Alemanha critica tarifas de 25% sobre automóveis impostas por Trump
Publicado 27/03/2025 • 09:20 | Atualizado há 5 dias
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Publicado 27/03/2025 • 09:20 | Atualizado há 5 dias
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O ministro da Economia da Alemanha e a indústria automotiva criticaram duramente os planos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas generalizadas de 25% sobre a importação de automóveis nos EUA, afirmando que a medida envia um “sinal fatal” para o comércio livre e baseado em regras.
Na quarta-feira (26), Trump anunciou que implementaria tarifas sobre todos os veículos e peças automotivas fabricados no exterior e importados para os EUA, como parte de um conjunto de medidas que entrarão em vigor a partir de 2 de abril.
Essas tarifas, que coincidem com uma ampliação ainda maior das tarifas comerciais na próxima semana, representam uma escalada significativa na já tensa guerra comercial global.
O ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, pediu que a União Europeia responda de forma “decisiva” ao anúncio de Trump, argumentando que as tarifas “prejudicam tanto os EUA quanto a UE, além do comércio global como um todo”.
“O anúncio de tarifas elevadas sobre automóveis e peças automotivas é uma má notícia para os fabricantes alemães, para a economia da Alemanha, para a UE e também para os EUA”, afirmou Habeck na quinta-feira, em um comunicado traduzido pelo Google.
“Agora, é essencial que a UE responda com firmeza a essas tarifas — deve ficar claro que não recuaremos diante dos EUA. São necessárias força e autoconfiança”, acrescentou.
As ações de montadoras europeias operavam em forte queda na manhã de quinta-feira, acompanhando as perdas do setor automotivo na Ásia durante a noite.
A fabricante francesa de autopeças Valeo registrava queda de 5% por volta das 10h30 no horário de Londres (6h30 no horário de Nova York), enquanto Stellantis, listada em Milão, e a Porsche, da Alemanha, caíam cerca de 4%.
“As tarifas adicionais de 25% anunciadas pelos EUA sobre todos os automóveis de passageiros e veículos comerciais leves não fabricados no país enviam um sinal fatal para o comércio livre e baseado em regras”, afirmou Hildegard Müller, presidente da Associação Alemã da Indústria Automotiva (VDA), em um comunicado divulgado na quarta-feira.
“As tarifas, programadas para entrar em vigor em 2 de abril, imporão um peso significativo às empresas e às cadeias de suprimentos globais altamente interligadas da indústria automotiva, com consequências negativas, especialmente para os consumidores — inclusive na América do Norte”, disse Müller.
A presidente da VDA destacou a importância econômica do comércio livre e justo para ambos os lados da parceria transatlântica e pediu negociações imediatas entre os EUA e a UE para um acordo bilateral.
“O risco de um conflito comercial global — com impactos negativos sobre a economia mundial, o crescimento, a prosperidade, o emprego e os preços ao consumidor — é alto para todos os lados”, alertou Müller.
Analistas já haviam alertado que o setor automotivo da Alemanha é altamente exposto às tarifas dos EUA, observando que o país foi, de longe, o maior exportador europeu de automóveis de passageiros para os EUA em 2023.
As montadoras alemãs Volkswagen, Mercedes-Benz e BMW emitiram recentemente alertas sobre lucros, citando a fraqueza econômica e a demanda lenta na China, o maior mercado de automóveis do mundo.
Miguel Berger, embaixador da Alemanha no Reino Unido, afirmou que as tarifas sobre importações automotivas nos EUA são “injustificáveis” e uma tentativa de reorganizar o comércio internacional “exclusivamente em benefício dos investimentos nos EUA”.
“As tarifas causarão enormes danos à indústria e aos consumidores. Precisamos nos engajar em negociações e estar prontos para uma resposta forte e unida”, disse Berger na quinta-feira na plataforma X (antigo Twitter).
A Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) afirmou estar “profundamente preocupada” com as tarifas automotivas propostas por Trump. A ACEA, um grupo de lobby da indústria automobilística, representa montadoras como BMW, Ferrari, Renault, Volkswagen e Volvo.
“A UE e os EUA devem iniciar um diálogo para encontrar uma solução imediata e evitar tarifas e as consequências prejudiciais de uma guerra comercial”, disse Sigrid de Vries, diretora-geral da ACEA, em um comunicado.
Um porta-voz da BMW afirmou que a empresa continua comprometida com a redução de tarifas e barreiras comerciais entre a UE e os EUA, alertando que um conflito comercial entre essas regiões econômicas “não traria benefícios”.
A BMW destacou que sua fábrica em Spartanburg, na Carolina do Sul, é sua maior unidade de produção no mundo e desempenha um papel essencial na rede de fabricação da empresa há mais de 30 anos.
Em 2024, a empresa afirmou que a fábrica exportou cerca de 225.000 veículos BMW, com um valor de exportação superior a US$ 10 bilhões, “o que a torna, mais uma vez, a maior exportadora de automóveis em valor nos EUA”.
A montadora sueca Volvo Cars declarou na quinta-feira que está “analisando os efeitos das mudanças nas tarifas” anunciadas pelo governo Trump.
“A Volvo Cars acompanha os desenvolvimentos em diferentes mercados, incluindo os EUA. Seguimos as regulamentações governamentais e pagamos todas as taxas exigidas sobre veículos e peças importadas, conforme determinado por lei”, afirmou um porta-voz da Volvo Cars à CNBC por e-mail.
“Ainda é cedo para comentar mais sobre o assunto”, acrescentou.
A montadora francesa Renault, que não atua no mercado dos EUA, afirmou que segue atenta às mudanças tarifárias.
A marca de carros esportivos premium Alpine, pertencente à Renault, já anunciou que busca expandir sua presença global, considerando os EUA como um dos mercados em potencial.
“A Alpine está acompanhando de perto a situação local para avaliar as possibilidades e condições de entrada nesse mercado”, afirmou um porta-voz da Renault.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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