Economistas criticam o aumento do IOF; confira análises
Publicado 23/05/2025 • 12:35 | Atualizado há 11 horas
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Publicado 23/05/2025 • 12:35 | Atualizado há 11 horas
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Notas de cem reais
Agência Brasil
O governo federal anunciou na quarta-feira (22) o aumento da alíquota do IOF para diversas operações financeiras, incluindo o carregamento de cartões internacionais.
A medida integra um pacote fiscal para reforçar a arrecadação e viabilizar as metas estabelecidas no novo arcabouço fiscal. A decisão provocou críticas de especialistas, que apontaram efeitos econômicos e jurídicos da alteração.
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O economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto, avaliou que o uso do IOF para fins arrecadatórios representa um possível problema constitucional. Segundo Salto, a medida pode ser questionada judicialmente. “Pode gerar grande confusão se alguém entrar no STF”, declarou.
Confira:
Salto explicou que, diferentemente de impostos como o de renda e o IPI, o IOF pode ser alterado rapidamente por decreto presidencial, sem necessidade de aprovação legislativa e sem a obrigação de partilhar receita com estados e municípios.
Para ele, isso justifica a escolha do governo pelo imposto como instrumento fiscal de curto prazo.
Felipe Salto afirmou ainda que a decisão desvirtua a função original do IOF. “O IOF era para ser um imposto regulatório, só que ele está sendo usado para arrecadação”, disse.
Ele destacou ainda que a arrecadação total do IOF em 2024 foi inferior a R$ 70 bilhões e que a nova projeção, de R$ 20 bilhões ainda neste ano e R$ 40 bilhões em 2025, mostra a dimensão da mudança.
O economista observou que, embora o discurso oficial do governo e do ministro Fernando Haddad defendam o aumento como forma de “fechar brechas, equiparar alíquotas e evitar distorções”, o caráter arrecadatório da medida é evidente. Ele afirmou que, diante de contas públicas ainda aquém do necessário para assegurar a sustentabilidade da dívida, o foco deveria ser estrutural.
“Esse é que deveria ser o objetivo principal e não uma gestão de apagar incêndios, que é o que, na verdade, nós estamos vendo”, concluiu.
Veja a entrevista completa:
Para o economista e professor de mercado financeiro da UnB, César Bergo, a decisão de elevar o IOF afeta diretamente fintechs e instituições financeiras que operam cartões internacionais. Bergo avaliou que a medida modifica o ambiente de negócios no país. “Você acaba transformando o ambiente de negócio numa insegurança, numa incerteza”, afirmou.
Bergo ressaltou que as empresas terão de revisar seus planejamentos e podem perder clientes, afetando um setor que cresceu sob regras mais previsíveis. O economista considerou o aumento de 1,1% para 3,5% no carregamento de cartões internacionais como um impacto significativo para consumidores e empresas. “Às vezes o pessoal fala assim: aumentou de 1% para 3,5%. É muito! É muito, gente. Não é pouco, não”, disse. Segundo ele, a alta interfere não só nas viagens internacionais, mas também em remessas para educação, saúde e investimentos no exterior.
O professor da UnB também criticou a condução da política fiscal e a forma como a mudança foi anunciada. Ele lembrou que o governo publicou o decreto e, horas depois, promoveu ajustes para tentar evitar instabilidade no mercado. “Como é que uma pessoa publica um decreto e depois muda o decreto para dizer que é para não criar problema no mercado? Gente, já criou o problema, né?”, declarou.
Bergo reconheceu a importância de equilíbrio fiscal, mas afirmou que o aumento de impostos afeta diretamente negócios criados sob determinadas condições, que agora podem se tornar inviáveis. “Você coloca uma situação muito delicada, que é essa das empresas que investiram, criaram um negócio e agora vão ter um negócio impactado, que quem sabe até deixe de existir por função da inviabilidade financeira”, disse.
Confira a entrevista completa:
O economista Ricardo Balistiero, coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, avaliou a medida como positiva para o equilíbrio fiscal, mas criticou a condução da comunicação oficial. “Mesmo a medida correta acaba sendo prejudicada por comunicações ruidosas”, disse. Para ele, o anúncio simultâneo de aumento de tributos, como o IOF, afetou a credibilidade da decisão.
Confira o trecho:
Balistiero também alertou para o impacto dos juros altos na dívida pública. Segundo ele, “cada ponto percentual na Selic representa algo como R$ 5 bilhões a mais de despesas”, o que compromete boa parte do valor contingenciado. Ele lembrou que a margem de manobra para cortes no Brasil é reduzida, pois as despesas discricionárias representam cerca de 5% a 6% do orçamento.
