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Crise dos Correios não é exclusividade do Brasil; veja o que ocorre em outros países

Publicado 31/12/2025 • 06:00 | Atualizado há 4 horas

KEY POINTS

  • A deterioração financeira dos Correios brasileiros segue um padrão observado em operadores postais de economias desenvolvidas e emergentes.
  • Serviços postais em diversos países vivem crises semelhantes, pressionados pela transformação do setor, pela concorrência privada e pela queda.
  • Gastos com pessoal respondem por 62% do total e chegam a 72% quando se incluem precatórios trabalhistas.
Agencia correios

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

Crise dos Correios não é exclusividade do Brasil; veja o que ocorre em outros países

Em meio a prejuízos acumulados, perda de mercado e forte pressão sobre o caixa, os Correios anunciaram na última segunda-feira (29), um amplo plano de reestruturação para tentar reequilibrar suas contas e garantir a continuidade da operação.

A estratégia, detalhada pelo presidente da estatal, Emmanoel Schmidt Rondon, combina corte de custos, venda de ativos e mudanças profundas no modelo de negócios.

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O movimento, porém, está longe de ser um caso isolado, serviços postais em diversos países vivem crises semelhantes, pressionados pela transformação do setor, pela concorrência privada e pela queda estrutural do envio de cartas.

Um problema global

A deterioração financeira dos Correios brasileiros segue um padrão observado em operadores postais de economias desenvolvidas e emergentes. Países como:

  • França;
  • Alemanha;
  • Inglaterra;
  • China;
  • Índia;
  • África do Sul.

Passaram, nos últimos anos, por reestruturações profundas para lidar com a mesma equação, receitas em queda, custos rígidos e a obrigação de manter a universalização do serviço, inclusive em regiões deficitárias.

Leia também: Correios: entenda o plano de reestruturação em três etapas

Nos Estados Unidos, o quadro é ainda mais emblemático, o serviço postal americano registra um déficit anual próximo de US$ 9 bilhões, mesmo após sucessivas reformas administrativas e tentativas de diversificação de receitas.

Na Europa, empresas postais recorreram à redução de pessoal, fechamento de agências, venda de imóveis e ampliação de serviços logísticos para sobreviver à mudança no comportamento dos consumidores.

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O fim da carta como base do modelo

O diagnóstico apresentado pela direção dos Correios aponta a raiz do problema, o antigo modelo, sustentado pelo monopólio da entrega de cartas nos grandes centros urbanos, deixou de ser suficiente para financiar a operação em áreas remotas e de baixo retorno econômico.

No Brasil, apenas a obrigação de universalização gera um déficit estrutural estimado em cerca de R$ 4 bilhões.

Esse fenômeno se repete no exterior, a digitalização reduziu drasticamente o volume de correspondências físicas, enquanto a expansão do comércio eletrônico intensificou a concorrência no segmento de encomendas, hoje dominado por empresas privadas mais ágeis e com estruturas de custo mais flexíveis.

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Custos engessados e pressão trabalhista

No caso brasileiro, a situação é agravada por uma estrutura de despesas altamente rígida. Cerca de 90% dos custos dos Correios são fixos.

Gastos com pessoal respondem por 62% do total e chegam a 72% quando se incluem precatórios trabalhistas. Esse perfil limita a capacidade de ajuste rápido diante da queda de receitas.

Problemas semelhantes aparecem em outros países, onde sindicatos fortes e legislações trabalhistas restritivas dificultam cortes mais profundos.

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Em muitos casos, os governos tiveram de intervir com aportes diretos ou mudanças regulatórias para evitar a insolvência dos operadores postais.

Perda de competitividade

Apesar de investimentos em veículos e equipamentos, os Correios não conseguiram acompanhar a evolução tecnológica exigida pelo mercado de encomendas.

Processos e sistemas ficaram defasados, o que reduziu a eficiência operacional e a capacidade de competir com empresas privadas. Desde 2019, a participação da estatal brasileira nesse mercado caiu de 51% para 22%.

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Esse encolhimento também é observado em outros países, onde operadores públicos perderam espaço para empresas de logística especializadas, mais integradas digitalmente e com maior capacidade de adaptação às demandas do comércio eletrônico.

Sem privatização no horizonte

Embora o debate sobre privatização tenha ressurgido nos bastidores, o governo descarta essa alternativa. A aposta oficial é que a combinação de ajuste financeiro, reorganização interna e mudança do modelo de negócios permita reequilibrar a estatal e reduzir a necessidade de novos aportes públicos.

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A experiência internacional mostra, no entanto, que não há soluções simples, em vários países, mesmo após reformas profundas, os operadores postais seguem registrando prejuízos. O desafio dos Correios brasileiros, portanto, é o mesmo enfrentado por seus pares no exterior.

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