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Apple Vision Pro enfrenta um problema após um ano: falta de aplicativos

Publicado sex, 21 fev 2025 • 4:21 PM GMT-0300 | Atualizado há 1 dias

CNBC

Redação CNBC

KEY POINTS

  • O número de novos aplicativos para o Vision Pro tem diminuído mês a mês desde que o dispositivo foi lançado, de acordo com a consultoria AppFigures.
  • Muitos dos novos aplicativos e ideias para o Vision Pro estão vindo de desenvolvedores independentes, que trabalham nos finais de semana enquanto mantêm empregos diurnos.
  • Em agosto, a Apple afirmou que o Vision Pro tinha 2.500 aplicativos. Segundo a contagem da AppFigures, menos de 1.900 continuam ativos.

Apple Vision Pro

Divulgação/Apple

Quando o Vision Pro foi lançado pela Apple, em 2023, o headset de US$ 3.500 (cerca de R$ 19.950, na cotação atual) foi chamado de a próxima “grande plataforma” da emnpresa.

Um ano após o início das vendas, o número de aplicativos para o dispositivo é baixo.

A Apple não divulga regularmente estatísticas sobre a quantidade de aplicativos disponíveis para o Vision Pro, e é difícil dizer quantos novos aplicativos são lançados em qualquer mês. Segundo a consultoria AppFigures, que acompanha as plataformas da Apple, o número de novos aplicativos para o Vision Pro caiu todos os meses desde que o dispositivo chegou ao mercado em fevereiro de 2024.

Quando a Apple apresentou o Vision Pro, executivos disseram que desenvolvedores poderiam criar novas experiências que não eram possíveis com computadores tradicionais. Mas até agora, os principais desenvolvedores permanecem focados em outras áreas, e grandes empresas de tecnologia como Google, Meta e Netflix ainda não lançaram seus aplicativos mais importantes para o headset.

Desenvolvedores independentes assumem a liderança

Muitos dos novos aplicativos e ideias para o Vision Pro vêm de desenvolvedores independentes, que trabalham nos finais de semana enquanto mantêm empregos regulares.

Uma dessas pessoas é Adam Roszyk, um programador na Polônia que criou 17 aplicativos para o Vision Pro desde que o headset foi lançado.

Por US$ 4 (R$ 22,80), o aplicativo Night Vision de Roszyk permite que um usuário do Vision Pro use as câmeras de detecção de profundidade do dispositivo para ver objetos no escuro. Se você gastar US$ 5 (R$ 28,50), pode realizar uma tarefa em um jogo no estilo de Luigi’s Mansion (jogo da Nintendo) usando o aplicativo Vacuume, que sobrepõe moedas virtuais no chão que o pode “aspirar”, junto com qualquer sujeira ou poeira real. E por US$ 6 (R$ 34,20), o aplicativo Scan Export de Roszyk permite que os usuários criem uma digitalização 3D de um prédio inteiro apenas caminhando ao redor, uma ferramenta útil para quem trabalha na construção civil ou no setor imobiliário.

“Ainda estamos no começo, e não sabemos realmente como isso pode ser útil em nossas vidas”, disse Roszyk. “Há tantas ideias diferentes que vêm à mente”.

Roszyk trabalha em aplicativos para o Vision Pro porque acredita que a “computação espacial” — a terminologia preferida da Apple para a tecnologia de fones de ouvido e óculos que pode integrar objetos 3D com o mundo ao redor — será a próxima grande plataforma. Roszyk aposta que desenvolver aplicativos agora pode colocá-lo em uma posição privilegiada quando mais pessoas estiverem usando um Vision Pro ou, talvez, óculos mais leves no futuro.

“Esse tipo de computação é o futuro”, disse Roszyk. “Eu definitivamente compararia isso aos primeiros iPhones.”

O trabalho de Roszyk rendeu dinheiro, mas não o suficiente para que o desenvolvimento para o Vision Pro se tornasse seu trabalho em tempo integral. Com seus 17 aplicativos, ele recebeu cerca de US$ 4.000 (R$ 22.800) na App Store nos últimos três meses. Esse valor está crescendo à medida que ele lança mais aplicativos e mais pessoas os descobrem, disse Roszyk.

Estatísticas do Vision Pro e comparação com concorrentes

A Apple atualizou sua contagem mais recente de aplicativos para o Vision Pro em agosto. Em uma chamada de resultados O CEO Tim Cook disse aos investidores que a plataforma tinha 2,5 mil aplicativos. Esse número abrange aplicativos totalmente imersivos que sobrepõem objetos virtuais ao mundo real, assim como aplicativos 2D com alguns componentes espaciais.

De acordo com a contagem da AppFigures, menos de 1,9 mil desses aplicativos permaneciam ativos no final de janeiro.

A Apple preferiu não comentar.

A rival Meta, em 2023, declarou que tinha 500 aplicativos em sua loja Quest, e a empresa afirmou no ano passado que tinha multiplicado esse número por 10.

O Quest 3S, que possui muitos dos mesmos recursos do Vision Pro, começa em US$ 300 (R$ 1.710). A Meta também vendeu milhões de seus antecessores nos últimos anos. Embora a Meta não tenha revelado quantos usuários possui, seu aplicativo Meta Quest foi baixado cerca de 6 milhões de vezes em 2024, de acordo com dados da AppFigures, um bom indicador, pois os usuários precisam baixar o aplicativo para configurar o headset.

