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COP30 abre corrida por negócios verdes e coloca Brasil no centro da transição climática
Publicado 05/10/2025 • 21:00 | Atualizado há 3 horas
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Publicado 05/10/2025 • 21:00 | Atualizado há 3 horas
KEY POINTS
Belém será a sede da COP30, em novembro.
Foto: Rafa Neddermeyer/Cop30
Em um mês, Belém (PA) receberá a COP30, conferência da ONU sobre clima que deve movimentar negócios e investimentos globais. Energia renovável, bioeconomia amazônica, agronegócio de baixo carbono e finanças sustentáveis aparecem como áreas estratégicas para o Brasil ampliar competitividade e atrair capital em um cenário de novas regras ambientais e de mercado.
A realização do evento ocorre em um contexto desafiador. Segundo o Relatório Luz 2024, elaborado pelo Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030, apenas 7% dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no Brasil apresentaram avanço satisfatório, enquanto 34,5% tiveram progresso considerado insuficiente. A COP30, portanto, é vista como oportunidade para o país demonstrar avanços e se consolidar como destino preferencial de investimentos verdes.
O avanço da agenda ESG não é mais opcional para empresas que atuam no comércio exterior. A União Europeia implementa, a partir de 2026, o Mecanismo de Ajuste de Carbono na Fronteira (CBAM), que obriga importadores a adquirir certificados para compensar emissões embutidas em produtos como aço, cimento, alumínio e fertilizantes. Já a Diretiva de Due Diligence em Sustentabilidade Corporativa (CS3D) exigirá monitoramento integral da cadeia produtiva, desde impactos ambientais até direitos humanos.
No Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) passará a exigir, em 2026, relatórios baseados nos padrões internacionais IFRS S1 e S2, que ampliam a transparência de informações sobre sustentabilidade.
Para Alexandre Pimenta, CEO da Asia Shipping, o cenário representa uma mudança estrutural:
“O ESG deixou de ser diferencial para se tornar fator de acesso a diferentes mercados. A adaptação às novas exigências pode significar não apenas a continuidade das exportações brasileiras, mas também a conquista de vantagens regulatórias e financeiras em escala global.”
Ele acrescenta que a logística tem papel central na transição:
“É o setor logístico que viabiliza a rastreabilidade e a eficiência necessárias em toda a cadeia de suprimentos.”
Especialistas apontam que a COP30 deve impulsionar setores estratégicos do cenário brasileiro.
Para Larissa Barreto, sócia da Sail Capital, energia renovável e bioeconomia estão no topo da lista:
“Vejo um enorme potencial na expansão da energia solar e eólica, no avanço do hidrogênio verde e no desenvolvimento de biocombustíveis avançados. Esses movimentos devem atrair grandes fluxos de capital e gerar novos modelos de negócio, como serviços de energia sob demanda, armazenamento e gestão inteligente de redes.”
Ela lembra que o agronegócio também passa por mudanças:
“Práticas regenerativas, uso de bioinsumos e rastreabilidade são cada vez mais exigidas por consumidores e investidores globais. Isso abre espaço para fintechs do agro, plataformas de comercialização sustentável e negócios ligados ao mercado de carbono.”
Kátia Maia, consultora do Banco Mundial Brasil, reforça que a COP30 pode consolidar corredores logísticos sustentáveis:
“Projetos em Pecém e Suape já avançam para criar green corridors, corredores verdes que conectam portos e cadeias logísticas com menor impacto ambiental. Além disso, a bioeconomia amazônica deve crescer com cosméticos, fármacos e alimentos a partir de ingredientes naturais.”
Ela acrescenta ainda outros setores em ascensão: saneamento, economia circular, reciclagem, manejo de resíduos para geração de energia e agricultura de baixo carbono, com biogás, biometano e recuperação de pastagens.
Adriana Melo, CFO da SAS Brasil, observa que o país tem ativos estratégicos que vão além do agronegócio:
“O Brasil tem cartas raras na mesa: agro regenerativo, bioeconomia amazônica, transição energética e tecnologia limpa. A siderurgia descarbonizada, os data centers movidos a energia renovável e as terras raras estratégicas mostram que podemos exportar inteligência climática, e não apenas soja e minério.”
Transformar compromissos ambientais em vantagem competitiva já é realidade para empresas que conseguem executar com consistência suas estratégias de sustentabilidade.
Larissa Barreto afirma que não se trata apenas de reputação:
“Iniciativas como eficiência energética, gestão de recursos hídricos e economia circular reduzem custos e podem gerar novas fontes de receita. Além disso, empresas que comprovam impacto positivo atraem fundos globais e acessam crédito mais barato.”
Kátia Maia destaca que os benefícios chegam também à relação com consumidores:
“Cadeias globais e clientes já exigem metas e reportes em padrões internacionais. Empresas que se antecipam a essas demandas ganham preferência de mercado e ampliam competitividade.”
Para Adriana Melo, a diferença está em sair do discurso:
“Empresas só transformam compromissos ambientais em vantagem competitiva quando saem do papel e executam. Quem de fato descarboniza corta custos de energia, acessa capital mais barato e conquista consumidores que não querem carregar culpa climática na sacola de compras.”
O Brasil conta hoje com um portfólio de mecanismos financeiros para apoiar empresas de diferentes portes na transição sustentável. Entre eles, destacam-se:
Segundo Kátia Maia, essas ferramentas criam uma disputa global por recursos:
“Essa COP promete ser uma corrida em busca de dinheiro verde. Será uma disputa para captar, ancorar e direcionar fundos climáticos, bancos multilaterais, investidores de impacto e fundos soberanos.”
A COP30 promete ir além dos compromissos diplomáticos. Para os especialistas, o evento pode reposicionar o Brasil como potência climática e econômica, conectando biodiversidade, energia limpa e instrumentos financeiros a um novo ciclo de crescimento sustentável.
“O futuro verde só fará sentido se unir competitividade e inclusão. Sustentabilidade não é utopia, é pragmatismo econômico”, resume Adriana Melo.
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