O economista criticou ainda a influência das emendas parlamentares sobre o orçamento federal. “As emendas são uma das vergonhas nacionais”, afirmou, argumentando que esse nível de ingerência não se repete em outras economias. Por fim, Balistiero defendeu que o governo melhore o diálogo com o mercado e evite anúncios inesperados. “O governo precisa conversar mais com os agentes e não surpreendê-los”, concluiu.
Confira a entrevista completa:
Em entrevista ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, Gesner Oliveira, sócio da GO Associados apontou fragilidades na estratégia de elevação do imposto: “A parte que não foi bem desenhada e que deveria ser melhor estudada foi a do IOF, que ainda gerará uma receita, mas não serão os 20 bilhões este ano. Foi uma medida emergencial, de apagar incêndio, mas aumenta o custo financeiro das empresas, que já enfrentam uma verdadeira asfixia”.
Sobre os efeitos econômicos do aumento do IOF, o economista destacou possíveis impactos negativos na atratividade do país. “É um tipo de imposto que vinha sendo eliminado gradualmente em linha com a OCDE. Ele sinaliza restrições ao movimento de capitais, o que não é positivo para um país que precisa de investimento. Gera ruído e distorções”.
Confira a entrevista completa:
Em entrevista ao apresentador Marcelo Torres, no programa Real Time o ex-ministro do Turismo Vinícius Lumertz criticou a o foco no aumento de impostos e a ausência de medidas para uma reforma estrutural, impactando a imagem do país que é projetada no exterior. “No Brasil quando se aumenta impostos de forma conjuntural, normalmente está se fugindo da questão estrutural (…). Todas as reformas indicam que não se toca na matriz do problema.”
“E quando nós damos sinais lá fora, para fora dessa instabilidade, que é conjuntural, e não tratamos do que é estrutural, é evidente que para os investidores, (…) o Brasil não aparece mal, mas não tem uma maior relevância ou relevância proporcional ao tamanho da economia e das perspectivas que o Brasil tem no cenário mundial pelas suas pelos seus dotes, pelos seus dons, né? Está turvado por essas coisas da conjuntura”.
Veja a entrevista na íntegra:
“O que a gente pode falar é que foi uma medida de aumento de imposto, um momento uma medida de elevação do custo do crédito, no momento que o Brasil já tem uma taxa de juros muito elevada, e isso é absolutamente contracionista”, comentou o analista Felipe Corleta, da GTF Capital, ao apresentador Marcelo Torres durante o programa Real Time desta sexta-feira (23).
Corleta completa. “Quer dizer, desacelera a economia, pode trazer a inflação para baixo, mas foi uma medida que foi divulgada com bastante ruído, né? Foi muito difícil pro mercado interpretar isso e essas incertezas acabaram pesando nos índices de preço que a gente tá vendo, tanto no câmbio quanto na bolsa”.
Veja a entrevista completa:
O recente recuo do governo federal no aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre operações de câmbio gerou reações negativas no mercado financeiro. Em entrevista ao Money Times, o economista Marcello Carvalho, da WIT Invest, avaliou que a medida foi recebida de forma extremamente ruim pelos investidores. Para ele, “qualquer aumento de impostos, independente da forma que seja, o mercado não vai ter uma boa reação.”
A medida teve impacto imediato no mercado cambial, com o dólar disparando mesmo após o anúncio do recuo. Carvalho destacou que, apesar do ajuste no IOF, o valor da moeda americana permaneceu em patamares elevados. “A reação do mercado, com o dólar disparando, é um reflexo da incerteza gerada pelo anúncio e pela possível pressão inflacionária que isso pode trazer”, disse ele. O economista também apontou o aumento nos juros futuros, com a expectativa de uma inflação mais alta devido ao incremento de impostos.
Veja a entrevista completa:
Rodrigo Batista, especialista em criptomoedas, afirmou que a alteração no IOF terá um impacto direto no mercado brasileiro. De acordo com Batista, o aumento do imposto elevará os custos operacionais, o que pode reduzir a competitividade do setor. “Os arbitradores, que costumam fazer operações de compra no exterior e trazer para o Brasil, terão menos margem devido ao aumento de custos. Eles buscarão alternativas como fundos isentos, mas isso não será acessível para todos”, explicou o CEO da Digitra.
Batista também destacou que as exchanges, que operam com custos em dólares, terão que repassar esse aumento para os consumidores. “Esses custos de segurança, computação em nuvem e mão de obra especializada em dólares impactam diretamente na operação, e o custo será repassado para o cliente”, afirmou. O especialista ainda indicou que, embora o Brasil enfrente essa pressão, não está claro se outros mercados terão uma resposta diferente.
