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China testa o resfriamento de seus data centers nas profundezas do mar

Publicado 03/10/2025 • 13:18 | Atualizado há 4 horas

AFP

KEY POINTS

  • Infraestrutura alternativa enfrenta dúvidas sobre impacto ecológico e a sua viabilidade comercial
  • Uso crescente da IA contribuiu para o aumento da procura destas instalações
  • No país chinês, os subsídios governamentais estão ajudando projetos do gênero

Uma empresa chinesa propôs submergir vários servidores no mar, na costa de Xangai, na esperança de resolver um dos principais desafios da computação: o superaquecimento dos centros de dados.

Num cais perto da cidade, os trabalhadores apressam-se a terminar uma grande cápsula amarela, numa aposta numa infraestrutura tecnológica alternativa que enfrenta dúvidas sobre o seu impacto ecológico e a sua viabilidade comercial.

Os websites e aplicações em todo o mundo dependem de centros de dados, estruturas físicas que albergam servidores e redes para processar e armazenar a informação que transita pela internet e outros sistemas.

O uso crescente da inteligência artificial (IA) contribuiu para o aumento vertiginoso da procura destas instalações.

“As operações submarinas têm vantagens inerentes”, afirmou Yang Ye, da empresa de equipamentos marítimos Highlander, que está a desenvolver o grupo de servidores de Xangai juntamente com empresas de construção estatais.

A Microsoft testou esta tecnologia na costa da Escócia em 2018, mas o projeto chinês, que será submerso em meados de outubro, é um dos primeiros serviços comerciais deste tipo no mundo.

Será dirigido a clientes como a China Telecom e uma empresa pública de computação com IA, como parte de uma iniciativa governamental mais ampla para reduzir a pegada de carbono dos centros de dados.

“As instalações submarinas podem poupar aproximadamente 90% do consumo de energia para refrigeração”, assegurou à AFP Yang, vice-presidente da Highlander.

Projetos como este centram-se atualmente em demonstrar a “viabilidade tecnológica”, segundo o especialista Shaolei Ren, da Universidade da Califórnia, Riverside.

A Microsoft nunca desenvolveu comercialmente o seu teste e, após recuperar a sua cápsula em 2020, afirmou que o projeto tinha sido concluído com sucesso.

Segundo Ren, antes que os centros de dados submarinos possam ser implantados em grande escala, é necessário superar importantes desafios de construção e preocupações ambientais.

Na China, os subsídios governamentais estão ajudando: a Highlander recebeu 40 milhões de yuans (5,62 milhões de dólares) para um projeto similar em 2022 na província de Hainan, que ainda está em curso.

Desafios técnicos

“A realização efetiva do centro de dados submarino representou maiores desafios de construção do que o inicialmente esperado”, afirmou Zhou Jun, engenheiro do projeto da Highlander em Xangai.

Construído em terra em componentes separados antes da sua instalação debaixo de água, obterá quase toda a sua energia de parques eólicos offshore próximos.

A Highlander afirma que mais de 95% da energia utilizada provirá de fontes renováveis.

O desafio mais evidente ao localizar a estrutura será manter o seu conteúdo seco e a salvo da corrosão da água salgada.

O projeto chinês aborda este problema utilizando um revestimento protetor que contém pequenas placas de vidro sobre a cápsula de aço que alberga os servidores.

Para permitir o acesso do pessoal de manutenção, um elevador ligará a cápsula a um segmento que permanece na superfície.

O especialista Ren alertou também que estabelecer a ligação à internet entre um centro de dados marítimo e o continente é um processo mais complexo do que com os servidores terrestres tradicionais.

Além disso, investigadores da Universidade da Flórida e da Universidade de Eletro-Comunicações do Japão descobriram que os centros de dados submarinos podem ser vulneráveis a ataques que utilizam ondas sonoras conduzidas através da água.

Incógnitas ecológicas

Além dos obstáculos técnicos, o efeito de aquecimento dos centros de dados submarinos na água circundante suscitou dúvidas sobre o impacto nos ecossistemas marinhos.

Andrew Want, ecologista marinho da Universidade de Hull, disse que o calor emitido poderia, em alguns casos, atrair certas espécies e afastar outras.

“Neste momento são incógnitas, ainda não foram realizadas investigações suficientes”, afirmou.

A Highlander declarou à AFP que uma avaliação independente realizada em 2020 sobre o projeto piloto da empresa perto de Zhuhai, no sul da China, indicava que as águas contíguas se mantinham muito abaixo dos limiares de temperatura aceitáveis.

No entanto, Ren advertiu que a ampliação dos centros também aumentaria o calor libertado, e sugeriu que as instalações marítimas podem complementar os centros de dados padrão. “Provavelmente não vão substituir os centros de dados tradicionais existentes, mas podem prestar serviço a alguns segmentos especializados”, explicou.

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