Bristol Myers Squibb supera estimativas trimestrais e eleva projeções enquanto a farmacêutica se prepara para tarifas

A Bristol Myers Squibb superou as estimativas do primeiro trimestre nesta quinta-feira (24) e aumentou sua projeção de receita e lucro para o ano, à medida que a farmacêutica reduz custos.

A empresa agora espera que a receita de 2025 fique entre US$ 45,8 bilhões e US$ 46,8 bilhões, acima da projeção anterior de cerca de US$ 45,5 bilhões. A Bristol Myers também espera um lucro ajustado por ação de US$ 6,70 a US$ 7 no ano inteiro, em comparação com a previsão anterior de US$ 6,55 a US$ 6,85 por ação.

Notavelmente, a empresa disse que suas revisões de projeção incluem o impacto estimado das tarifas atuais sobre produtos dos EUA enviados para a China. Mas elas não consideram nenhuma das tarifas planejadas pelo presidente Donald Trump sobre produtos farmacêuticos importados para os EUA, disse a Bristol Myers.

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A China é um mercado crítico para a Bristol Myers Squibb. A empresa já delineou anteriormente sua “Estratégia China 2030”, que é um plano para levar mais de seus medicamentos ao país para atender necessidades médicas não atendidas em áreas como câncer gástrico e incluir mais pacientes chineses em ensaios clínicos.

A empresa disse que a elevação da projeção reflete a força no portfólio de marcas de medicamentos mais recentes da companhia e as vendas melhores do que o esperado no primeiro trimestre de seu portfólio legado de medicamentos mais antigos.

Os resultados chegam enquanto a Bristol Myers Squibb trabalha para cortar US$ 2 bilhões em despesas até o final de 2027, valor que se soma aos US$ 1,5 bilhão em cortes planejados até o final deste ano.

Os resultados também chegam poucos dias após o novo medicamento para esquizofrenia da Bristol Myers Squibb, o Cobenfy, recentemente aprovado, decepcionar em um grande ensaio clínico, levando alguns analistas de Wall Street a reduzirem substancialmente suas previsões de vendas multibilionárias para o tratamento.

A empresa está apostando no Cobenfy e em outros medicamentos de seu chamado portfólio de crescimento para compensar a perda de receita de tratamentos líderes de vendas que devem perder exclusividade no mercado, incluindo seu anticoagulante blockbuster Eliquis e a imunoterapia contra o câncer Opdivo.

Aqui está o que a Bristol Myers reportou para o primeiro trimestre em comparação com o que Wall Street esperava, com base em uma pesquisa de analistas da LSEG:

• Lucro por ação: US$ 1,80 ajustado vs. US$ 1,49 esperado
• Receita: US$ 11,2 bilhões vs. US$ 10,7 bilhões esperado

A Bristol Myers registrou lucro líquido de US$ 2,5 bilhões, ou US$ 1,20 por ação, no primeiro trimestre. Isso se compara a um prejuízo líquido de US$ 11,9 bilhões, ou perda de US$ 5,89 por ação, no mesmo período do ano anterior.

Excluindo certos itens, ela reportou lucro ajustado por ação de US$ 1,80 para o trimestre.

A receita da gigante farmacêutica caiu 6% em relação ao mesmo período do ano anterior, para US$ 11,2 bilhões.

O Eliquis registrou US$ 3,57 bilhões em vendas no trimestre, uma queda de 4% em relação ao mesmo período do ano passado. Isso está acima dos US$ 3,34 bilhões que os analistas esperavam, segundo estimativas compiladas pela StreetAccount.

O anticoagulante, que a Bristol Myers compartilha com a Pfizer, deve perder a exclusividade de mercado até 2028.

As vendas do Eliquis também podem ser impactadas em 2026, quando um novo preço negociado para o medicamento entrará em vigor para determinados pacientes do Medicare, após negociações com o governo federal. Essas negociações de preço são uma provisão-chave do Ato de Redução da Inflação.

A segunda rodada de negociações mira 15 medicamentos adicionais e estabelecerá novos preços que entrarão em vigor em 2028. Isso inclui o medicamento Pomalyst da Bristol Myers, usado para tratar um câncer no sangue chamado mieloma múltiplo e um câncer diferente que se desenvolve em pessoas com HIV.

O Pomalyst gerou US$ 658 milhões no período, uma queda de 24% em relação ao mesmo período do ano anterior. O Revlimid, um medicamento usado para tratar adultos com mieloma múltiplo, teve US$ 936 milhões em vendas no primeiro trimestre, uma queda de 44% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A receita do chamado portfólio de crescimento da empresa foi de US$ 5,56 bilhões no primeiro trimestre, um aumento de 16% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O Opdivo gerou US$ 2,27 bilhões em receita no primeiro trimestre, um aumento de 9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Isso está acima da estimativa dos analistas de US$ 2,16 bilhões para o trimestre, disse a StreetAccount.

Enquanto isso, o Cobenfy registrou US$ 27 milhões em vendas no primeiro trimestre.

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Cido Coelho

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