Brasileiros são destaque no World Press Photo 2025

Se uma imagem vale por mil palavras, como diz o clichê, imagens clicadas pelos nossos profissionais valem ainda mais. Três fotógrafos brasileiros estão entre os premiados da América do Sul no renomado concurso mundial World Press Photo 2025. Dois trabalhos tratam da tragédia das enchentes no sul do País; o outro, de uma paixão nacional.

Na categoria Individual, Anselmo Cunha levou o prêmio pela imagem Aeronave em Pista Inundada, feita durante a enchente histórica que atingiu o Rio Grande do Sul em maio de 2024.

A foto mostra um Boeing 727-200 abandonado, cercado por águas da enchente no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, em 20 de maio de 2024. Entre abril e junho de 2024, chuvas recordes no Rio Grande do Sul provocaram a pior enchente da história da região. Mais de meio milhão de pessoas foram deslocadas e mais de 183 morreram nas enchentes.

A ironia é que, segundo cientistas, uma das principais causas das mudanças climáticas é justamente a queima de combustíveis fósseis, incluindo os utilizados na aviação comercial.

Com quatro fotos impressionantes sobre o mesmo tema, Amanda Perobelli venceu na categoria Reportagem com a série As Piores Enchentes do Brasil, que retrata os impactos das chuvas na cidade de Canoas, uma das mais afetadas pelo desastre climático.

Também na categoria Individual, o fotógrafo André Coelho foi premiado com a imagem Torcida do Botafogo: Orgulho e Glória, que mostra a comemoração dos torcedores do clube carioca após a conquista inédita da Copa Libertadores da CONMEBOL, em novembro de 2024.

Milhares de torcedores do Botafogo, que assistiam à partida em telões no Estádio Nilton Santos, estádio do time no Rio de Janeiro, comemoram a vitória histórica de sua equipe, em 30 de novembro de 2024. A equipe ganhou o campeonato pela primeira vez na história ao vencer o Atlético Mineiro no Estádio Mâs Monumental, em Buenos Aires, na Argentina, na final da Copa Libertadores da Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL).

O Brasil também se destacou em outros dois projetos internacionais. O mexicano Musuk Nolte retratou os efeitos socioambientais da redução do nível dos rios na região norte do país. A série Seca no Rio Amazonas foi uma das vencedoras na categoria Reportagem da América do Sul.

Já o fotógrafo francês Jerome Brouillet, da AFP, venceu na categoria Individual da região Ásia-Pacífico e Oceania, com a imagem de grande repercussão que mostra o surfista brasileiro Gabriel Medina emergindo triunfante de uma onda em Teahupo’o, no Taiti, quando garantiu a medalha de bronze nas Olimpíadas de Paris.

Se interessou em ver de perto os 42 projetos premiados? De 27 de maio a 20 de julho, a CAIXA Cultural do Rio de Janeiro recebe a exposição itinerante World Press Photo 2025, que exibte os vencedores desta edição. Depois, a exposição segue para São Paulo, Curitiba e Salvador.

O evento acontece em meio às comemorações de 70 anos da Fundação World Press Photo, realizadora da premiação. Em 2025 foram ampliados o número de fotógrafos e os projetos premiados – de 33, em 2024, para 42. Foram recebidas 59.320 inscrições, enviadas por 3.778 fotógrafos, de 141 países.

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