Crédito fácil, mais vendas: Drex promete agitar o mercado
Publicado 04/04/2025 • 13:48 | Atualizado há 4 dias
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Publicado 04/04/2025 • 13:48 | Atualizado há 4 dias
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Reprodução
O Drex, a tão falada moeda digital do Banco Central prevista para entrar em vigor este ano, deve transformar o varejo ao oferecer crédito mais acessível, simplificação do desconto de recebíveis e maior flexibilidade nas opções de pagamento para os clientes. Pelo menos é o que diz Fabio Araujo, coordenador da Iniciativa Drex e Consultor do Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban) do Banco Central.
“Com mais concorrência e inovação, lojistas poderão viabilizar projetos próprios de forma mais simples e contar com linhas de crédito ajustadas às suas necessidades”, afirmou à Agência DCNews. Para os consumidores, a iniciativa trará novas possibilidades para parcelar e financiar compras, o que tende a impulsionar as vendas.
E isso não é só o Banco Central quem diz. O comércio virtual brasileiro deve faturar R$ 234,91 bilhões em 2025, 15% a mais que no ano passado, após ter avançado 10% em 2024 em relação a 2023. Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), esse aumento deve ser puxado pelo lançamento do Drex e pela ampliação das opções de pagamentos digitais.
Ainda em fase de teste, o Drex teve seu lançamento postergado do segundo semestre de 2024 para 2025 – sem uma data específica. Em abril deste ano, a segunda fase dos testes ainda não havia sido finalizada. Lastreada no sucesso do Pix, a nova infraestrutura promete criar novos canais de financiamento, ampliando as possibilidades para diferentes setores da economia.
Segundo o Banco Central o objetivo da iniciativa não é substituir o dinheiro físico, mas expandir as possibilidades de digitalização da economia e a inclusão financeira, permitindo que mais pessoas e empresas tenham acesso a serviços bancários modernos e eficientes.
A proposta, inclusive, é dar um passo além das tradicionais bitcoins e oferecer lastro sobre origem e destino do dinheiro, dando mais garantias nas trasações e incluindo os bancos tradicionais no jogo do dinheiro virtual.
Apesar de ainda não ser possível mensurar todos os seus impactos, o especialista afirma que o Drex transformará a dinâmica do varejo e do sistema financeiro como um todo. O Drex funcionará como uma infraestrutura digital pública. Diferentemente das formas tradicionais de pagamento, a plataforma será baseada na tecnologia de registro distribuído (DLT), o que possibilitará a liquidação de serviços financeiros de maneira programável.
Para utilizá-lo, o usuário precisará de um intermediário financeiro autorizado, como um banco ou uma fintech, que fará a conversão do saldo da conta bancária para uma carteira digital do Drex. Com essa estrutura, será possível realizar pagamentos, contratar crédito e acessar serviços financeiros de forma inovadora.
AGÊNCIA DC NEWS – Quais benefícios o varejo pode esperar do Drex?
FABIO ARAUJO – O Drex pode transformar o varejo ao facilitar o acesso ao crédito e ao financiamento, tanto para lojistas quanto para consumidores. O sistema permitirá que projetos próprios sejam realizados de forma mais acessível, além de simplificar o desconto de recebíveis de vendas feitas com cartões de crédito ou outros meios de pagamento. No entanto, como os serviços serão oferecidos pelo mercado, ainda é difícil mensurar o impacto total neste momento inicial de desenvolvimento.
AGÊNCIA DC NEWS – E o consumidor?
FABIO ARAUJO – Para os consumidores, o Drex possibilitará linhas de crédito mais flexíveis, o que tende a estimular as vendas e fortalecer o setor. Além disso, o novo sistema promete mais concorrência e inovação, criando um ambiente favorável para que varejistas explorem novas modalidades de pagamento e financiamento, como parcelamentos mais vantajosos e compras programadas.
AGÊNCIA DC NEWS – Como o Drex se diferencia das formas de pagamento digital já existentes, como o Pix? Quais lacunas ele pretende preencher?
FABIO ARAUJO – Diferentemente do Pix, cujo foco é a agilidade nas transferências e nos pagamentos, o Drex foi projetado para lidar com contratos financeiros mais complexos, como financiamentos, parcelamentos e investimentos. Ele oferece mais flexibilidade, interoperabilidade e programação, permitindo o desenvolvimento de soluções financeiras inovadoras, como linhas de crédito acessíveis para pequenos negócios e novas oportunidades de investimento para a população.
