Trump mostra placa com tarifas aos países

CNBC ‘Precisamos saber quanto as coisas vão custar’, diz dono de negócio em meio as tarifas de Trump

Tarifas do Trump

Tarifas de Trump contra a China podem ter efeito contrário, apontam analistas

Publicado 12/04/2025 • 09:13 | Atualizado há 2 meses

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • Enquanto diversos parceiros comerciais dos Estados Unidos correram para negociar isenções após o aumento de tarifas determinado pelo presidente Donald Trump, a China adotou postura diferente: respondeu na mesma moeda e elevou ainda mais os impostos sobre produtos americanos.
  • Na última sexta-feira, o governo chinês anunciou que as tarifas sobre produtos dos EUA subirão para 125%, valor equivalente à soma das taxas impostas por Trump desde que ele anunciou novas sanções a vários países durante um evento na Casa Branca, intitulado “Dia da Libertação”.
Bandeira dos Estados Unidos e da China

Bandeira dos Estados Unidos e da China

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Enquanto diversos parceiros comerciais dos Estados Unidos correram para negociar isenções após o aumento de tarifas determinado pelo presidente Donald Trump, a China adotou postura diferente: respondeu na mesma moeda e elevou ainda mais os impostos sobre produtos americanos.

Na última sexta-feira, o governo chinês anunciou que as tarifas sobre produtos dos EUA subirão para 125%, valor equivalente à soma das taxas impostas por Trump desde que ele anunciou novas sanções a vários países durante um evento na Casa Branca, intitulado “Dia da Libertação”.

Com as duas maiores economias do mundo em rota de colisão, o impasse comercial vem provocando turbulências nos mercados globais e preocupação entre especialistas.

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Pressão pode sair pela culatra

Trump insiste que a China tem se aproveitado dos Estados Unidos ao vender muito mais do que compra e diz que os aumentos de tarifas — que já somam 145% — são uma forma de “reorganizar a mesa” para futuras negociações.

No entanto, analistas ouvidos pela NBC News avaliam que a estratégia de Trump pode dificultar o diálogo e comprometer os avanços nas relações entre os dois países.

“O modo como essas medidas foram implementadas gerou uma reação imunológica do lado chinês”, afirmou Rick Waters, ex-diplomata do Departamento de Estado e atual diretor do Carnegie China em Cingapura.

Waters criticou ainda o apelo público feito por Trump para que o presidente Xi Jinping aceite conversar diretamente com ele. “Isso simplesmente não vai funcionar”, disse.

Wu Xinbo, assessor do Ministério das Relações Exteriores da China e professor da Universidade Fudan, em Xangai, afirmou que o governo chinês prefere manter o confronto a ceder sem contrapartidas. “Se a China recuar, os EUA vão interpretar como sinal de fraqueza e exigir ainda mais”, afirmou.

Desconfiança do estilo Trump

Segundo Wu, a forma agressiva de negociação adotada por Trump — marcada por ataques verbais e pressão extrema — é vista por Pequim como uma tentativa dos EUA de conter o avanço chinês.

Na sexta-feira, Xi Jinping comentou publicamente o assunto pela primeira vez desde o início da nova escalada tarifária. Sem mencionar diretamente os EUA, afirmou: “A China não teme nenhuma repressão irracional” e reforçou que o país continuará focado em seus próprios objetivos.

Estabilidade como prioridade

Apesar da tensão crescente, especialistas dizem que a China age movida por uma prioridade clara: a estabilidade interna.

O país, que sofreu com guerras, fomes e dominação estrangeira nos últimos 150 anos, vê na estabilidade uma condição essencial para o crescimento contínuo. Desde as reformas iniciadas em 1978, a economia chinesa tirou mais de 800 milhões de pessoas da pobreza, tornando-se um dos maiores símbolos da globalização.

Agora, em meio à disputa com os EUA, a China tenta se apresentar como defensora da estabilidade global e do livre comércio. Durante reunião com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, em Pequim, Xi Jinping defendeu uma aliança com a União Europeia contra o que chamou de “bullying unilateral”.

Ainda assim, a relação com a Europa também enfrenta obstáculos, já que o bloco europeu exige maior equilíbrio comercial com a China e teme que os produtos chineses passem a ser direcionados ao mercado europeu devido às barreiras americanas.

Conflito pode se estender

Para Tianchen Xu, economista da Economist Intelligence Unit em Pequim, um diálogo entre Washington e Pequim não deve ocorrer em breve, embora Trump e Xi possam ser pressionados pelas consequências econômicas nos próximos meses.

“Trata-se de testar a resiliência dos dois países”, afirmou.

Já Rick Waters acredita que a China está disposta a esperar. “Eles estão se preparando para o que chamam de ‘luta’. Mesmo que isso custe caro.”

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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