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Ambição profissional leva Geração Z de volta aos escritórios

Publicado 19/05/2025 • 08:57 | Atualizado há 11 horas

CNBC

Redação CNBC

KEY POINTS

  • Jovens de até 24 anos estão indo ao escritório, em média, três vezes por semana, mais do que qualquer outra faixa etária, segundo um estudo global da JLL, que ouviu 12 mil funcionários.
  • Para a Geração Z, o retorno ao escritório vai além do aprendizado: é uma estratégia para ascensão profissional.
  • Mesmo os jovens que valorizam o ambiente corporativo reconhecem os benefícios do trabalho remoto, especialmente em modelos híbridos.

Geração Z está determinada a mostrar seu valor

Pixabay

Alguns profissionais ambiciosos da Geração Z estão na linha de frente da tendência de retorno aos escritórios, determinados a subir na hierarquia corporativa, aprender com colegas mais experientes e derrubar estereótipos sobre sua geração.

Nascidos entre 1997 e 2012, muitos membros da Geração Z começaram suas carreiras durante a pandemia. Com o avanço do modelo de trabalho remoto e híbrido, essa geração passou a ser frequentemente responsabilizada pelo esvaziamento dos escritórios, enfrentando críticas por suposta preguiça e aversão ao ambiente presencial.

Recentemente, o CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, reclamou que, embora tenha trabalhado sete dias por semana durante a pandemia, “os zoomers não aparecem”.

O termo “zoomers” refere-se à Geração Z. Já o empresário britânico Lord Alan Sugar, de 78 anos, declarou que os jovens “só querem ficar em casa”.

No entanto, dados contrariam essas afirmações. Jovens de até 24 anos estão indo ao escritório, em média, três vezes por semana, mais do que qualquer outra faixa etária, segundo um estudo global da JLL, que ouviu 12 mil funcionários.

Além disso, 91% dos profissionais da Geração Z afirmam desejar um equilíbrio entre interações presenciais e virtuais, segundo uma pesquisa da empresa de eventos Freeman com quase 2.000 adultos nos EUA.

Embora valorizem a flexibilidade do trabalho remoto, muitos veem o ambiente corporativo como uma “plataforma de lançamento” para suas carreiras, afirma Dan Schawbel, sócio-gerente da empresa de pesquisa Workplace Intelligence.

“Não temos ideia de como ser um adulto profissional”

Nos últimos anos, membros da Geração Z cometeram gafes corporativas, como a estética de “sereia de escritório” e o uso de gírias do TikTok, como “ick”, frequentemente atribuídas à sua inexperiência. Para eles, o escritório se tornou um espaço de aprendizado sobre normas profissionais, desde a comunicação até o dress code.

A especialista em direito fiduciário Sophia Thibault conta que a pandemia interrompeu seu primeiro ano de faculdade, prejudicando sua socialização. Por isso, quando começou a trabalhar presencialmente cinco dias por semana no escritório de advocacia MRHFM, abraçou a oportunidade.

“No começo foi um pouco chato ter que estar no escritório todos os dias, mas acho que isso realmente me ajudou na transição para o mercado de trabalho”, disse ela, hoje com 24 anos.

Estar cercada de colegas por 40 horas semanais ajudou Sophia a desenvolver habilidades interpessoais e a se familiarizar com o jargão e as normas corporativas, coisas que, segundo ela, não se aprendem “atrás de uma tela de computador”.

“Meus amigos que se formaram comigo gostam de estar no escritório porque simplesmente não sabemos como ser adultos profissionais”, afirmou.

Max Ranzato, advogado associado de 28 anos em Nova York, concorda. Ele relembra que seu primeiro emprego, como recrutador na área de ciências biológicas, tornou-se remoto após um ano — o que, segundo ele, dificultou seu aprendizado por não ter mais acesso direto ao gestor.