Confira a entrevista completa:
Em entrevista, o sócio da GTF Capital, Gabriel Brondi, criticou as mudanças no IOF anunciadas pelo governo, classificando como “lambança” o aumento do imposto. Segundo Brondi, a medida provocou grande receio no mercado, especialmente pela possibilidade de uma saída de capital do Brasil. “O aumento do IOF assustou muito os mercados, e o grande medo era de uma fuga de capital do Brasil.”
O economista também destacou a reação do governo, que, após a alta volatilidade no mercado, recuou parcialmente na medida. Para Brondi, o governo saiu enfraquecido após o episódio: “O governo parece desorganizado, Haddad não sabe o que está fazendo. E completou: “O mercado reage ao enfraquecimento do governo, o que pode facilitar uma possível mudança política no futuro.” Brondi concluiu que o uso do IOF para ajustar fiscalmente é uma medida que não agrada o mercado e causa estresse econômico.
Veja a entrevista completa:
Para Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, o recuo parcial no aumento foi insuficiente para evitar as repercussões negativas. “Qualquer aumento de impostos, independente da forma que seja, o mercado não vai ter uma boa reação”, destacando que a elevação do IOF afetaria o custo do crédito, pressionando especialmente as empresas que tomam empréstimos.
Agostini também observou que o aumento dos custos, com o IOF em nível mais alto, poderia impactar a inflação e desacelerar a economia. “A sinalização fiscal é muito negativa para os investidores, pois mostra que o governo não quer ajustar a despesa, apenas aumentar a arrecadação”, completou Agostini, que vê o governo ainda distante de uma solução fiscal mais estruturada.
Helder Santos na Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI) fez um balanço dos desdobramentos do aumento de IOF, que incide sobre o crédito, câmbio e seguros. No primeiro quesito, o crédito, teve uma majoração bem significativa para as empresas tomarem um empréstimo. Elas tinham um custo de 1,9* e agora passam a 3,9%.
“Vai ter muito mais custo de dívida quando a empresa tiver que captar recursos para o seu capital de giro, para estoques, para maquinário… E isso, obviamente, é repassado pelos bancos para a empresa e a
empresa acaba repassando isso também no seu custo de produção e afeta o bolso do
brasileiro que vai comprar as mercadorias um pouco mais caras”, disse Santos.
“Já o IOF sobre o câmbio, que é aquele que incide quando a gente faz a troca da moeda do
real para essa moeda estrangeira. Quando a gente tiver comprando, por exemplo, um serviço como é o Google Cloud ou alguma outra ferramenta, licença de software usando um cartão de crédito para pagar essas despesas do exterior, de compras… a gente vai ter também um custo adicional”, acrescenta.
Veja a entrevista completa.
Rodrigo Batista, CEO da Digitra e analista do quadro Cripto Brasil nesta entrevista ao Jornal Times Brasil, explica. “O mercado cripto no Brasil basicamente é importador de criptomoedas, né? Toda a demanda do brasileiro é atendida por meio de importação, e agora o mercado tá tentando descobrir como que vai fazer isso. Então, isso afeta bastante o mercado, afeta as empresas, como a minha, que tem muitos custos em dólar, e também afeta um outro mercado específico que a gente chama de stablecoins, que são basicamente criptomoedas com o valor atrelado ao dólar. Elas não têm uma incidência de IOF, então acreditamos que parte do fluxo que vai para cartões de crédito ou para contas em dólar deve ir para stablecoins”, explica
Para o investidor também deve haver uma diferença significativa: “O principal impacto é da alíquota de pagamentos em dólares, que saiu de 0,38% para 3,5% – a gente tem quase 10 vezes o aumento dessa dessa alíquota”, explica. “Uma alternativa que surgiu da noite de ontem para o dia de hoje é que existem os fundos que fazem investimentos no exterior, eles vão ser isentos. Uma das alternativas vai ser fazer essas transações diretamente via fundos”, completa.
Veja a entrevista na íntegra.
Na última sexta-feira, o governo anunciou o congelamento de R$ 31,3 bilhões em gastos e o aumento das alíquotas sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), como parte de um plano para o controle fiscal do país. Horas depois, a Fazenda decidiu revogar esse aumento devido à má reação do mercado.Essas oscilações mexeram com o mercado e com as expectativas de investidores da Bolsa.
Segundo Eduardo Velho, sócio-estrategista da Equador Investimentos, o mercado mantinha expectativas baixas quanto ao congelamento de despesas, de no máximo R$ 10 bilhões, o que gerou até uma surpresa positiva.
Em entrevista ao Times Brasil — Licenciado Exclusivo CNBC, Eduardo diz que esses anúncios “surpreenderam”. No entanto, quanto às decisões em relação ao IOF, as reações foram de “decepção”, o que refletiu nos resultados da Bolsa de Valores. “O IOF anulou o efeito positivo, de certa maneira, que ia gerar na Bolsa. Então, acho que o IOF realmente foi uma certa frustração”, diz o especialista.
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