Portabilidade e acessibilidade de aplicativos do Vision Pro

Também há cerca de 1,5 milhão de aplicativos para o Vision Pro que são versões trazidas de aplicativos de iPhone e iPad. A Apple porta automaticamente aplicativos de iPhone e iPad para o Vision Pro quando são enviados, mas as empresas podem recusar. Esses aplicativos podem ser usados dentro do headset, mas aparecem como telas planas 2D. A Meta começou a emular essa estratégia no ano passado com aplicativos Android 2D para o Quest, mas a empresa não tem a mesma biblioteca de milhões de aplicativos móveis existentes.

A Apple não torna públicas as vendas do Vision Pro, mas uma estimativa da International Data Corporation sugere que menos de 1 milhão de dispositivos foram vendidos.

Alguns serviços, como Netflix e YouTube, e serviços de streaming de jogos como o Nvidia GeForce Now, podem ser acessados por meio do navegador do Apple Vision Pro. E aplicativos existentes frequentemente recebem atualizações que introduzem um modo espacial, como o aplicativo de placar da NBA, que recentemente ganhou um recurso experimental que permite aos usuários assistir a um jogo de basquete ao vivo como se os jogadores fossem miniaturas em uma mesa.

O Apple Arcade, uma assinatura mensal de jogos da Apple, exige que seus títulos suportem o Vision Pro além dos iPhones e iPads. Os desenvolvedores do Apple Arcade são pagos pela Apple e seus aplicativos são gratuitos para os assinantes.

Embora muitos desses jogos sejam 2D, alguns são exclusivos para o Vision Pro. Em janeiro, a Apple lançou Gears & Goo, um aplicativo para o Vision Pro que permite ao jogador controlar um exército de personagens animados parecidos com sapos em uma mesa no mundo real.

Enquanto isso, a Meta está ativamente cortejando desenvolvedores de VR com a promessa de que podem ganhar dinheiro. A Meta em janeiro disse que seu volume de pagamentos para headsets Quest aumentou 12% no ano passado, embora não tenha citado um número total. A Meta também afirmou que possui 200 aplicativos que geraram mais de US$ 1 milhão (R$ 5,7 milhões) em vendas de software.

Nenhuma corrida do ouro de apps semelhante ao iPhone

A “corrida do ouro” dos aplicativos para o Vision Pro teve uma adesão mais lenta do que o boom de aplicativos do iPhone.

Um ano após o lançamento da App Store do iPhone em 2008, a Apple estava comemorando o fato de a plataforma ter 50 milhões de clientes, 2 bilhões de downloads e 85 mil aplicativos. A Apple regularmente informava investidores e desenvolvedores sobre quanto dinheiro havia pago com as vendas da App Store, mas não divulgou nenhuma estatística semelhante para o Vision Pro.

Muitos na indústria de VR esperavam que a entrada da Apple desencadeasse um boom como o iPhone fez para os aplicativos móveis, criando fortunas à medida que milhões de usuários buscavam preencher seus novos dispositivos com novos softwares.

“Naquela época, minha suposição era de que qualquer coisa que a Apple lançasse poderia estar em sua forma final, então é uma boa ideia estar pronto o mais cedo possível”, disse Nikhil Jacob, que dirige a Vision Uni, que publica conteúdo sobre desenvolvimento de aplicativos para o Vision Pro. “Mas minha suposição acabou sendo errada.”

Jacob disse que acredita que um ecossistema de desenvolvedores de aplicativos para o Vision Pro vai demorar muito mais para ser construído do que foi para o iPhone porque faltam peças-chave. Jacob espera que a Apple melhore a loja de aplicativos do Vision Pro para ajudar os usuários a encontrar novos aplicativos.

A adesão lenta, em grande parte devido ao alto preço, levou alguns a se preocuparem que a VR e suas tecnologias relacionadas estejam entrando novamente em um período de estagnação.

“O inverno chegou”, disse Jarrett Webb, que desenvolve aplicativos para dispositivos na Argo Design, uma consultoria de software. “Nem mesmo a Apple conseguiu produzir um vencedor.”

Ainda assim, algum otimismo permanece entre os desenvolvedores do Vision Pro.

Eles dizem que o hardware da Apple é sólido, as ferramentas para desenvolvedores da empresa estão melhorando e que o Vision Pro lança as bases para futuras atualizações de software e hardware. Também ajuda o fato de que os proprietários do Vision Pro ainda parecem animados para experimentar novos aplicativos.

A entrada da Apple no mercado de headsets, combinada com o recente anúncio do Google de sua própria plataforma Android XR, bem como os bilhões de dólares de investimento da Meta, sinaliza que haverá um mercado para conteúdo de VR, disse John Gearty, que trabalhou no Vision Pro na Apple e é o fundador do PulseJet Studios, uma produtora de VR focada em música. Gearty espera um crescimento constante do mercado, mas moderou suas expectativas.

“Eu não acho que vai ser um crescimento ‘bastão de hóquei’ (crescimento em que há uma forte aceleração após um período de crescimento linear)”, disse ele.

A Apple não disse se atualizará o Vision Pro. Segundo analistas, a empresa está trabalhando em um sucessor. Os desenvolvedores querem que ele seja mais leve e menos caro. Eles acolhem qualquer melhoria que o torne mais acessível.

“Com o tempo, tudo melhora, e isso também terá seu curso de ficar cada vez melhor”, disse Cook ao The Wall Street Journal em outubro. “Acho que hoje já é um sucesso do ponto de vista de construção de um ecossistema”.

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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