O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu no domingo (16) aos republicanos que votem a favor da divulgação de arquivos relacionados ao condenado por crimes sexuais Jeffrey Epstein, que faleceu, marcando uma mudança brusca em relação à resistência anterior dentro de seu círculo próximo.
“Os republicanos da Câmara devem votar pela divulgação dos arquivos de Epstein, porque não temos nada a esconder”, disse Trump em uma longa publicação em sua conta no Truth Social.
“E é hora de seguir em frente com essa farsa dos democratas, perpetrada por lunáticos da extrema esquerda, para desviar a atenção do grande sucesso do Partido Republicano, incluindo nossa recente vitória sobre o ‘shutdown’ dos democratas”, acrescentou.
O presidente afirmou ainda que o Departamento de Justiça já entregou “dezenas de milhares de páginas” sobre Epstein ao público e que autoridades estavam investigando “diversos operadores democratas”, como o ex-presidente Bill Clinton e seu ex-secretário do Tesouro, Larry Summers.
Um porta-voz de Clinton não respondeu imediatamente a um pedido de comentário, após a publicação de Trump no Truth Social na madrugada.
A declaração de Trump surge em meio à crescente pressão sobre seus laços passados com Epstein, que morreu em aparente suicídio em agosto de 2019, após ser preso por acusações de tráfico sexual de menores.
A Câmara dos Representantes deve votar um projeto — defendido pelo republicano Thomas Massie e pelo democrata Ro Khanna — que exige a divulgação dos arquivos de investigação criminal sobre Epstein, prevista para ocorrer na terça-feira.
O Departamento de Justiça havia se recusado a tornar os materiais de investigação públicos, apesar de promessas anteriores da procuradora-geral Pam Bondi e de outros membros do governo Trump de fazê-lo.
No entanto, uma petição na Câmara reuniu apoio suficiente, incluindo aliados de Trump como as deputadas Nancy Mace e Lauren Boebert, para forçar a votação do projeto.
A ex-aliada de Trump e republicana Marjorie Taylor Greene também assinou a petição e criticou a relutância de Trump em liberar mais materiais do caso Epstein, gerando uma grande divergência com o presidente durante o fim de semana.
Em sua última mensagem no Truth Social, Trump afirmou que alguns “membros” do Partido Republicano estavam sendo “usados” e que o partido precisava “VOLTAR AO FOCO”.
Em outra publicação, no fim da noite de domingo, Trump citou Greene, chamando-a de “Traidora”. No sábado, Greene havia acusado o presidente de atacá-la como parte de esforços para “dar um exemplo” e “amedrontar todos os outros republicanos” antes da votação na Câmara sobre os arquivos de Epstein.
Trump nega ter tido conhecimento sobre o abuso de décadas de Epstein contra meninas e jovens e afirmou que os dois se desentenderam no início dos anos 2000.
No entanto, a Comissão de Supervisão da Câmara divulgou na semana passada milhares de e-mails que mostram Epstein e outros falando sobre Trump. Nos arquivos de e-mail, Epstein não acusa explicitamente Trump de qualquer ato ilícito ou ilegal.
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