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Detox do sangue vira tendência no wellness após relato de Orlando Bloom, mas ciência alerta

Publicado 23/12/2025 • 09:47 | Atualizado há 4 horas

KEY POINTS

  • Procedimento usado por Orlando Bloom para ‘limpar o sangue’ não tem comprovação científica.
  • Aferese e microplásticos: por que a ciência ainda não valida o ‘detox do sangue’.
  • Limpar o sangue de toxinas? Especialistas alertam para riscos ocultos em tratamentos populares.
Orlando Bloom deitado em uma cadeira, em uma clinica, com dois tubos intravenosos, um em cada braço.

Quando o ator Orlando Bloom revelou ter gasto aproximadamente US$ 13.500 em um procedimento para “limpar o sangue”, o episódio rapidamente extrapolou o universo das celebridades e passou a chamar atenção de médicos, reguladores e investidores atentos ao crescimento do mercado global de wellness e terapias premium.

O procedimento citado é a aferese, uma técnica médica consolidada no tratamento de doenças autoimunes e alterações hematológicas, mas que vem sendo reposicionada por clínicas privadas como método de “detox”, com a promessa de eliminar microplásticos e toxinas do organismo.

Esse reposicionamento ocorre em um momento em que o setor de bem-estar e longevidade cresce em ritmo acelerado, impulsionado por consumidores de alta renda, celebridades e uma narrativa cada vez mais forte de biohacking e saúde preventiva. O problema: não há comprovação científica de que a aferese funcione para remover microplásticos do sangue.

Exposição é real, solução ainda não

Do ponto de vista científico, há consenso sobre um ponto-chave: a exposição humana aos microplásticos é generalizada. Essas partículas já foram detectadas no ar, na água, nos alimentos e até em tecidos humanos. Isso alimenta a demanda por soluções médicas e, consequentemente, novos modelos de negócio.

Mas é justamente aí que surgem os riscos. Estudos indicam que procedimentos de filtragem do sangue, como a diálise, tecnologia da qual a aferese deriva, podem introduzir microplásticos no organismo, devido à degradação de componentes plásticos dos próprios equipamentos.

Na prática, isso cria um paradoxo preocupante: tratamentos vendidos como “purificação” podem ampliar a exposição ao problema que prometem resolver.

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Risco regulatório e reputacional

Para o mercado, o avanço dessas terapias sem validação científica clara acende alertas regulatórios. Autoridades de saúde tendem a olhar com mais rigor para práticas que extrapolam indicações médicas aprovadas, especialmente quando associadas a marketing agressivo, preços elevados e promessas não comprovadas.

Há também um risco reputacional para clínicas, redes hospitalares e investidores do setor de wellness, em um cenário semelhante ao já visto com suplementos, terapias antienvelhecimento e tratamentos “off-label”.

Atualmente, não existe evidência científica publicada de que microplásticos possam ser efetivamente removidos da corrente sanguínea humana. Especialistas defendem que a estratégia mais eficiente, do ponto de vista de saúde pública e custo-benefício, é reduzir a exposição ao plástico na origem, e não apostar em procedimentos caros e experimentais.

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Tendência ou bolha?

O caso de Bloom ilustra uma dinâmica conhecida dos mercados: quando ciência incerta encontra alta demanda e capital disponível, surgem tendências rápidas, nem sempre sustentáveis.

Para investidores, o debate vai além da saúde individual e entra no campo de compliance, regulação, evidência científica e sustentabilidade do modelo de negócio. Em um setor cada vez mais bilionário, a linha entre inovação médica e wellness especulativo segue tênue.

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