AGÊNCIA DC NEWS – As transações com Drex dependerão de bancos e empresas de pagamento? Como fica o papel das bandeiras de cartão de crédito nesse novo cenário?
FABIO ARAUJO – O Banco Central não atuará diretamente na oferta de serviços ao consumidor final. O Drex funcionará como uma infraestrutura aberta, disponível para bancos, fintechs, instituições de pagamento, bandeiras de cartão de crédito e novos agentes do mercado que venham a ser regulamentados. Assim, essas empresas continuarão desempenhando um papel essencial na mediação de transações e na oferta de soluções inovadoras no ecossistema Drex.
AGÊNCIA DC NEWS – Quais impactos econômicos o BC espera com a adoção do Drex?
FABIO ARAUJO – O objetivo principal do Drex é aprofundar a inclusão financeira no Brasil. Com mais serviços acessíveis e diversificados, espera-se que um número maior de pessoas possa utilizar crédito, seguros e investimentos, impulsionando a economia. O Pix já demonstrou a capacidade de transformar o mercado financeiro brasileiro, levando mais de 70 milhões de pessoas a utilizarem pagamentos digitais. Agora, o Drex pode ter um impacto semelhante, mas em um nível ainda mais amplo, abrindo novas oportunidades para consumidores e empresas de todos os portes.
AGÊNCIA DC NEWS – O Drex pode levar ao fim do dinheiro físico no Brasil?
FABIO ARAUJO – Não. O Banco Central não tem planos para extinguir o dinheiro em espécie. A diversidade geográfica e socioeconômica do Brasil torna o papel do dinheiro físico ainda muito relevante para diversas populações, e essas demandas continuarão sendo atendidas.
AGÊNCIA DC NEWS – O usuário precisará autorizar as transações no Drex?
FABIO ARAUJO – Sim, o consumidor precisará autorizar todas as transações. O processo será semelhante ao que já acontece com pagamentos via aplicativos bancários. O usuário poderá acessar o serviço por meio de um app ou outro canal digital, solicitando a operação desejada e validando a transação de forma segura e transparente. A principal diferença é que o Drex permitirá a oferta de novos serviços, atualmente inviáveis nas plataformas existentes.
AGÊNCIA DC NEWS – Como o Drex contribuirá para a inclusão financeira dos desbancarizados?
FABIO ARAUJO – O Pix já foi um grande avanço na inclusão financeira ao trazer milhões de brasileiros para o sistema digital de pagamentos. Agora, o Drex dará um passo além, possibilitando o acesso ao crédito, seguros e investimentos para um público ainda mais amplo. A infraestrutura do Drex permitirá a redução de custos operacionais, o que facilitará o desenvolvimento de novos produtos financeiros voltados para consumidores sem acesso a serviços bancários tradicionais. Além disso, o ecossistema aberto da plataforma incentivará a entrada de novas fintechs e instituições, aumentando a concorrência e ampliando a oferta de serviços final.
AGÊNCIA DC NEWS – O Drex também será utilizado para garantir segurança em contratos financeiros? Como?
FABIO ARAUJO – Uma das grandes inovações do Drex é o mecanismo de entrega contra pagamento, que reduz os riscos em negociações de bens de alto valor, como imóveis e veículos. Isso significa que a verificação dos documentos e da propriedade do bem ocorrerá de forma automatizada, garantindo que a transferência de titularidade ocorra simultaneamente ao pagamento. O Drex ainda poderá ser utilizado para qualquer bem que tenha seu direito de propriedade representado digitalmente, ampliando a segurança e a eficiência em transações mais complexas.
AGÊNCIA DC NEWS – As informações desencontradas sobre o Pix e o monitoramento de transações acima de R$ 5 mil impactam a credibilidade do Drex?
FABIO ARAUJO – A proteção de dados e a privacidade do usuário são prioridades para o Banco Central. Tanto que a primeira fase do Piloto Drex focou justamente na garantia de segurança e confidencialidade das transações dentro da plataforma. O Drex está sendo desenvolvido com padrões rigorosos de proteção, assegurando que o controle sobre as movimentações continue sendo responsabilidade do próprio usuário.
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