“Depois que passou para o remoto, você perde a diversão e o valor do trabalho: liga para pessoas o dia inteiro, sem conversar com ninguém, sem almoçar com colegas, sem fazer amigos”, disse. “Trabalhar em casa é muito solitário.”

“Quero ser muito bem-sucedido”

Para a Geração Z, o retorno ao escritório vai além do aprendizado: é uma estratégia para ascensão profissional.

“Quero ter muito sucesso”, disse Ranzato, que atualmente viaja 90 minutos por dia do Queens até Nova Jersey, quatro vezes por semana, apenas para estar no escritório.

“Vou andando até o metrô, pego o metrô até a Penn Station, depois um trem para Newark e, de lá, um Uber até o escritório”, explicou. “Parece intenso, mas não me importo.”

Leia também: Jovens da Geração Z abandonam universidade e migram para profissões técnicas nos EUA

Mesmo com um custo de deslocamento entre US$ 600 e US$ 800 por mês, ele considera o investimento válido. Como advogado ambicioso que sonha em se tornar sócio, afirma que seu “aprendizado cresce exponencialmente” no escritório.

Ali, ele observa os sócios, aprende com seus comportamentos e estilos de comunicação e faz perguntas diretamente. “Só quero ser bem pago e estar cercado de pessoas que vão guiar o meu futuro. Como posso aprender se não estiver com elas?”

Segundo Ranzato, muitos de seus amigos da Geração Z, contadores e engenheiros compartilham desse desejo de crescer e ser reconhecidos.

“Eles querem ganhar dinheiro. Querem subir na carreira. Querem fazer o que os chefes estão fazendo.”

Schawbel observa que o ambiente presencial facilita esse progresso por meio da “imersão”, algo difícil de replicar remotamente.

Sophia lembra que, em seu antigo escritório, ela e colegas da mesma geração estavam sempre presentes e altamente engajados. “Estávamos no auge… e todos sabiam que, se precisassem de algo, podiam contar com as três meninas, a gente resolvia.”

Molly Gilbride, especialista em relações com a mídia de 25 anos, também se surpreende com a fama de “preguiçosa” da Geração Z. “Na minha experiência, éramos o grupo que mais frequentava o escritório.”

Híbrido é o futuro

Mesmo os jovens que valorizam o ambiente corporativo reconhecem os benefícios do trabalho remoto, especialmente em modelos híbridos.

“O futuro é esmagadoramente híbrido”, diz Schawbel. “É o melhor dos dois mundos.”

A empresa atual de Gilbride permite que ela trabalhe remotamente, por questões pessoais, mas ela sente falta da “diversidade” que o escritório trazia à rotina.

“A flexibilidade é essencial e foi o que eu precisava neste momento. Mas estou tentando voltar para um modelo híbrido, porque gosto de ir ao escritório.”

Ranzato também aprecia trabalhar de casa às sextas-feiras: com horas faturáveis, consegue organizar sua semana para manter a produtividade e ainda lavar a louça ou dobrar roupas.

A criadora de conteúdo Gigi Robinson, de 26 anos, defende o trabalho remoto por questões de acessibilidade. Moradora de Nova York e portadora de doenças crônicas, ela se beneficia da flexibilidade para ir a tratamentos médicos e administra um programa de estágio totalmente remoto.

“Quando a pandemia chegou, de repente as ferramentas de acessibilidade pelas quais eu tanto implorava, como participar via Zoom, se tornaram padrão. E pensei: por que era tão difícil antes?”

Sophia também refuta o estigma de que o home office gera relaxamento. Ela se surpreendeu ao ouvir um colega mais velho dizer que trabalhava da beira da piscina.

“Quando estou em casa, não estou deitada na piscina. Jamais faria isso durante o expediente, e muito menos contaria isso com orgulho aos colegas.”

Para ela, a Geração Z está determinada a mostrar seu valor. “Essa é nossa primeira chance de sermos profissionais. Somos muito motivados por reconhecimento, promoções, dinheiro… Por isso, trabalhamos duro, seja no escritório ou em casa.”

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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