olha para todas as sobretaxas anunciadas, o Brasil tem uma das maiores; só a Índia é equivalente. Se pegamos a proporção da máquina, aquela que não é especificamente relacionada ao aço e ao alumínio vai ser taxada pela tarifa recíproca. Vai diminuir a diferença em relação a outros países, exceto a Índia, por causa da proporção de aço e alumínio, mas produtos dos EUA, Canadá e México têm tarifa zero”, acrescentou.
Todas as medidas anunciadas pelo governo para conter os prejuízos das tarifas dos Estados Unidos são importantes e ajudam a mitigar os problemas trazidos pelas sobretaxas, afirmou Cristina Zanella.
Ela destacou o Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários (Reintegra). O programa devolve aos exportadores parte dos tributos pagos ao longo da cadeia produtiva, na forma de crédito tributário.
O plano do governo é antecipar os efeitos da reforma tributária, que entrará em vigor em 2027, desonerando a atividade exportadora para os Estados Unidos. Sob o plano de contingência, o porcentual de imposto devolvido às empresas que exportarem aos EUA aumenta em 3 pontos porcentuais. Assim, grandes e médias empresas passam a contar com até 3,1% de alíquota, e micro e pequenas, com até 6%. As novas condições valerão até dezembro de 2026.
Zanella, porém, afirma que a proposta seria mais eficaz se fosse mais abrangente. “O anúncio foi de que o crédito seria dado somente para empresas que exportam aos EUA. Provavelmente, as empresas vão deixar de exportar. O que a gente espera é que o governo coloque o Reintegra para todos os exportadores, independentemente do mercado em que atuam, porque isso consegue dar competitividade para atuar em qualquer outro mercado do mundo”, afirmou.
Sobre as linhas de financiamento anunciadas recentemente pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o desenvolvimento da Indústria 4.0, a Abimaq ainda não tem estimativas sobre o impacto do programa. No entanto, avalia que o efeito pode ser menos positivo do que aparenta.
“A expectativa é que haja substituição de investimentos com taxa de juros mais alta por outra mais baixa, que é o que está sendo oferecido agora. Vai ter pouco reflexo no resultado geral. Se fossem agregar investimentos, o que é pouco provável, os R$ 12 bilhões em recursos conseguiriam suprir com folga o que a gente venderia para os EUA. Mas o receio é que os investimentos sejam substituídos, não adicionados. Empresas que já iriam investir com taxa de 20% a 22% vão conseguir investir com taxa menor”, afirmou.
A indústria brasileira de máquinas e equipamentos encerrou julho com uma receita líquida total de R$ 26,716 bilhões. O valor representa alta de 0,3% em relação a junho e crescimento de 7,3% frente a julho de 2024. Nos 12 meses até julho, o setor acumulou aumento de 7,4% na receita.
No mercado interno, a receita líquida foi de R$ 19,700 bilhões, indicando retração de 5,1% sobre o mês anterior. Ainda assim, o desempenho anual foi positivo, com expansão de 14,5%.
O consumo aparente somou R$ 36,374 bilhões, registrando alta de 1,2% frente a junho e de 8,9% em relação a julho de 2024.
No cenário internacional, as exportações de julho totalizaram US$ 1,269 bilhão, avanço de 20,7% frente a junho, mas queda de 4,8% na comparação anual. As importações somaram US$ 2,905 bilhões, crescimento de 11,3% sobre o mês anterior e de 8,6% frente a julho do ano passado. O saldo da balança comercial do setor foi negativo, com déficit de US$ 1,636 bilhão.
Em termos de emprego, o setor encerrou julho com 424,903 mil funcionários, alta de 1,1% sobre junho e de 9,1% em relação a julho de 2024.
A carteira de pedidos cresceu 0,6% em julho, após recuar 2,7% em junho. “Houve melhora nas carteiras dos setores relacionados a bens de consumo, obras de infraestrutura e componentes”, informou a Abimaq em relatório. O setor está com carteira de pedidos igual à de dezembro de 2024, mas 1,2% inferior à observada em julho do mesmo ano.
O nível de utilização da capacidade instalada subiu 0,1% em relação a junho, atingindo 78%, valor 2,5% superior ao registrado no mesmo mês de 2024. Em média, o setor operou em 2025 com 77,6% da capacidade, 3,4 pontos percentuais acima do nível de 2024 (74,2%).
O segmento de máquinas e implementos agrícolas registrou receita líquida total de R$ 6,624 bilhões, alta de 4,7% em relação ao mês anterior e de 7,7% frente ao mesmo período de 2024. Nos últimos 12 meses, o crescimento acumulado foi de 5,5%.
A receita líquida interna somou R$ 5,847 bilhões, avanço de 5,1% em relação a junho e de 10,9% frente a julho de 2024.
No comércio exterior, as exportações de máquinas agrícolas totalizaram US$ 140,71 milhões, queda de 7,7% ante o mesmo mês do ano passado. As importações ficaram em US$ 102,48 milhões, recuo de 13,5% na mesma comparação.
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