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Café solúvel, de maior valor agregado, permenece tarifado e setor teme perder mercado nos EUA
Publicado 21/11/2025 • 13:30 | Atualizado há 29 minutos
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Publicado 21/11/2025 • 13:30 | Atualizado há 29 minutos
KEY POINTS
Café solúvel, de maior valor agregado, fica fora do tarifaço dos EUA e frustra setor
A decisão dos Estados Unidos de retirar a tarifa de 40% sobre o café verde brasileiro trouxe alívio ao setor, mas deixou um ponto crítico: o café solúvel, produto de maior valor agregado e com forte impacto em emprego e renda, ficou de fora da nova lista de isenções. A manutenção da tarifa adicional coloca em risco um mercado considerado estratégico e historicamente liderado pelo Brasil.
Hoje, cerca de 90% das exportações brasileiras de café para os EUA são de café verde. Os 10% restantes, referentes ao solúvel, seguem sujeitos ao tarifaço de 50% — somatório da tarifa-base de 10% e dos 40% adicionais. A exclusão do produto foi confirmada mesmo após a modificação da Ordem Executiva 14.323, que corrigiu distorções criadas em novembro, quando concorrentes como Vietnã, Indonésia e Nicarágua tiveram tarifas reduzidas a zero.
Segundo o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, a exclusão preocupa toda a cadeia. “O café solúvel representa 10% das exportações para os EUA e continua tarifado não só para o Brasil, mas para outras origens. Já estamos em contato com a embaixada em Washington, com Brasília e com nossos importadores para trabalhar essa questão”, afirmou.
O diretor-geral do Cecafé, Marcos Matos, acrescenta que ainda há produtos específicos, como o solúvel, que não aparecem no anexo da ordem executiva. “Temos hoje um ambiente de negociação. O Brasil deve avançar para gerar riqueza nos dois países, mas o solúvel precisa ser contemplado.”
Em comunicado oficial, a ABICS, que representa toda a produção nacional de café solúvel, afirmou que a exclusão do produto das isenções é um revés significativo.
A associação relata efeitos imediatos desde a adoção do tarifaço, em agosto:
Segundo a ABICS, o tarifaço inviabiliza a competitividade do produto brasileiro e favorece outras origens. O setor teme que a perda de posição nas gôndolas americanas se torne definitiva.
“A manutenção da tarifa abre espaço para substituição permanente do café solúvel brasileiro. Uma vez perdida essa fatia e a lealdade do consumidor, a recuperação será extremamente difícil”, alerta a associação.
O café solúvel tem impacto mais amplo sobre o mercado de trabalho. Para cada emprego na produção do café em grão, o solúvel gera três a quatro novos postos. “É um produto finalizado, com maior valor agregado. Por isso sua relevância para a economia e para regiões produtoras”, diz Márcio Ferreira.
A ABICS ressalta que o produto é o 13º item mais exportado do agronegócio brasileiro e abastece mais de 100 países, com receita anual de US$ 1,1 bilhão.
Antes da retirada da tarifa do café verde, o setor já havia sofrido forte retração. As exportações totais do Brasil para os EUA recuaram:
Com a tarifa de 40%, o Brasil caiu para a terceira posição entre os maiores fornecedores de café para o mercado americano, atrás de Alemanha e Itália. O café brasileiro foi substituído por blends de origens que tiveram tarifas zeradas.
Segundo Matos, “a retirada dos 40% devolve isonomia e condições de competir”, mas esse reequilíbrio não abrange o solúvel.
A ABICS afirma estar mobilizada em todas as frentes diplomáticas, com apoio de Cecafé, ABIC, CNA, CNC e parceiros americanos como a National Coffee Association (NCA).
A associação afirma que continuará atuando para demonstrar a interdependência entre Brasil e Estados Unidos no comércio de café e reforça que o solúvel tem importância histórica para ambos os mercados.
“Acreditamos que, com diálogo e cooperação, será possível alcançar uma solução que beneficie o consumidor americano, a indústria brasileira e os produtores de café do Brasil”, afirma a diretoria da ABICS.
Além da negociação tarifária, o setor defende maior investimento em marketing e presença de marca nos EUA. “Se o produto fosse mais conhecido como item final, muitos desses problemas poderiam ser evitados”, diz Ferreira.
Para ele, o consumidor americano já percebeu o impacto da redução das importações brasileiras. “Os preços subiram muito. Agora sabemos que podemos fazer melhor daqui para frente.”
Leia também:
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