Casa Branca publica termos de acordo histórico entre China e Estados Unidos

A Casa Branca anunciou neste sábado (1/11) que os Estados Unidos fecharam um acordo comercial e econômico com a China, depois de reunião entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping na Coréia do Sul.

Segundo comunicado emitido por Washington, o acordo inclui compromissos chineses para interromper o fluxo de precursores usados para fabricar fentanil nos Estados Unidos. Trump e Xi Jinping também acertaram eliminar efetivamente os controles de exportação atuais e propostos da China sobre elementos de terras raras e outros minerais críticos.

Trump também incluiu no acordo o fim d retaliação chinesa contra fabricantes de semicondutores dos EUA e outras grandes empresas americanas, além de abrir o mercado da China para a soja dos EUA e outras exportações agrícolas.

O que caberá à China

Segundo o comunicado da Casa Branca, a China suspenderá a implementação global dos novos e amplos controles de exportação sobre terras raras e medidas relacionadas que anunciou em 9/10. 

O país também emitirá licenças gerais válidas para exportações de terras raras, gálio, germânio, antimônio e grafite em benefício de usuários finais dos EUA e seus fornecedores em todo o mundo. A licença geral significa a remoção de fato dos controles que a China impôs em abril de 2025 e outubro de 2022.

A China tomará medidas significativas para acabar com o fluxo de fentanil para os Estados Unidos, e interromperá o envio de alguns produtos químicos designados para a América do Norte. Também irá controlar “rigorosamente as exportações de certos outros produtos químicos para todos os destinos no mundo”, traz o comunicado.

Xi Jinping também suspenderá todas as tarifas retaliatórias que anunciou desde 4/3/2025. Isso inclui tarifas sobre produtos agrícolas dos EUA como frango, trigo, milho, algodão, sorgo, soja, carne suína, carne bovina, produtos aquáticos, frutas, vegetais e produtos lácteos.

Sobre ainda as tarifas retaliatórias de março, com o acordo, a China deve remover todas as contramedidas não tarifárias retaliatórias tomadas contra os Estados Unidos, incluindo a relação de empresas americanas em suas listas de usuários finais e entidades não confiáveis.

Em relação à soja americana, a China deverá comprar pelo menos 12 milhões de toneladas métricas (MMT) do produto juntos aos EUA durante os últimos dois meses de 2025, e também comprará pelo menos 25 MMT de soja americana por ano, até 2028. Além disso, a China retomará as compras de sorgo e toras de madeira de lei dos EUA.

Pelo acordo, a China também tomará medidas para garantir a retomada do comércio das instalações da Nexperia na China, permitindo que a produção de chips legados críticos flua para o resto do mundo.

A pedido de Trump, deve ser encerrada a investigação da China contra os EUA da “Seção 301”,  sobre a segmentação da China nos setores marítimo, logístico e de construção naval para domínio, e a China removerá as sanções impostas a entidades de transporte americana. Investigações visando empresas dos EUA na cadeia de suprimentos de semicondutores também deverão ser extintas, incluindo as de antitruste, antimonopólio e antidumping

Por fim, segundo a nota da Casa Branca, “a China estenderá ainda mais a expiração de seu processo de exclusão tarifária baseado no mercado para importações dos Estados Unidos, e as exclusões permanecerão válidas até 31/12/2026”.

Ações americanas

A parte que caberá aos EUA no acordo passará pela redução de 10% das tarifas sobre importações chinesas impostas para conter o fluxo de fentanil, a partir de 10/11. Washington manterá a suspensão de tarifas recíprocas elevadas sobre importações chinesas até 10/11 – a tarifa recíproca atual de 10% permanecerá em vigor durante este período de suspensão.

Os Estados Unidos devem estender ainda mais a expiração de exclusões tarifárias da Seção 301, atualmente com vencimento em 29/11/2025, até 10/11/2026 de novembro de 2026. Já a implementação de uma “lista negra” americana contra companhias chinesas será suspensa. 

A partir de 10/11, os EUA também suspenderão suas ações de resposta à investigação da Seção 301.

Cauê Rigamonti

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