Ações nos EUA sobem enquanto dólar cai após rebaixamento pela Moody’s

Publicado 19/05/2025 • 21:16 | Atualizado há 14 horas

KEY POINTS

Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA dispararam no início do dia, reacendendo a conversa sobre a narrativa "Venda América", que desestabilizou os mercados no começo de abril após os anúncios de tarifas abrangentes do presidente Donald Trump.
No entanto, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA diminuíram posteriormente, à medida que os mercados concluíram que a análise da Moody's não continha surpresas.

Dólar

Pexels

As ações de Wall Street encerraram a sessão de segunda-feira (19) em alta, ignorando o rebaixamento da dívida soberana dos EUA pela Moody’s, que pode se agravar ainda mais.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA dispararam no início do dia, reacendendo a conversa sobre a narrativa “Venda América”, que desestabilizou os mercados no começo de abril após os anúncios de tarifas abrangentes do presidente Donald Trump.

Reação dos mercados e análise econômica

No entanto, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA diminuíram posteriormente, à medida que os mercados concluíram que a análise da Moody’s não continha surpresas.

Após a reação inicial, “o mercado se acalma e foca nos fundamentos econômicos”, disse Subadra Rajappa, chefe de estratégia de taxas nos EUA do Societe Generale.

O rebaixamento reflete preocupações sérias sobre o cenário fiscal dos EUA, mas estas já eram bem conhecidas antes do rebaixamento pela Moody’s, afirmou Rajappa.

Todos os três principais índices dos EUA terminaram com ganhos modestos.

Impacto no dólar e volatilidade do mercado

O dólar recuou um pouco em relação ao euro e outras moedas principais. Contudo, o movimento foi menos significativo do que nos períodos mais voláteis anteriores deste ano.

Em comparação com aquele período turbulento, um índice de volatilidade amplamente observado permaneceu relativamente estável na segunda-feira (19). As ações subiram desde que Trump suspendeu muitas de suas medidas tarifárias mais pesadas.

O ouro, visto como um investimento seguro, subiu mais de um por cento.

Mercados europeus e acordos comerciais

Na Europa, Londres e Frankfurt reverteram perdas iniciais para fechar em alta após líderes do Reino Unido e da União Europeia alcançarem uma série de acordos de defesa e comércio em uma cúpula histórica, a primeira desde a saída conturbada do Reino Unido da União Europeia.

O primeiro-ministro britânico Keir Starmer disse que os líderes concordaram em um acordo “ganha-ganha” que, segundo seu gabinete, adicionaria quase 9 bilhões de libras (cerca de R$ 53 bilhões) à economia britânica até 2040.

Enquanto isso, o euro se fortaleceu apesar de um corte na previsão de crescimento econômico da zona do euro para 2025 devido às tensões comerciais globais desencadeadas pelas tarifas de Trump.

A Comissão Europeia afirmou que a economia da área do euro, composta por 20 países, deve crescer 0,9% em 2025 — abaixo da previsão anterior de 1,3% — devido a “uma perspectiva de comércio global enfraquecida e maior incerteza nas políticas comerciais”.

“Amparado por um mercado de trabalho robusto e salários em alta, espera-se que o crescimento continue em 2025, embora em um ritmo moderado,” disse Valdis Dombrovskis, chefe da economia da UE.

Notícias corporativas e impactos das tarifas

Nas notícias corporativas, a Walmart voltou a sentir o efeito montanha-russa sob Trump, depois que o presidente dos EUA criticou a gigante do varejo por alertar sobre aumentos de preços devido às suas tarifas.

Trump falou para a empresa “ENGOLIR AS TARIFAS” nas redes sociais, acrescentando: “Estarei de olho.”

As ações da Walmart terminaram ligeiramente em baixa na segunda-feira (19).