O presidente da Microsoft, Brad Smith, afirma que a gigante de tecnologia dos EUA está comprometida em respeitar as leis europeias — mesmo que nem sempre concorde com elas.
“Assim como todo cidadão e empresa, nem sempre concordamos com todas as políticas de todos os governos. Mas, mesmo quando perdemos processos nos tribunais europeus, a Microsoft há muito respeita e cumpre as leis europeias”, disse Smith em uma publicação no blog nesta quarta-feira (30).
Os comentários de Smith fazem parte de uma campanha de relações públicas da Microsoft na Europa nesta semana, após o aumento recente das tensões entre Estados Unidos e União Europeia por conta das tarifas do presidente Donald Trump.
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A guerra comercial de Trump com parceiros comerciais dos EUA — incluindo União Europeia, China e outros — gerou temores de que a UE possa usar sua repressão regulatória contra os gigantes americanos da tecnologia como uma ferramenta para contra-atacar as restrições comerciais.
A UE, há anos, tenta conter o poder das big techs americanas por meio de ações relacionadas à concorrência. A Lei dos Mercados Digitais (DMA), que passou a ser aplicada no ano passado, pretende enfrentar o poder de mercado de grandes empresas chamadas de “gatekeepers”, como Google, Apple, Meta, Amazon e Microsoft.
Na semana passada, a Comissão Europeia — o braço executivo da UE — multou a Apple em 500 milhões de euros (US$ 568,5 milhões) e a Meta em 200 milhões de euros (US$ 227,4 milhões) por violações da DMA.
“Entendemos que as leis europeias se aplicam às nossas práticas comerciais na Europa, assim como as leis locais se aplicam às práticas nos Estados Unidos e leis semelhantes se aplicam em outras partes do mundo. Isso inclui a legislação europeia de concorrência e a Lei dos Mercados Digitais, entre outras”, disse Smith nesta quarta-feira.
“Estamos comprometidos não apenas com a construção de infraestrutura digital para a Europa, mas também com o respeito ao papel que as leis em toda a Europa desempenham na regulação de nossos produtos e serviços.”
Trump já citou anteriormente as ações regulatórias da UE contra as gigantes da tecnologia dos EUA como justificativa para impor tarifas ao bloco. Em fevereiro, ele ameaçou a União Europeia com tarifas para combater o que chamou de “extorsão internacional” contra empresas americanas de tecnologia por meio de impostos digitais e multas.
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