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‘Ainda Estou Aqui’ ganha mais um prêmio importante e abre caminho para o Brasil chegar na festa do Oscar de novo
Publicado 03/09/2025 • 04:30 | Atualizado há 2 dias
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Publicado 03/09/2025 • 04:30 | Atualizado há 2 dias
KEY POINTS
Fernanda Torres, em Ainda Estou Aqui
Divulgação
Um ano depois de estrear no Festival de Veneza e iniciar seu plano de dominação mundial — que incluiu uma inédita vitória do Brasil no Oscar de filme internacional —, Ainda Estou Aqui acaba de colocar mais um prêmio na sacola. E não foi qualquer um.
O longa de Walter Salles — que acompanha a trajetória da advogada indigenista Eunice Paiva, obrigada a criar sozinha os filhos após o desaparecimento do marido, raptado pela ditadura militar — ganhou o Grand Prix da Federação Internacional dos Críticos de Cinema (Fipresci). Em bom português: foi coroado como o filme do ano.
É a primeira vez, em 25 anos de história da premiação, que o Brasil conquista este troféu, que será entregue na cerimônia de abertura do Festival de Cinema de San Sebastián, no próximo dia 19.
“Melhor do ano” aqui segue um conceito particular: a Fipresci adota um recorte inusitado que considera o segundo semestre do ano anterior e o primeiro do ano vigente. Essa peculiaridade permitiu uma coincidência verde-e-amarela.
Como estreou no Festival de Cannes, em maio deste ano, O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, também estava elegível ao prêmio e, assim como Ainda Estou Aqui, terminou entre os cinco finalistas da Fipresci — mas voltaremos a este outro brasileiro mais tarde.
Os outros candidatos foram: os norte-americanos O Brutalista, de Brady Corbet, e Pecadores, de Ryan Coogler; além do espanhol Sirât, de Óliver Laxe.
Ter dois filmes de um mesmo país nesse grupo seleto não é inédito, mas é raro até mesmo para cinematografias mais consolidadas.
O fato é que, com essa validação da crítica internacional, Ainda Estou Aqui acumula uma coleção rara de indicações e prêmios desde Veneza, de onde seu roteiro saiu reconhecido.
O longa ficou entre os cinco melhores filmes internacionais para o National Board of Review; levou três Prêmios Platino para filmes ibero-americanos, nas categorias de filme, direção e atriz; foi indicado ao Critics Choice e ao BAFTA; e ganhou o Goya de filme ibero-americano.
Ainda Estou Aqui também passou por alguns dos festivais mais importantes do mundo, como Toronto (Canadá), San Sebastián (Espanha) e Nova York (EUA), e conquistou prêmios da audiência em Roterdã (Holanda), Vancouver (Canadá) e na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
No Brasil, foi eleito o melhor do ano pela Abraccine e pela APCA, além de ter conquistado 13 Prêmios Grande Otelo, da Academia Brasileira de Cinema, incluindo melhor filme, direção, roteiro, ator (Selton Mello) e atriz (Fernanda Torres).
Fernanda Torres, por sinal, seguiu o rastro da mãe. Fernanda Montenegro era, até então, a única atriz brasileira indicada ao Oscar. A filha também não levou a estatueta, mas antes disso deixou Hollywood chocada ao vencer o Globo de Ouro de melhor atriz dramática, superando estrelas como Angelina Jolie e Nicole Kidman.
Ela, por sinal, foi a estrela da campanha do filme para as premiações. Simpática, acessível, divertida, falando fluentemente várias línguas, Fernanda caiu nas graças dos gringos — e dos brasileiros também, que invadiram as redes sociais para defender a candidatura dela e a do filme —, ganhou nome internacional, fãs famosos e possivelmente fechou alguns contratos.
Com tanta projeção e a ajuda das polêmicas em relação a seu principal rival, o filme, de azarão, foi roubando aos poucos o favoritismo de Emilia Pérez, indicado da França e finalista em 13 categorias, e acabou levando o Oscar de filme internacional. A indicação — surpresa — a melhor filme foi a cereja do bolo. Até então, somente O Beijo da Mulher-Aranha, de Hector Babenco, tinha chegado tão longe. Com o detalhe de que, apesar de ser uma coprodução brasileira, rodada por aqui, é um filme falado em inglês.
A popularidade e o reconhecimento do filme de Walter Salles abriram as portas para uma redescoberta do cinema brasileiro em premiações internacionais. No Festival de Berlim deste ano, O Último Azul, de Gabriel Mascaro, que acaba de chegar aos cinemas, conquistou o segundo prêmio mais importante do evento.
Já O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, foi tão bem recebido em Cannes que fez o júri quebrar uma regra histórica: o filme conquistou dois prêmios — melhor diretor e melhor ator para Wagner Moura. Desde então, o longa passou a ser tratado pela imprensa especializada como um dos favoritos a uma indicação ao Oscar de filme internacional — e talvez o passaporte para a primeira indicação de um ator brasileiro na festa mais disputada de Hollywood.
Os dois filmes disputam a candidatura oficial do Brasil ao Oscar na categoria internacional. Na segunda-feira (8), uma comissão da Academia Brasileira de Cinema reduz de 16 para 6 a lista de pretendentes ao posto. O eleito será conhecido no próximo dia 15, e O Agente Secreto parece um candidato natural.
Se o Brasil vai conseguir repetir o feito é difícil dizer, porque a sorte de um filme numa corrida tão disputada depende de inúmeros fatores. Mas Cannes, nos últimos anos, tem se transformado em um ponto de partida para indicados e vencedores do Oscar, como Parasita, Drive My Car, Anatomia de uma Queda e Zona de Interesse.
No ano passado, até o vencedor da categoria principal, Anora, conquistou antes a Palma de Ouro, e dos cinco indicados entre os longas estrangeiros, quatro saíram do festival francês.
A exceção foi justamente Ainda Estou Aqui, um filme que vendeu seis milhões de ingressos e saiu dos cinemas sob protestos dos exibidores — e que, um ano depois, parece tão vivo quanto a força de Eunice Paiva.
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