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Grupo Refit: como o escândalo conecta as operações Carbono Oculto e Poço de Lobato?
Publicado 27/11/2025 • 15:56 | Atualizado há 2 horas
Publicado 27/11/2025 • 15:56 | Atualizado há 2 horas
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O alvo é apontado de causar prejuízo superior a R$ 26 bilhões aos cofres estaduais e federal. Créditos:Divulgação/Governo de São Paulo.
O alvo é apontado de causar prejuízo superior a R$ 26 bilhões aos cofres estaduais e federal. Créditos:Divulgação/Governo de São Paulo.
Uma operação deflagrada nesta quinta-feira (27) colocou o Grupo Refit no centro das investigações nacionais sobre sonegação e lavagem de dinheiro.
Segundo a Receita Federal, a ação é em parceria com vários órgãos e cumprem 126 mandados de busca e apreensão e apuram relações financeiras entre o grupo e empresas vinculadas à Carbono Oculto, operação realizada em agosto de 2025.
O alvo é apontado de causar prejuízo superior a R$ 26 bilhões aos cofres estaduais e federal.
Batizada de Poço de Lobato, a operação mira um esquema de uso de empresas laranja, contratos fictícios e movimentações internacionais para mascarar exportações, fraudar impostos e driblar controles aduaneiros.
A operação mobiliza 621 agentes públicos. Participam Ministério Público de São Paulo, Receita Federal, Secretaria da Fazenda e Planejamento de SP, Procuradoria-Geral do Estado, Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Secretaria Municipal da Fazenda de São Paulo e polícias Civil e Militar.
Vale citar que o nome da operação foi escolhido em referência ao primeiro poço de petróleo descoberto no Brasil, localizado no bairro de Lobato, em Salvador, em 21 de janeiro de 1939: o que ficou conhecido como Poço de Lobato. Ele marcou o início da exploração de petróleo no país, apesar de não ter sido comercialmente viável à época.
Deflagrada em 28 de agosto, a Operação Carbono Oculto, revelou que o setor de combustíveis foi usado por uma organização criminosa como plataforma de lavagem de dinheiro. Segundo a Receita Federal e o Ministério Público de São Paulo (MPSP), trata-se da “maior operação contra o crime organizado da história do País em termos de cooperação institucional e amplitude”.
Entre 2020 e 2024, uma única empresa movimentou mais de R$ 46 bilhões, de acordo com os auditores-fiscais. Os mesmos donos controlavam outras fintechs menores, utilizadas para pulverizar e esconder ainda mais os recursos ilícitos.
As investigações apontam que as empresas exploravam brechas regulatórias que dificultavam o rastreamento individualizado das operações financeiras. Um dos mecanismos era a chamada “conta-bolsão” — uma conta aberta em banco comercial pela própria fintech, onde circulavam, sem separação, recursos de todos os clientes.
Por meio dessa conta, eram feitos pagamentos de despesas pessoais dos operadores, remunerações a colaboradores e compensações entre postos, distribuidoras e fundos de investimento ligados à organização criminosa.
As investigações mostram que o Grupo Refit mantinha vínculos financeiros diretos com empresas e pessoas citadas na Carbono Oculto. Ambas as operações identificaram estruturas semelhantes de movimentação, com uso de empresas de fachada, fundos exclusivos e offshores para ocultar lucros e reorganizar recursos.
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Após o avanço da Carbono Oculto, o grupo alvo da Poço de Lobato modificou toda a sua estrutura financeira. Operadores que antes movimentavam cerca de R$ 500 milhões passaram a movimentar mais de R$ 72 bilhões entre 2024 e 2025.
O padrão identificado reproduz mecanismos já apontados na investigação anterior, como o uso de contas-bolsão e estruturas paralelas que dificultam a identificação dos beneficiários finais.
As apurações revelam que o Grupo Refit movimentou mais de R$ 70 bilhões em um ano por meio de empresas controladas, offshores e uma exportadora no exterior. A rede envolvia fundos fechados de investimento, muitos com apenas um cotista, criados para blindar patrimônio e circular valores de forma indireta.
O esquema também utilizava uma empresa financeira “mãe” que controlava diversas instituições “filhas”. O arranjo permitia esconder operações internas, ampliar o volume movimentado e criar sucessivas camadas de ocultação.
O núcleo operacional importava combustíveis por meio de empresas interpostas. Entre 2020 e 2025, foram importados mais de R$ 32 bilhões em diesel, nafta e hidrocarbonetos utilizando recursos de formuladoras e distribuidoras do próprio grupo.
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A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis no Brasil (ANP) interditou a refinaria após identificar indícios de declarações falsas, ausência de comprovação do refino e uso de aditivos não autorizados. A fiscalização também reteve navios com 180 milhões de litros de combustível na Operação Cadeia de Carbono.
As investigações indicam que distribuidoras e postos vinculados ao grupo sonegavam tributos na comercialização, ampliando o impacto sobre a arrecadação e intensificando a concorrência desleal no setor.
Também foram identificados envios ao exterior superiores a R$ 1,2 bilhão por meio de contratos de mútuo conversíveis em ações, que retornavam ao país como supostos investimentos. Offshores localizadas em Delaware e outras jurisdições replicavam movimentações e viabilizavam nova rodada de blindagem.
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As autoridades consideram que a ligação entre Carbono Oculto e Poço de Lobato revela a continuidade e a adaptação de um modelo de atuação atribuído ao Grupo Refit, que reorganizou estruturas, ampliou valores movimentados e expandiu práticas já mapeadas em investigações anteriores.
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