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Estudantes internacionais estão repensando os planos de estudo nos EUA em meio a mudanças na política de vistos

Publicado 28/04/2025 • 17:05 | Atualizado há 11 horas

CNBC

Redação CNBC

KEY POINTS

  • Milhares de estudantes internacionais cujo status de imigração foi revogado pelo Departamento de Segurança Interna dos EUA tiveram seu status restaurado na semana passada.
  • No entanto, a mudança repentina do governo Trump está fazendo com que alguns candidatos internacionais a faculdades repensem seus planos para o próximo ano, dizem especialistas em ensino universitário.
  • Um consultor de faculdade particular com clientes no mundo todo disse que houve um aumento no interesse no Canadá e no Reino Unido.

Estudantes em frente à fachada de colégio

Reprodução Freepik

O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos restaurou o status legal de milhares de estudantes internacionais que tiveram seus vistos revogados, segundo relatos divulgados na última sexta-feira (25).

Especialistas em educação superior aprovaram a medida, que foi motivada por contestações judiciais e processos movidos por estudantes afetados e seus advogados, e a consideraram uma vitória para os alunos e para o ensino superior em geral — mas os ganhos podem ter vida curta.

A mudança repentina pelo governo do presidente Donald Trump está fazendo com que alguns candidatos internacionais repensem seus planos para o próximo ano e se realmente desejam estudar nos EUA, segundo especialistas em ensino universitário.

“De forma geral, este é um desenvolvimento muito positivo”, segundo Robert Franek, editor-chefe do The Princeton Review. Essa medida oferece a clareza necessária para os estudantes internacionais, que têm até quinta-feira, 1º de maio — o Dia Nacional da Decisão Universitária, prazo final que a maioria das instituições estabelece para os alunos escolherem onde irão estudar no outono, ele disse.

Para faculdades, “a matrícula de estudantes internacionais é um valor incrível dentro da sala de aula”, disse Franek. Nesse sentido, administradores universitários continuam focados em “ter alunos com experiências diversas e uma variedade de vozes representadas”, ele explicou.

A presença de estudantes internacionais também representa uma fonte importante de receita para as instituições de ensino superior dos EUA, razão pela qual as faculdades precisam de uma parcela de estudantes estrangeiros, que normalmente pagam o valor integral da mensalidade, acrescentou Franek. Essa dependência financeira faz deles um componente crítico do sistema de ensino superior, segundo especialistas.

No entanto, por conta das recentes mudanças do governo dos EUA na política de vistos estudantis — desativando e depois reativando o status migratório de milhares de alunos — “há muitos estudantes internacionais aprovados em ótimas faculdades que estão céticos em relação à decisão de vir”, disse Franek sobre os planos para o outono de 2025.

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‘Incerteza não é boa para planejamento de longo prazo’

Um consultor particular de universidades, que trabalha com um grande número de famílias do exterior, afirmou que já observou uma mudança nas prioridades entre seus clientes, impulsionada pela preocupação com possíveis novas alterações políticas.

“Há tanta incerteza, e incerteza não é boa para o planejamento de longo prazo”, disse Hafeez Lakhani, fundador e presidente da Lakhani Coaching, em Nova York.

Lakhani explicou que está trabalhando com famílias para “avaliar os riscos” antes do prazo final de matrícula. Outros estudantes do ensino médio, que ainda estão a um ano ou mais de aplicar para a faculdade, estão repensando completamente seus planos, afirmou.

“Já estamos vendo alguns estudantes internacionais mostrarem mais interesse no Canadá e no Reino Unido — o que é vantajoso para esses outros países em termos de recrutamento de talentos e arrecadação de mensalidades”, disse Lakhani.

Estudantes internacionais são ‘economicamente vantajosos’

Mais de 1,1 milhão de estudantes internacionais de graduação e pós-graduação moram nos EUA, vindos especialmente da Índia e da China e representando pouco menos de 6% da população total do ensino superior do país, segundo os dados mais recentes do Open Doors, divulgados pelo Departamento de Estado dos EUA e pelo Instituto de Educação Internacional.

No ano acadêmico de 2023-2024, os EUA receberam um número recorde de estudantes estrangeiros, marcando um aumento de 7% em relação ao ano anterior. A Índia superou a China como principal país de origem, enviando mais de 330 mil alunos.

No total, a matrícula de estudantes internacionais contribuiu com US$ 43,8 bilhões (cerca de R$ 248,3 bilhões, na cotação atual) para a economia dos EUA em 2023-2024, de acordo com um relatório separado da NAFSA: Associação de Educadores Internacionais.

“Estudantes estrangeiros representam um desafio único para os esforços do governo Trump de implementar uma política de imigração mais rígida”, disse Christopher Rim, presidente e CEO da empresa de consultoria universitária Command Education.

“Por um lado, estudantes internacionais representam uma grande parte dos residentes estrangeiros nos EUA e estão entre os mais politicamente engajados”, afirmou Rim. “Por outro lado, também estão entre os mais vantajosos economicamente.”

Mas segundo Rim, que também trabalha com clientes de todo o mundo, os EUA ainda são a principal escolha entre os estudantes que pretendem estudar em instituições de alto nível, e isso dificilmente mudará da noite para o dia.

“Estive em Hong Kong na semana passada falando para uma plateia lotada de centenas de estudantes e pais sobre admissões nas universidades da Ivy League e outras de primeira linha dos EUA para famílias expatriadas e internacionais”, disse Rim na segunda-feira (28).

“Apesar das mudanças globais, famílias distintas e de alto poder aquisitivo continuam profundamente motivadas a enviar seus filhos para os EUA para cursar o ensino superior”, explicou. “Elas continuam reconhecendo o país como o lar das principais universidades do mundo”.

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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