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Tarifas do Trump

CNBC Daily Open: Uma guerra comercial pode ser travada sem tarifas

Publicado 17/04/2025 • 08:29 | Atualizado há 2 dias

CNBC

Redação CNBC

KEY POINTS

  • Os mercados dos EUA foram abalados na quarta-feira (16) por novas tensões comerciais, mas os mercados da Ásia-Pacífico subiram na quinta-feira.
  • O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, expressou preocupação com a tensão entre manter a inflação baixa e o emprego alto.
  • A Organização Mundial do Comércio alertou que as perspectivas do comércio global “se deterioraram acentuadamente”.
  • Navios de carga da China estão cancelando viagens, o que afetará muitos elos da economia dos EUA.
  • A Taiwan Semiconductor Manufacturing Company divulgou na quinta-feira (17) lucros do primeiro trimestre que superaram as expectativas dos analistas.
  • Piper Sandler ainda está confiante no dólar americano, apesar das quedas recentes.
Um contêiner de carga da China Shipping empilhado no Porto de Long Beach, em Long Beach, Califórnia, em 10 de abril de 2025.

Um contêiner de carga da China Shipping empilhado no Porto de Long Beach, em Long Beach, Califórnia, em 10 de abril de 2025.

Patrick T. Fallon | Afp | Getty Images (Reprodução CNBC Internacional)

Barreiras comerciais podem assumir muitas formas. Tarifas são apenas uma delas. Exigências onerosas de licenciamento, restrições à exportação e multas sobre embarques são outros obstáculos.

A Nvidia disse na terça-feira (15) que assumiria um encargo de US$ 5,5 bilhões relacionado ao cancelamento de exportações de chips para a China por causa das novas regras de licenciamento do governo dos EUA. Pequim retaliou as tarifas de Trump, implementando restrições à exportação de elementos de terras raras e aumentando o escrutínio antitruste sobre empresas dos EUA. A administração de Donald Trump vem flertando com a ideia de impor tarifas sobre navios porta-contêineres fabricados na China que atracam em portos dos EUA.

Diante desses desdobramentos, a Organização Mundial do Comércio alertou na quarta-feira (16) que as perspectivas para o comércio global “se deterioraram bruscamente” e previu uma queda de 0,2% em 2025. Não é apenas alarmismo: embarcações originadas na China já estão cancelando suas viagens.

As condições no mercado de ações também pioraram. As ações dos EUA caíram na quarta-feira, à medida que as restrições de exportação à Nvidia deixaram os investidores apreensivos. O comércio — em todos os contextos — está sendo atingido pela ofensiva das tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump.

O que você precisa saber hoje

Mercados dos EUA abalados por novas preocupações comerciais

As ações americanas despencaram na quarta-feira, atingindo mínimas da sessão após o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sobre inflação e tarifas. O S&P 500 perdeu 2,24% e o Dow Jones Industrial Average caiu 1,73%. O Nasdaq Composite afundou 3,07%, pressionado por fortes quedas nas ações de chips em meio a relatos de novas exigências de licenciamento dos EUA para exportações da Nvidia. As ações da fabricante de chips caíram 6,9%.

Mercados asiáticos se descolam de Wall Street

Os mercados da Ásia-Pacífico estavam majoritariamente em alta na quinta-feira (17). O Kospi da Coreia do Sul subiu cerca de 1%, já que o banco central do país manteve, como esperado, sua taxa básica de juros em 2,75%. O Nikkei 225 do Japão subiu cerca de 1,2%, mesmo com o país reportando um aumento de 3,9% nas exportações em março, abaixo das estimativas e muito menor do que o salto de 11,4% em fevereiro.

Tensão no duplo mandato

Powell expressou na quarta-feira preocupação de que o banco central “possa se encontrar em um cenário desafiador no qual nossos objetivos de duplo mandato estão em tensão”. O Fed busca garantir preços estáveis e pleno emprego. Economistas, inclusive os do próprio Fed, veem ameaças a ambos os objetivos vindas das tarifas de Trump, que “provavelmente nos afastarão ainda mais de nossas metas”, disse Powell em uma sessão de perguntas e respostas.

OMC alerta para desorganização no comércio mundial

“As perspectivas para o comércio global se deterioraram bruscamente devido a um aumento nas tarifas e à incerteza nas políticas comerciais”, alertou a Organização Mundial do Comércio em seu mais recente relatório “Perspectivas e Estatísticas do Comércio Global”, divulgado na quarta-feira. Com base nas tarifas atualmente em vigor, e incluindo uma suspensão de 90 dias das “tarifas recíprocas”, o volume do comércio mundial de mercadorias agora deve cair 0,2% em 2025.

Navios de carga da China cancelam viagens

Importadores dos EUA estão sendo notificados sobre um aumento nos cancelamentos de viagens por navios de carga vindos da China: um total de 80 travessias canceladas (ou “em branco”) a partir da China foram registradas pela empresa de logística HLS Group. O impacto da redução do tráfego de contêineres com destino à América do Norte será significativo para muitos elos da economia e da cadeia de suprimentos, incluindo portos e empresas de logística que movimentam a carga.

Lucros da TSMC superam expectativas

A Taiwan Semiconductor Manufacturing Company divulgou na quinta-feira (17) lucros do primeiro trimestre, que superaram as expectativas dos analistas. O lucro líquido da fabricante de chips aumentou 60,3% em relação ao ano anterior, para NT$ 361,56 bilhões (US$ 11,1 bilhões), enquanto a receita líquida no trimestre de março subiu 41,6%, para NT$ 839,25 bilhões em comparação com o mesmo período do ano passado. A demanda por chips de inteligência artificial impulsionou os resultados da TSMC, mas as tarifas de Trump representam uma ameaça para os lucros futuros.

Ainda confiante no dólar: Piper Sandler

O índice do dólar, que mede o valor do dólar americano em relação a uma cesta de moedas principais, caiu na semana passada para seu ponto mais baixo desde abril de 2022, em meio à crescente incerteza com as tarifas de Trump. Mais preocupante ainda: o dólar dos EUA é tipicamente visto como um ativo de refúgio em tempos de volatilidade, então seu enfraquecimento levantou preocupações. A Piper Sandler, no entanto, continua confiante na moeda — veja o porquê

E, por fim…

China mira serviços dos EUA e outras áreas ao criticar aumentos de tarifas “sem sentido” sobre bens

A China anunciou na semana passada que encerrou as retaliações contra as tarifas do presidente Donald Trump, dizendo que novos aumentos por parte dos EUA seriam uma “piada” e que Pequim os “ignoraria”.

Em vez de continuar focando na tarifação de bens, a China optou por recorrer a outras medidas, incluindo ações voltadas ao setor de serviços dos Estados Unidos. Pequim implementou uma série de medidas restritivas não tarifárias, como a ampliação dos controles de exportação de minerais de terras raras e a abertura de investigações antitruste contra empresas americanas.

Além disso, alguns veem a China tentando ampliar a guerra comercial para englobar o comércio de serviços — que inclui viagens, serviços jurídicos, de consultoria e financeiros — setor no qual os EUA vêm mantendo um superávit significativo com a China há anos.

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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