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Tecnologia, o novo motor do mercado de luxo

Publicado 18/09/2025 • 16:34 | Atualizado há 0 minutos

Foto de Dani Rudz

Dani Rudz

Dani Rudz é comunicadora, criadora de conteúdo, consultora de diversidade corporal e vivências raciais, palestrante, educadora e especialista em moda inclusiva.  Comentarista especialista no Times Brasil - Licenciado CNBC falando ao vivo de Mercado de Luxo e Lifestyle, todas as 6ª feiras. Membro Forbes BLK.

Apple

Parceria Hermès

Durante muito tempo, quando se falava em luxo, os exemplos eram sempre os mesmos: joias, relógios, bolsas, carros e imóveis exclusivos. Hoje, porém, há uma nova categoria que já movimenta bilhões e começa a disputar espaço com esses ícones tradicionais: a tecnologia de luxo.

Grandes nomes do setor de tecnologia, como Apple, Samsung, Motorola passaram a lançar smartphones em edições limitadas, feitos com materiais nobres como titânio, ouro e couro italiano. O ponto central é que a tecnologia, antes vista como um bem de consumo funcional, agora é tratada como um objeto de desejo.

Um exemplo recente foi o lançamento do Motorola Razr 60 Ultra, em uma edição limitada em parceria com a Swarovski. O modelo foi apresentado com cristais aplicados à mão em seu design, reforçando o conceito de que a inovação pode se posicionar como luxo ao unir alta tecnologia e sofisticação estética em uma tiragem exclusiva para colecionadores e consumidores premium.

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Por que isso interessa ao mercado de negócios de luxo

Para as empresas, essa estratégia vai muito além de um simples lançamento. Ela eleva o ticket médio, multiplicando o valor de um produto convencional. Enquanto um iPhone custa cerca de US$ 1.200, suas versões de luxo podem alcançar valores que competem com os de uma bolsa ou um relógio icônico.

Ao lançar produtos de edição limitada, as empresas de tecnologia se aproximam do modelo de negócios das maisons de luxo, com foco em exclusividade, escassez e status. Colaborações como Apple x Hermès ou Samsung x casas de moda francesas mostram que a tecnologia e o luxo estão integrando suas estratégias, pois ambos os setores miram o mesmo consumidor, com o mesmo padrão de exigência.

A colaboração Apple Hermès é uma parceria de luxo que une a tecnologia da Apple com o design e o artesanato da casa de moda francesa Hermès, resultando em produtos como o Apple Watch com pulseiras exclusivas em couro, face do relógio personalizadas e um AirTag em formato de portachaves e pingente de bolsa. A parceria destaca uma busca compartilhada por excelência e design, com foco em materiais premium e detalhes inspirados no universo equestre da Hermès.

A Samsung estabeleceu colaborações com várias maisons e artistas franceses de relevo, como a grife Maison Margiela e o fotógrafo Raymond Depardon, em colaborações que aliaram moda, tecnologia e a arte da cultura francesa, como exemplificado pela edição especial do Galaxy Z Flip5 e a campanha artística para os Jogos de Paris 2024. A Samsung também colaborou com a casa de luxo Maison Kitsuné, a maison parisiense Berluti e o museu Louvre, integrando a estética francesa aos seus produtos, desde relógios e fones de ouvido a TVs. 

O Comportamento do Consumidor e o Impacto Global

O cliente que compra um smartphone de luxo não busca apenas inovação, mas sim pertencimento. O aparelho funciona como um símbolo de status visível, algo que está sempre à mostra, reforçando o papel do luxo como uma linguagem social. Para as marcas de luxo tradicionais, isso abre uma nova vertical de negócios, e muitas já planejam lançar acessórios digitais premium, como capas em couro exótico ou wearables em edições limitadas.

O mercado de gadgets de luxo é um setor em franco crescimento, com previsão de movimentar US$ 32 bilhões em 2025, segundo a Statista. A Ásia concentra o maior volume, mas a América Latina, em especial Brasil e México, já representa 6% desse mercado. Investidores enxergam esses produtos como uma nova e lucrativa vertical dentro do luxo, ao lado de arte, moda e carros esportivos.

Em suma, a tecnologia entrou de vez na lógica do mercado de luxo, movimentando bilhões, mudando estratégias de negócios e criando uma nova categoria de desejo.

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